sexta-feira, 24 de junho de 2022

A LIBERTAÇÃO QUE PASSA PELA DESMILITARIZAÇÃO E A DESNAZIFICAÇÃO

QUATRO MESES DEPOIS DO INÍCIO DA LIBERTAÇÃO DO DONBASS!

Martinho Júnior, Luanda

A RÚSSIA COMEÇOU A ASSUMIR A SUA IIª GRANDE GUERRA PÁTRIA

Enquanto “o ocidente” (antes “comunidade internacional”), melhor a aristocracia financeira mundial inserida na hegemonia unipolar e suas oligarquias vassalas, se masturba em russofobia, em inqualificável “apartheid global” e em propaganda sem fim ao estilo de Goebels, entre os muitos acontecimentos que vão ocorrendo nos vários tabuleiros da dialética tensão unipolar-multilateral, desenvolve-se o tabuleiro do Donbass, inerente à mudança de paradigma…

Nesse tabuleiro-mapa do terreno, as Forças Armadas da Ucrânia estão a ser trituradas pelos dentes dum gigantesco tubarão!

É cada vez mais difícil aos promotores da propaganda liberal-nazi, tapar o sol com a peneira em relação ao Donbass, cuja libertação em curso se exprime por mais de 125.000 km2 de território libertado, correspondente, vai a caminho, a quase 1/4 do território ucraniano.

A meia-lua dos dispositivos operativo-libertários, com eixo central dos maxilares compressores da boca nas regiões das Repúblicas Populares de Lugansk e de Donetsk, assim como na Crimeia, clarifica-se num sistema de linhas em grelha:

A Ucrânia tenta explorar as suas posições mediante uma lógica que cumpre com uma disseminação de forças ao longo de paralelos e as forças libertadoras exploram a energia libertária em função dos meridianos regionais comprimindo o miolo, desde logo pela tomada das estradas de sentido norte-sul, alvo prioritário da artilharia e dos mísseis, tal como as estações ferroviárias…

Essa explicação deriva do facto dos ukronazis terem amassado efectivos estimados em mais de 150.000 homens no leste, por que tinham a perspectiva (a missão) de tomar pela força o Donbass, ameaçando directamente as cidades de Lugansk e de Donetsk e também o território da Federação Russa na direcção de Rostov do Don, imediatamente antes de 24 de Fevereiro de 2022.

A “Operação Especial” decidida pela Federação Russa, preveniu a escalada multidimensional acicatada pelos Estados Unidos e o zombi híbrido UE/NATO, pelo que agora são, esses efectivos colocados no terreno, cada vez mais desgastados e sem possibilidade de fazerem grandes movimentos (se o fizerem sujeitam-se ao fogo de artilharia e de mísseis, assim como a acções de emboscada e de ataquea com helicópteros e drones, dia e noite).

UM ESTADO NUCLEAR DE NEGAÇÃO -- Caitlin Johnstone

#Traduzido em português do Brasil

Para os mais jovens, é difícil entender que o mesmo cenário de Armageddon nuclear com o qual seus avós costumavam se preocupar ainda está aqui.  

Caitlin Johnstone* | Consortium News

Um  videoclipe  de John Mearsheimer de 2016 está se tornando viral no Twitter agora, como os clipes antigos de John Mearsheimer tendem a fazer no ano de 2022, quando suas  previsões de que as ações ocidentais  levariam à destruição da Ucrânia estão se  tornando horrivelmente verdadeiras .

Em resposta a uma pergunta sobre qual foi o pior desastre da política externa dos EUA, Mearsheimer concordou com um colega do painel que naquele momento o Iraque parecia o pior, mas disse acreditar que a política dos EUA sobre a Ucrânia se mostraria muito pior nos próximos anos. Ele falou do fato de que a Rússia tem milhares de armas nucleares, e que é inteiramente possível que essas armas sejam usadas se a Rússia se sentir ameaçada.

“Como a Guerra Fria está no passado distante, a maioria das pessoas, especialmente os mais jovens, não pensou muito sobre armas nucleares e dissuasão nuclear, e eles tendem a ser bastante descuidados em seus comentários sobre armas nucleares, e isso me deixa muito nervoso”, disse Mearsheimer.

Isso me deixa nervoso também. Especialmente quando temos uma guerra por procuração em constante escalada que o  impasse na Lituânia  poderia facilmente se transformar em uma guerra direta entre a Rússia e as potências da OTAN, e quando ouvimos o principal general do exército do Reino Unido  dizendo às tropas  para se prepararem para a Terceira Guerra Mundial.

A maior parte do que vejo no discurso público sobre a escalada de agressões entre a aliança de poder dos EUA e a Rússia reflete a atitude arrogante de que Mearsheimer falou em 2016, assim como minhas próprias  interações  com pessoas online. A maior parte do que estou vendo no comportamento das potências da OTAN também indica essa atitude arrogante em relação às armas nucleares. As pessoas, desde o público de base até os escalões superiores da administração do império, não parecem estar pensando muito sobre  o que é a guerra nuclear  e  oque isso significaria .

Como Mearsheimer disse, isso parece ser porque estamos tão distantes agora dos dias em que todos estavam cientes de que os mísseis poderiam começar a voar a qualquer momento.

Tudo menos esquecido 

Simplesmente não se coaduna com a compreensão das pessoas sobre o mundo que tudo poderia terminar com o mesmo cenário de Armageddon nuclear com o qual seus avós costumavam se preocupar. Se dois homens estivessem apontando armas para a cabeça um do outro, seria muito perigoso no início, mas depois de um tempo, se ninguém puxasse o gatilho, a tensão emocional começaria a diminuir. Se os anos passassem e os homens envelhecessem, diminuiria ainda mais. Se eles ficassem tão velhos que não pudessem mais segurar as armas e seus filhos assumissem o lugar deles, e então os filhos de seus filhos anos depois, a experiência emocional do impasse seria praticamente esquecida.

Mas as armas nunca ficaram menos mortais. O fato de uma guerra entre potências nucleares ainda não ter acontecido significa apenas isso: que ainda não  aconteceu . Coisas que nunca aconteceram antes acontecem o tempo todo. Não costumava haver armas nucleares, agora existem. A Terra é atualmente um planeta habitável, um dia em breve  poderá não ser .

Chegamos a um fio de cabelo de nos exterminar durante a última Guerra Fria,  não apenas uma,  mas  muitas vezes . Qualquer quantidade de manobra nuclear abre a possibilidade de uma guerra nuclear irromper de maneiras que são muito difíceis de prever e planejar, porque há muitas pequenas partes móveis, muitas maneiras de uma bomba nuclear ser detonada como resultado de mau funcionamento técnico, falta de comunicação , erro de cálculo e/ou mal-entendido. Quanto mais as coisas aumentam entre as duas superpotências nucleares do mundo, maior a probabilidade de isso acontecer.

E, claro, os poderosos têm todos os motivos para encorajar essa maneira de pensar a continuar. Se uma massa crítica da população realmente entendesse que suas vidas estão sendo ameaçadas com uma guerra nuclear por nenhuma outra razão além da disposição do império dos EUA de arriscar tudo para garantir a hegemonia planetária, eles imediatamente se tornariam difíceis de lidar. Os gerentes do Império planejam não apenas se envolver em manobras nucleares, mas também tornar as coisas muito mais difíceis financeiramente para o público em suas agendas de longo prazo contra a Rússia e a China, e a única maneira de todos jogarem junto com isso é se forem impedidos de entender o que está sendo feito para eles.

É por isso que a mídia tem agido de forma tão estranha nos últimos anos. Agendas estão sendo lançadas com as quais nenhuma pessoa sã consentiria se as entendesse completamente, então seu consentimento precisa ser fabricado com grandes quantidades de propaganda. É também por isso que a censura na internet teve alta prioridade durante esse mesmo período de tempo: não pode ter pessoas usando sua recém-descoberta capacidade de compartilhamento de informações para interferir nas manipulações narrativas do império.

Estamos sendo sedados em um coma induzido por propaganda enquanto pessoas imensamente poderosas jogam jogos profundamente perigosos com nossas vidas. É do nosso interesse encontrar uma maneira de despertar o mais rápido possível.

*Caitlin Johnstone é uma jornalista desonesta, poetisa e prepper de utopias que publica regularmente  no Medium . Seu trabalho é  totalmente suportado pelo leitor , então se você gostou desta peça, considere compartilhá-la, curtindo-a no  Facebook , seguindo suas travessuras no  Twitter , verificando seu podcast no  Youtube ,  soundcloud ,  podcasts da Apple  ou  Spotify , seguindo-a no  Steemit , jogando algum dinheiro em seu pote de gorjetas no Patreon  ou  Paypal , comprando algumas de suas  mercadorias doces , comprando seus livros Notas de The Edge Of The Narrative Matrix ,  Rogue Nation: Psychonautical Adventures With Caitlin Johnstone  e Woke: A Field Guide for Utopia Preppers .

Imagem: Reconhecimento Nuclear de Inverno. (Paul Hocksenar, Flickr, CC BY-NC-SA 2.0)

Este artigo é de CaitlinJohnstone.com e republicado com permissão.

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Caitlin Johnstone.com

ELEGIA PARA A MINHA FILHA JÉSSICA

Artur Queiroz*, Luanda

A minha filha Jéssica tinha três anos e foi assassinada. Quem a matou? A sociedade do espectáculo, essa megera, meretriz de sentimentos apodrecidos, rostos maquilhados, bocas deformadas de tantas vezes alugadas. Aqui está a criança morta! Quando ainda viva embalava num carrinho de bebé, duas bonecas, gémeas na exclusão, na pobreza enganada, na miséria engalanada a cores e em alta definição. 

A autópsia de Jéssica revelou maus tratos no rosto. O coração estava ressequido, desertificado, descolorido, sem músculo nem vestígios de amor. Mal nasceu arrancaram-lhe o coração pela boca. Eu não sabia que tinha a minha filha Jéssica. E se soubesse, que podia fazer para enfrentar os negócios do Balsemão, do Barqueiro do Douro, do ministro que tutela a RTP, dos traficantes do correio da manhã? Nada. Nunca o nada me foi tão doloroso, vazio, fantasmagórico, angustiante.   

O velório da Jéssica é numa capela decorada com santos de pau ou porcelana, sem valor, imprestáveis, cúmplices de um deus caprichoso e cruel que viu matar a minha filha Jéssica e cuspiu para o lado.

A minha filha Jéssica viveu na rua com a mãe, passou fome de amor e de pão. Até as noites agrediam o seu corpinho, com frio e escuridão. Não lhe digam que vem aí o Papão! E a Mamã cantava o fado Camões grande Camões quão teu fado é igual ao meu! Na mão de deus, na sua mão direita, repousa, enfim, o meu coração. Escrito isto, Antero disparou um tiro na cabeça.

Quem o matou? Fomos todos, até eu, que ainda não tinha nascido. Estamos sempre prontos a disparar aos miolos dos poetas. Violar meninas de três anos com a pobreza abaixo do limiar inventado pela criadagem do nababo dono do Pingo Doce. Um mundo tenebroso criado, cifrão a cifrão, pelos banqueiros e seus governos de turno. Pelos mercados, insaciáveis de sangue e suor dos papás e das mamãs da minha filha Jéssica, morta aos três anos, na primeira esquina das ruas da amargura.

A minha Filha Jéssica tinha mais cinco irmãos. A mais velha foi entregue a um asilo para indigentes, pobres, miseráveis, candidatos à morte violenta. Institucionalizada, dizem as bocas alugadas por donos cruéis. Os outros foram entregues a familiares. A Mamã canta fado e pediu a uma bruxa que lhe conservasse o companheiro, fugidio, esquivo, pronto a abandonar a pobreza extrema e partir para outro tugúrio, outra mesa de fome, outro pesadelo.

As televisões continuam a fazer da minha filha Jéssica uma estrela dos ecrãs. Ela, que jaz morta e arrefece. A Mamã também actua, mas fugidiamente. Ninguém consegue capturar a sua alma fadista. E eu aqui, ruminando vinganças. A Joana Amaral Dias, filha do Menino Reboredo, foi ganhar o seu pedaço de dinheiro sujo à custa da minha filha Jéssica. Psicólogas e psicólogos, advogadas e advogadas, jornalistas venais ganham uns trocos à custa da minha filha Jéssica. Como não posso matá-los, choro. Estou mesmo a chorar. Morrem-me todas as filhas. Morrem-me todos os filhos. E eu sem forças para matar os matadores!

Portugal | 60 EUROS PARA SOBREVIVER NO VERÃO

Joana Petiz | Diário de Notícias | opinião

"Obcecado com contas certas" e pondo-as acima do bem-estar dos portugueses; culpado pela "enorme perda de poder de compra" de funcionários públicos e pensionistas; incapaz de "reduzir a dívida pública"; "sem noção da realidade do país, quando apresenta como um sucesso da sua política, o aumento do emprego". As frases que António Costa atirou a Passos em 2015 colam-se-lhe hoje à própria pele. Agora a culpa é da guerra, claro, como antes era dos credores, a quem tivemos de recorrer para nos safar do buraco para onde uma década a viver acima das possibilidades nos atirou.

Mas há diferenças evidentes. A começar pela ajuda que agora recebemos do BCE e de Bruxelas - antes, nossos carrascos -, pela bazuca de dinheiro europeu disparada sobre a economia durante e após a pandemia e para incentivar as transformações essenciais às economias desta região, até pelo efeito (benéfico antes de se tornar catastrófico) da inflação sobre a receita fiscal.

Apesar das diferenças abissais, parece que a estratégia de Costa é precisamente a austeridade que tanto criticou a Passos Coelho. As contas certas valem mais, afinal, do que algum alívio que possa ser trazido às famílias que nos últimos quatro meses viram disparar os preços de tudo, que já fazem cortes e opções para não esgotar o orçamento a meio da segunda semana do mês, que já arriscam deixar de conseguir pagar a prestação da casa.

É importante manter os limites europeus debaixo de olho, sim, mas momentos extraordinários requerem medidas extraordinárias. E se é um facto que aumentar rendimentos gera mais inflação, também é verdade que em Portugal os preços subiram mais do que em quase todos os outros países do euro (desconta-se Letónia e Lituânia). E que os rendimentos por cá são dos mais baixos do continente. E que a carga fiscal sobre famílias e empresas portuguesas é das mais penalizadoras desta região, sendo particularmente dura sobre o trabalho. Ou seja, estamos todos a sofrer, mas os portugueses - famílias e empresas - sofrem mais do que os outros.

Nos últimos quatro meses, as mesmas compras no supermercado passaram a custar mais um euro por cada quatro gastos. Para encher um depósito de combustível, é preciso mais 30 euros - três vezes mais do que o aumento extra aprovado pelo governo de Costa para as pensões mais baixas de todas.

Só à conta dos combustíveis, a receita do Estado tem engordado, via IVA e via ISP, mesmo descontando o apoio a quem tem de andar de carro, mesmo descontando as migalhas cedidas aos transportes de pessoas e mercadorias, mesmo descontando os trocos de que prescinde no gasóleo agrícola. Ajudas que têm muito reduzidos efeitos para quem tem de se movimentar, de produzir ou de levar carga de um ponto a outro.

Mas tudo ficará bem agora que o governo abriu os cordões à bolsa e decidiu prolongar para julho e agosto o pagamento de 60 euros aos mais pobres entre os portugueses. Ou não...

Portugal | Subida dos preços obriga dois terços dos portugueses a poupar na comida

Cresce a insatisfação com medidas do Governo para atenuar a crise. Maioria pede limites aos aumentos nos bens essenciais e na energia.

Não há praticamente nenhum português imune aos efeitos do aumento do custo de vida. E já soam os alarmes: quase dois terços foram obrigados a mudar de hábitos por causa da fatura dos combustíveis; pior ainda, mais de dois terços começaram a cortar na alimentação, ao ponto de reduzirem ou eliminarem produtos que faziam parte do seu cabaz de compras no supermercado. São os dados da mais recente sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, que também apresenta uma fatura política: a popularidade do Governo afunda-se, com 46% a dizerem que a resposta à crise é "má" e apenas 14% que é "boa".

António Costa vai ter de fazer bastante melhor do que prometer aumentos "históricos" de pensões para o próximo ano. É agora que o aumento do custo de vida se está a fazer sentir (97%), em particular na ida ao supermercado (39%) e à bomba de gasolina (39%). E é também no imediato que nove em cada dez portugueses (89%), incluindo os eleitores socialistas, pedem novas medidas que atenuem o efeito da crise.

Saldo negativo

Entre os meses de maio e junho, e perante o avanço da inflação (8%, segundo o Instituto Nacional de Estatística), a satisfação com as medidas adotadas pelo Governo para atenuar a crise caiu 12 pontos percentuais, enquanto a insatisfação subiu 17 pontos (com destaque para os que dizem que é "muito má", que passaram dos 9% para 23%).

O saldo (diferença entre os que acham que a resposta do Governo à crise é "boa" e os que acham que é "má") é negativo em todos os segmentos da amostra, incluindo entre os que deram a maioria absoluta ao PS em janeiro. A insatisfação é particularmente elevada na Região Norte e na Área Metropolitana do Porto; entre os que estão na faixa etária dos 18/34 e 50/64 anos; e entre os que fazem parte da classe média baixa.

Portugal | A REZA


 Henrique Monteiro | Henricartoon

Cimeira das Américas | REBELIÃO NO QUINTAL DAS TRASEIRAS

O presidente norte-americano ouviu na Cimeira das Américas o que jamais os seus antecessores escutaram e o nutrido rol de descalabros da sua administração somou mais um, este bem gordo e sofrido em casa.

José Goulão* | opinião

O que aconteceu em Los Angeles na nona Cimeira das Américas tem a marca dos tempos. Nada correu como dantes: os resultados e a afluência de países e chefes de Estado foram os mais pobres desde que estas reuniões continentais se iniciaram em Miami, em 1994; sobretudo o tom de muitas intervenções e debates traduziu uma ruptura – apesar de tudo surpreendente – com o tradicional unanimismo podre das relações e dependências de tipo colonial.

Desta feita, o presidente norte-americano, no caso Joseph Biden, ouviu o que jamais os seus antecessores escutaram e o nutrido rol de descalabros da sua administração somou mais um, este bem gordo e sofrido em casa. A que sucede – a série continua – a vitória da esquerda na Colômbia, país que Washington considera estratégico para a sua dominação continental, sobretudo na componente militar.

Percebeu-se que qualquer coisa de muito diferente estava a acontecer ainda antes do início da cimeira, quando os serviços da administração Biden, seguindo o guião rotineiro com modorra burocrática, definiram a lista de participantes e a ordem de trabalhos. Cuba, Nicarágua e Venezuela foram excluídos dos convites, por serem «ditaduras»; e como ponto forte dos temas a discutir foi escolhido o das migrações continentais, o que era esperado porque habitualmente a agenda é definida em função dos assuntos que mais interessam aos Estados Unidos.

Então o inesperado aconteceu. Vários países de todas as regiões americanas – Norte, Centro, Sul e Caraíbas – fizeram saber que ou não estariam presentes ou não enviariam os seus chefes de Estado a Los Angeles por discordarem frontalmente das exclusões de nações impostas pelos anfitriões; e os países da América Central revelaram que não enviariam delegações por discordarem da agenda, essencialmente por considerem que o tema das migrações, fruto da miséria económica e social gerada pela praga colonial que os sangra há séculos, deve ser discutida bilateralmente com o actual responsável pela situação, os Estados Unidos.

Apanhado de surpresa com tão invulgar princípio de sedição no território que há muito é considerado «o quintal das traseiras» de Washington, o Departamento de Estado despachou um enxame de enviados ou entrou em contacto directo com os recalcitrantes distribuindo o habitual menu de ameaças e chantagens para que tudo voltasse à ordem natural e a cimeira decorresse como de costume, isto é sem ondas e com o coro do rebanho entoando o ámen final.

TURQUIA AINDA FECHA A PORTA À ENTRADA DOS ESCANDINAVOS NA NATO

Conferência da NATO em Madrid não vai trazer boas notícias para os escandinavos: Turquia volta a dizer que não aceita adesão

Há "espaço para negociar", há "reuniões bilaterais" agendadas, e não há "limite de tempo para concluir uma adesão". Foi com estas expressões que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia deixou claro, esta quinta-feira, que as propostas da Suécia e da Finlândia para responder às preocupações de segurança da Turquia com os curdos ainda não são suficientes para que Ancara dê luz verde às entradas na NATO

O governo turco não está a ponderar levantar o bloqueio à entrada da Finlândia e da Suécia na NATO, pelo menos não a tempo da reunião dos líderes da Aliança Atlântica, marcada para os dias 29 e 30 de junho, em Madrid.

Não existe uma data para a conclusão de um processo de entrada de novo membro, pelo que ainda há espaço para discussão. No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, já furou o balão das expectativas para a conferência de Madrid ao dizer esta quinta-feira, em conferência de imprensa, que as propostas dos dois países escandinavos não convenceram o Governo turco a mudar de posição.

"As delegações da Suécia e da Finlândia estiveram na Turquia, nós partilhámos as nossas preocupações e expectativas por escrito e, em resposta, os dois países entregaram-nos um documento com as suas propostas. Ainda não nos pareceram suficientes”, disse Çavuşoğlu, citado pela agência de notícias EFE, ao lado da sua homóloga britânica, Liz Truss, que reforçou a posição contrária dizendo que apoia a 100% a entrada dos dois países na NATO.

A Turquia considera que tanto a Suécia como a Finlândia apoiam as reivindicações do povo curdo por mais direitos e mais autonomia dentro do país, sendo que autonomia não têm nenhuma e, no que respeita aos direitos cívicos, de liberdade de religião e expressão, de utilização da própria língua, de educação e mesmo de identidade, têm enormes limitações. Mas a Turquia defende-se, dizendo que as milícias curdas como o PKK, organização considerada terrorista não só pela Turquia como também pela União Europeia, provocam violência e instabilidade no país - e por isso Ancara não vê com bons olhos o facto de que ativistas pela causa curda tenham um palco livre para comunicarem com o mundo, a partir da Escandinávia.

DEVIA DE TER VERGONHA, SENHOR ZELENSKY

Da TSF retiramos algumas das notícias de ontem e de hoje (24.06) acerca da Ucrânia. A começar por a frase do chefe dos criminosos nazis e antidemocráticos ucranianos que há cerca de oito anos aterrorizam opositores depois de saírem com sucesso do golpe de estado. Obviamente que na referência ao chefe salientamos o comediante Zelensky. Disse ele ainda ontem ao falar com o alegado socialista e antifascista (é?) António Costa, PM de Portugal, que “Portugal está connosco”.

Zelensky: "Portugal está connosco. Obrigado"

Volodymyr Zelensky agradeceu o apoio de Portugal à candidatura da Ucrânia à União Europeia.

Não, senhor chefe do regime golpista e nazi Zelensky, quem está consigo e seus pares ucronazis é o governo português em obediência ao estado-mor terrorista dos EUA e aos servilistas desse mesmo regime que fazem por lacaios os governos dos países da União Europeia. Há milhões de portugueses que não estão consigo quando se apercebem dos crimes desumanos e antidemocráticos que o regime que chefia tem cometido. Juntamos um resumo da “lavagem ao cérebro” que na Europa e em Portugal tem sido comum e perdura um pouco por todo o mundo, omitindo vergonhosamente os crimes contra a humanidade e contra a democracia praticados pela escória de criminosa que você chefia e de que é presidente. O povo ucraniano merece viver em paz e fazer parte da União Europeia, se essa for a sua vontade? Claro que sim. Mas também merece que seja feita justiça aos crimes e à repressão aos seus oponentes que na sua chefia têm sido praticados. Você, senhor Zelensky, tem sido um sábio comediante manipulador com a superior proteção e conluio dos EUA e de elites da UE mas quem olhar atentamente  para as suas práticas e de seus coadjuvantes antidemocráticos perceberá da sua impreparação para cumprir os requisitos adequados e exigidos para a entrada da Ucrânia na União Europeia. Na sua sapiência de esgoto tem conseguido enganar muitos… Mas não consegue enganar todos. Nem todo o Portugal e nem todos os portugueses estão consigo e seus cúmplices (a maioria não está). O mesmo acontece com a população mundial apesar das mentiras e graves omissões acerca de hediondos atos dos criminosos que o rodeiam e que você se esforça por lavar e arquivar no esquecimento da justiça que urge pôr em prática.

MAIS:

Momento "único e histórico". Zelensky celebra estatuto de candidata à UE da Ucrânia

Líder ucraniano saudou "sinceramente" a decisão dos líderes da UE no Conselho Europeu.

Não comemorem ainda. Podem deitar os foguetes mas pela certa que vão ter de apanhar as canas. A UE não pode admitir a entrada da Ucrânia (especialmente como pediu Zelensky), mas pode ter aceite a sua candidatura. Assim como da Moldovia. Há mais candidaturas de outros países. Não podem existir especiais favores seja a que candidato for sem cumprir os critérios de Copenhaga.

Saiba-se que: Um país torna-se elegível para aderir à UE mediante o cumprimento dos Critérios de Copenhaga, que são genericamente três. O critério político estabelece que o candidato terá de ter instituições estáveis que garantam a democracia, o Estado de direito, os direitos humanos e o respeito pelas minorias e a sua proteção. Só estando este requisito cumprido é que o Conselho Europeu decide a abertura das negociações. Os outros dois critérios são de natureza económica (uma economia de mercado a funcionar efetivamente) e de natureza comum à pertença comunitária (a capacidade para assumir as obrigações decorrentes da adesão, designadamente os objetivos de união política, económica e monetária). E a Ucrânia cumpre estes critérios? No plano político, estará “no bom caminho”, mas a professora universitária não deixa de apontar “um calcanhar de Aquiles muito signi­ficativo”: “os elevados níveis de corrupção”.

O regime ucraniano não cumpre estes critérios. Nem por sombras. Sabendo-se que a Ucrânia não tem sido cumpridora dos compromissos assumidos (exemplo no acordo de Minsk) compete à União Europeia ser exigente nas admissões que efetuar, sob pena de despoletar um escândalo que levará à sua implosão. Não será ficcão mas sim um facto. Na admissão da Ucrânia à União não haverá lugar para trapaças sem que graves consequências ocorram. As comédias de Zelensky ou de outros não podem ultrapassar o rigor exigido pelos critérios de Copenhaga. Nem mesmo que os EUA guinchem ou as vacas tussam. Portanto… Mostrem lá o que valem ou não valem, senhora Von Der Leyen, senhores das elites da U.E. 

MAIS:

Ucrânia anuncia retirada de tropas de Severodonetsk

Rússia intensificou ofensiva em Lugansk . Ucrânia diz não fazer sentido "manter posições que foram constantemente bombardeadas nos últimos meses". Siga na TSF o 121.º dia de guerra na Ucrânia.

Sim. Finalmente decidiram retirar e abrandarem a mortandade. Lugannsk está praticamente na totalidade nas mãos da Rússia. Lembremo-nos dos motivos da invasão russa ao território fronteiriço e mais além: desnazificar e desarmar. Significa que a tarefa está a ser cumprida e que só ainda não foi na totalidade porque os EUA, a UE, o Reino Unido, estão constantemente a rearmar o regime nazi  ucraniano. Fazem negócio, querem prolongar a guerra. Desses o que sempre vimos foi enorme hipocrisia. Estão-se absolutamente borrifando para o sofrimento humano dos povos. Sempre assim foi, tem sido, e também assim é na atualidade. A erradicação dos biolaboratórios semeados na Ucrânia pelos EUA próguerra biológica somam a totalidade? Esperemos que sim, para bem da humanidade. Senhor comediante e presidente Zelensky, não tem vergonha dessa desumanidade da preparação laboratorial para fazerem vítimas com produtos desenvolvidos biologicamente? Levou a Rússia a prevenir-se e avançar por sua defesa. Devia de ter vergonha. Devia demitir-se e ser justa e criteriosamente julgado junto com todo o seu séquito criminoso.

Bom dia. Paz na Ucrânia, paz na Rússia. Paz em todo o mundo. Abaixo os desumanos e os tiranos.

Redação PG | MM

“O ASSASSINATO DE CRIANÇAS NOS ÚLTIMOS 8 ANOS NÃO É GENOCÍDIO?”

FAINA SAVENKOVA PARA OLAF SCHOLZ: “O ASSASSINATO DE CRIANÇAS NOS ÚLTIMOS 8 ANOS NÃO É GENOCÍDIO?”

Há um ano, pedi ao Conselho de Segurança da ONU e ao UNICEF que trabalhassem para impedir a matança de crianças na Ucrânia no Donbass. Em seguida, houve uma carta ao presidente Zelensky, ao presidente francês Macron, ao papa Francisco e a Roger Waters. E agora ao chanceler alemão Olaf Scholz. Quando tentei alcançá-los como políticos sérios e figuras públicas, só queria uma coisa: ser ouvido. Que a matança de civis em Donetsk e Gorlowka pare. Mas infelizmente o chanceler está muito ocupado e o presidente Macron está de férias. Em seu lugar, seus assistentes e mordomos me respondem. Talvez eu esteja fazendo tudo isso por nada. Não sei. Mas eu gostaria de acreditar que, além dos políticos e da mídia, também existem pessoas normais que não querem a guerra. Nem na Alemanha, nem na Europa. E um dia eles certamente descobrirão que seus governos têm dito inverdades o tempo todo. Bem, vou continuar lutando e escrevendo. Talvez alguém ouça meu apelo e salve a vida de pelo menos uma criança no Donbass.


Olá, Sr Scholz!

Meu nome é Faina. Vivo em Lugansk, escrevo peças e contos e tento lutar pela paz.

Há oito anos, em 26 de maio de 2014, estourou a guerra em meu país natal. E em 2 de junho, um avião ucraniano bombardeou minha cidade natal. Durante todo esse tempo, a Alemanha e a França atuaram como garantes da paz, mas nada puderam fazer.

Em uma de suas entrevistas você disse que não houve genocídio no Donbass e que o que estava acontecendo lá não foi genocídio contra a população russa. O assassinato de crianças nos últimos 8 anos não é genocídio? E a proibição da língua russa, a demolição de monumentos a Pushkin, Chekhov, Bulgakov? Isso não é genocídio? Destruição e prisão de pessoas que discordam das autoridades – isso não é fascismo? A existência do site Mirotvorets não é uma violação dos direitos humanos?

Sou uma criança de 13 anos e é muito difícil para mim influenciar a situação, então tenho que pedir ajuda aos adultos. Senhor Deputado Scholz, gostaria de pedir a sua ajuda e de dizer que não devem ser fornecidas armas à Ucrânia, porque isso só faria mais vítimas.

Podemos ser considerados separatistas na Europa, mas imagine se amanhã uma região da Europa quisesse falar sobre autonomia. E imagine que em vez de negociar com eles, por exemplo, o governo da Alemanha ou da Grã-Bretanha envia um exército contra eles e começa a bombardear a capital daquela região. Você consegue imaginar algo assim na Europa?

Eu realmente gostaria que a Alemanha não se envolvesse em uma guerra, mas que ajudasse a resolver o problema pacificamente e que o presidente ucraniano viesse à mesa de negociações.

As crianças não podem dizer aos adultos o que fazer. Mas eles têm o direito à sua visão das coisas. E para pedir ajuda.

Faina Savenkova

Recebi a seguinte resposta:

Cara Faina,

Obrigado por sua carta de 27 de maio de 2022 ao Chanceler Olaf Scholz. Por favor, entenda que infelizmente não é possível que o Chanceler Federal responda a você pessoalmente. O número extraordinariamente grande de letras não permite isso. No entanto, podem ter a certeza de que o Chanceler presta muita atenção às manifestações de opinião e vontade das pessoas que assim se dirigem a ele. Todas as cartas são avaliadas e incorporadas à formação da opinião política.
Agradeço por me enviar suas reflexões pessoais. Eles foram anotados aqui.

Atenciosamente

Em nome de
Nadine Wachter

Imagem da resposta:

Campanha de Zelensky de assassinatos, sequestros e tortura de opositores políticos

Trajetória sinistra:   de comediante a carrasco ao serviço de Washington

Max Blumenthal e Esha Krishnaswamy [*]

Apesar de dizer que defende a democracia, Volodymyr Zelensky proibiu a oposição, ordenou a prisão de rivais e presidiu ao desaparecimento e assassinato de dissidentes em todo o país.

Zelensky definiu a guerra do seu país contra a Rússia como uma batalha pela própria democracia. Num discurso cuidadosamente coreografado ao Congresso dos EUA em 16 de março, Zelensky declarou: “Neste momento, o destino do nosso país está a ser decidido: se os ucranianos serão livres, se serão capazes de preservar sua democracia”.

Os grandes media dos EUA deram cobertura a Zelensky através de uma imprensa bajuladora, que conduziu uma campanha para nomeação ao Prémio Nobel da Paz e inspirando um extravagante tributo musical a si mesmo e aos militares ucranianos durante a cerimonia de prémios do Grammy em 3 de abril de 2022. Contudo, os media ocidentais olharam para o lado quando Zelensky e altos funcionários do seu governo aprovaram uma campanha de sequestro, tortura e assassinato de políticos ucranianos acusados de colaborar com a Rússia. Vários presidentes de municipalidades e outras autoridades foram mortas desde o início da guerra, alegadamente por agentes do Estado, após se envolverem em negociações para a redução da escalada de guerra da Rússia.

“Há um traidor a menos na Ucrânia”, afirmou o assessor do Ministério de Assuntos Internos, Anton Geraschenko, apoiando o assassinato de um presidente de câmara acusado de colaborar com a Rússia.

Zelensky explorou ainda mais a atmosfera de guerra ao proibir uma série de partidos da oposição e ordenar a prisão dos seus principais rivais. Decretos autoritários desencadearam o desaparecimento, tortura e até assassinato de ativistas de direitos humanos, comunistas, gente de esquerda, jornalistas e funcionários do governo acusados de simpatias “pró-Rússia”.

Os serviços de segurança ucranianos, o SBU, serviram como o braço de execução da campanha de repressão oficialmente autorizada. Treinado pela CIA em estreita coordenação com os paramilitares neonazis apoiados pelo Estado, o SBU desde o início da guerra encheu o seu vasto arquipélago com masmorras de torturas de dissidentes políticos. Enquanto isso, no campo de batalha, os militares ucranianos envolveram-se numa série de atrocidades contra tropas russas capturadas e exibiram orgulhosamente os seus atos sádicos nas redes sociais. Também aqui, os perpetradores de violações dos direitos humanos parecem ter recebido a aprovação dos altos escalões da liderança ucraniana.

Enquanto Zelensky diz disparates sobre a defesa da democracia perante o público ocidental, ele usa a guerra para decretar um sangrento expurgo de rivais políticos, dissidentes e críticos. “A guerra está sendo usada para sequestrar, prender e até matar membros da oposição que se expressam críticos ao governo”, comentou um ativista de esquerda perseguido e espancado pelo SBU em abril. “Todos devemos temer por nossa liberdade e nossas vidas”.

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