sábado, 24 de setembro de 2022

A propaganda do medo, controle mental e guerra cerebral do governo dos EUA

EUA: MESTRES DO ENGANO

John W. Whitehead*  e  Nisha Whitehead* | South Front | análise

“É função da agitação em massa explorar todas as queixas, esperanças, aspirações, preconceitos, medos e ideais de todos os grupos especiais que compõem nossa sociedade, social, religiosa, econômica, racial, política. Mexa-os. Coloque um contra o outro. Dividir e conquistar. Essa é a maneira de suavizar uma democracia. ”-  J. Edgar Hoover,  Mestres do Engano

#Traduzido em português do Brasil

O governo dos EUA tornou-se um mestre do engano.

Está tudo documentado também.

Este é um governo que mente, trapaceia, rouba, espiona, mata, mutila, escraviza, viola as leis, extrapola sua autoridade e abusa de seu poder em quase todas as ocasiões; trata seus cidadãos como estatísticas sem rosto e unidades econômicas a serem compradas, vendidas, trocadas, negociadas e rastreadas; e faz guerras por lucro, prende seu próprio povo por lucro e não tem escrúpulos em espalhar seu reino de terror no exterior.

Pior, este é um governo que se tornou quase indistinguível do mal que afirma estar combatendo, seja esse mal sob a forma de  terrorismo , tortura,  tráfico de drogas,  tráfico sexual, assassinato, violência, roubo, pornografia,  experimentações científicas  ou qualquer outro meios diabólicos de infligir dor, sofrimento e servidão à humanidade.

A cada dia que passa, fica dolorosamente claro que este não é um governo em que se pode confiar sua vida, seus entes queridos, seu sustento ou suas liberdades.

Recentemente, por exemplo, o Pentágono foi obrigado a  ordenar uma revisão abrangente das operações clandestinas de guerra psicológica dos EUA  (ops psi) conduzidas por meio de plataformas de mídia social. A investigação vem em resposta a relatórios sugerindo que  os militares dos EUA estão criando personas falsas com fotos de perfil geradas por IA e sites de mídia fictícios no Facebook, Twitter e Instagram para manipular usuários de mídia social .

A guerra psicológica , como o 4º Grupo de Operações Psicológicas do Exército dos EUA explicou em um  vídeo de recrutamento  divulgado no início deste ano, permite que o governo  puxe as cordas, transforme tudo o que toca em uma arma, esteja em todos os lugares, engane, convença, mude, influencie e inspire .

Das muitas armas do vasto arsenal do governo, a guerra psicológica (ou psy ops) pode assumir muitas formas:  experimentos de controle mental, estímulo comportamental, propaganda.

SOUTH FRONT SOB ATAQUE INFORMÁTICO

Caros amigos,

Hoje, ao meio-dia CEST, o SouthFront sofreu um ataque maciço e sofisticado. Como resultado das ações bem-sucedidas de nossa equipe, o site foi restaurado às 14h30. Às 16h30 CEST, a transmissão foi restaurada.

South Front

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LIXO MEDIÁTICO ALASTRA EM ANGOLA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O espaço mediático universal está saturado de lixo. Intoxicado. Irrespirável. Até há pouco tempo Angola ainda não era um estado submerso na porcaria da Redacção Única. Agora, pela mão da TPA, está igual ao pior que existe. Porque se tornou uma espécie de criada para todo o serviço da CNN Portugal e da Euronews. Estamos malé, malé, malé. Como não ganharam as eleições, vão fazer política de terra queimada na comunicação social. Falsas notícias, manipulação, mentiras puras e duras, intrigas. Esperem para ler, ver e ouvir. 

O Tenente General José Miguel Tchimpolo, guerrilheiro da primeira hora, Herói Nacional, faleceu. A TPA deu a notícia do falecimento. Na peça é afirmado que aderiu às FAPLA em 1962. Assim se falsifica a História Contemporânea de Angola. Na data da sua adesão à luta armada não existiam as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) porque foram fundadas em 1 de Agosto de 1974. Existia o Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA).

Erro gravíssimo da TPA. O rigor é a marca distintiva do Jornalismo. O EPLA nasceu pela necessidade de organizar os políticos que queriam levar a sua militância nacionalista revolucionária até à luta armada. As FAPLA nasceram num momento em que a coligação mais agressiva e reaccionária que alguma vez se formou no mundo, se preparava para impedir a Independência Nacional e colocar Angola sob a esfera do Zaire de Mobutu e da África do Sul do apartheid. 

A proclamação dos comandantes da guerrilha no dia 1 de Agosto de 1974 significou um cerrar fileiras à volta da liderança de Agostinho Neto, posta em causa pelas chamadas “revoltas”, do Leste e Activa e que levou à paralisação da guerrilha. Após a proclamação, o alto comando português viu-se obrigado a assinar o cessar-fogo com o MPLA, na chana do Luinhameje, Frente Leste. Esta assinatura contrariou a decisão de afastar o MPLA do processo de descolonização, tomada pelos presidentes Nixon e Spínola, na Base das Lajes (Açores) nos dias 18 e 19 de Junho de 1974.

Para repor o acordado, face à Proclamação das FAPLA, Spínola marcou um encontro com Mobutu, que teve lugar em 14 de Setembro de 1974. O ditador de Kinshasa recebeu luz verde do presidente de Portugal para invadir o Norte de Angola e anexar a província de Cabinda. Os oficiais do Movimento das Forças Armadas em Angola (MFA) e o almirante Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa de Angola, decidiram imediatamente partir para o cessar-fogo. Espero que percebam a diferença entre o EPLA e as FAPLA. 

Antes da Independência Nacional, as datas mais marcantes da História de Angola Contemporânea são o 17 de Setembro (nascimento de Agostinho Neto), 10 de Dezembro de 1956 (fundação do MPLA), 4 de Fevereiro de 1961 (início da luta armada de libertação nacional), 15 de Março de 1961 (grande insurreição no Norte de Angola) e 1 de Agosto de 1974 (Proclamação das FAPLA). Para a UNITA e accionistas da Sociedade Civil falsificar a História de Angola é uma necessidade vital. Sem aldrabices, não existem. A TPA não pode entrar nesse jogo.

Ontem, um “correspondente” do canal público de televisão disse que o discurso de Joe Biden na Assembleia Geral da ONU “foi histórico e vai mudar a guerra na Ucrânia”. Mais aldrabices, mais desfaçatez. Biden atacou violentamente um país, a Federação Russa, e um Chefe de Estado, Vladimir Putin. E disse esta piada: “Se as nações puderem perseguir as suas ambições imperiais sem consequências, isso significa que estamos a colocar em risco tudo o que as Nações Unidas defendem e pelo qual foram criadas”. 

Angola | Adalberto Braço Direito do Líder da Oposição – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O líder da Oposição é ninguém. Vive numa bolha de Cacimbo, entre a fronteira de Massabi e Namacunde, chafurda nos mangais do Lobito e desembarca em carruagem de primeira classe no Luau. Não tem nome nem rosto. É um fantasma. Nzumbi com crista caída e canto metálico dos galos anunciando o apodrecer em vez do amanhecer. Tocam sempre a pauta errada. 

Isto está malé malé malé. A Lusa, agência noticiosa oficial da UNITA há três dias que não pia nem canta de galo. Uma tragédia. Adalberto desapareceu em combate. Dizem que está no Reino Unido para negociar as ossadas da rainha. Também quer ficar rico com o negócio. Toca a todos. 

Os marimbondos da propaganda do Galo Negro abandonaram a zunga de banha da cobra e estão a gozar os bagos de jinguba que receberam pelo serviço. Só Ismael Mateus insiste. Hoje garante no Jornal de Angola que o MPLA perdeu votos porque o titular do Poder Executivo não marcou as eleições locais. Este é mais modesto. Pelos vistos contenta-se com um lugar nas listas da UNITA numa qualquer comuna do Cuando Cubango. Será a Jamba? Tenham piedade daquela gente sofrida!

O pacote legislativo que permite realizar eleições autárquicas ainda não está totalmente aprovado. Falta uma peça importante. Quando a ignorância se casa com o populismo descabeçado está tudo lixado. Querem eleições locais sem estar definido o quadro orgânico das autarquias. Ainda não foi aprovada a Lei que cria o Poder Local. Portanto, falta tudo! Estão com imensa pressa de acomodar clientelas políticas aos milhares.

Depois fica tudo pior. Mas é isso mesmo que o líder da UNITA quer: Quanto pior, melhor. O líder fantasma, que não se mostra, não se dá a ver, não apareceu nos comícios da campanha eleitoral. Atirou para a frente o desgraçado Adalberto que agora quer fazer fortuna no negócio das ossadas. Cuidado! Esta tropa até é capaz de matar a mãe só para lhe vender as ossadas. Sei do que falo. O outro deixou os recursos minerais para se dedicar às ossadas porque dão mais fortuna e amores ardentes. 

O Adalberto da Costa Júnior é o rosto do presidente fantasma da UNITA, organização política na qual se destacou como porta-voz de Jonas Savimbi, mesmo quando o líder do partido já estava morto. Fica registada nos anais das piadas políticas uma afirmação sua, sobre o fim do genocida.

Brasil | CARTA A UM HOMEM MAU -- Marcia Tiburi

"Não desejo a você o mal que você produz, mas sei que ele te encontrará, para além do mero fato de ele já estar em você", escreve Marcia Tiburi

Marcia Tiburi* | Brasil 247 | opinião

Eu não posso começar essa carta dizendo “Prezado”, como se faz com pessoas que não conhecemos pessoalmente, também não posso escrever “desprezado”, que seria o contrário, porque, de fato, o conceito de desprezível é, ele mesmo, algo desprezível.  

#Publicado em português do Brasil

Não tenho certeza que você esteja entendendo o que quero dizer, mas mesmo assim vou confiar na possibilidade de que sua maldade não tenha afetado sua inteligência de modo irrecuperável.  

É um fato que tanto a inteligência, que podemos designar por uma espécie de virtude cognitiva, quanto a bondade, que podemos designar como uma virtude ética, estão intimamente conectadas. Então, quando me refiro à sobrevivência de algum grau de inteligência na sua pessoa, refiro-me também à possível sustentação de algum grau de bondade. Evidentemente, tais conceitos complexos não podem ser assumidos de um ponto de vista dado no senso comum, espaço mental e linguístico no qual estamos todos mergulhados, principalmente porque no momento atual, o senso comum é um território de confusão mental e cognitiva. Em vez de ser um espaço onde buscamos entendimento, tornou-se um lugar onde o desentendimento e a perturbação tomaram conta. Você tem tudo a ver com isso. 

Você ajudou, com palavras e atos, a corromper a mentalidade e a sensibilidade de muita gente.  

É justamente isso o que me faz desconfiar que você não seja tão desinteligente como parece. É que, seja por intuição, seja por hábito, você entendeu desde muito cedo que a esfera pública é onde se constrói o poder político, algo que você sempre desejou ter, mesmo que não soubesse exatamente por quê. E você atuou para dominar a esfera pública. Você queria a alma de cada um, mas queria também a alma de todos e, como deixou claro, a morte para quem não concordava com você. E você sabia que, ao falar assim, conquistaria espaço, assim como quando tocou no profundo sentimento de medo que paralisa as pessoas, ao elogiar um torturador como quem diz: vejam do que sou capaz.  

Desde que você começou a ter alguma fama, você parece atuar para perturbar a mentalidade e a sensibilidade das pessoas com o objetivo de possui-las. E você conseguiu. Em termos muito simples, você descobriu que o discurso de ódio funcionava com as massas. No começo foi algo meio intuitivo. Você percebia que ao falar coisas ruins e propor ações também ruins, você conseguia seguidores e era ovacionado. Depois vieram as redes sociais e nelas você repetiu tudo o que já havia experimentado na vida analógica ao longo de décadas de exercício de falcatruas. Bastava falar grosserias, dizer coisas ofensivas e confiar que ninguém acreditaria no que você estava dizendo e fazendo e assim ir avançando, sem que ninguém percebesse muito bem o que você fazia, até chegar ao topo. Você era parte da democracia e, para muitos, inimputável antes de se beneficiar de um foro privilegiado.

Juiz autoriza Uol a mostrar matérias das compras de imóveis por família de Bolsonaro

Mendonça contraria Bolsonaro e autoriza Uol a mostrar matérias sobre compras de imóveis pela família do presidente

#Publicado em português do Brasil

Na decisão que está em sigilo, Mendonça disse que, no Estado Democrático de Direito, deve ser assegurado o amplo exercício da liberdade de expressão. Afirmou que a censura não encontra amparo na Constituição.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça derrubou a decisão da Justiça do Distrito Federal e liberou a reportagem do Uol sobre imóveis avaliados em R$ 26 milhões e comprados em dinheiro vivo pela família Bolsonaro. A medida vale até que a reclamação do portal Uol seja julgada pelo Supremo.

Na decisão que está em sigilo, Mendonça disse que, no Estado Democrático de Direito, deve ser assegurado o amplo exercício da liberdade de expressão. Afirmou que a censura não encontra amparo na Constituição.

Segundo a reportagem, publicada em agosto, a família Bolsonaro teria adquirido 107 imóveis nas últimas três décadas, dos quais 51 foram comprados com dinheiro em espécie. Em valores corrigidos pela inflação, o montante equivale hoje a quase R$ 26 milhões.

A reportagem consultou mais de mil páginas de documentos de cartórios de imóveis e registros de escritura, e percorreu 12 cidades para checar endereços e a destinação dada às propriedades, além de consultar processos judiciais.

Na decisão que ordenou a retirada das reportagens, o desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti disse entender que os textos, escritos pelos jornalistas Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, se basearam em uma investigação anulada pelo Superior Tribunal de Justiça. (com Brasil 247 e Diário do Centro do Mundo/Caroline Stefani)

Jornal do Brasil 

A ONU E OS SEUS “HUMANITÁRIOS” COM PILAS DE AÇO E MENTES DE ABUSOS

Alegações de abuso sexual contra trabalhadores humanitários em campo da ONU no Sudão do Sul

Sam Mednick  e  Joshua Craze | Investigação de The New Humanitarian & Aljazeera

Havia sete anos de sinais de alerta. Então, por que os esforços têm sido tão lentos para prevenir o abuso sexual em Malakal?

#Traduzido em português do Brasil

Malakal, Sudão do Sul - Relatos de abuso sexual cometidos por trabalhadores humanitários em um campo administrado pela ONU no Sudão do Sul surgiram pela primeira vez em 2015, dois anos após o início da guerra civil no país. Sete anos depois, esses relatórios não apenas continuaram, mas aumentaram recentemente, segundo uma investigação do The New Humanitarian e da Al Jazeera.

As revelações chegam em um momento tenso, com a ONU estimando que cerca de 5.000 pessoas deslocadas podem estar indo para o campo em Malakal em breve e os atuais moradores temendo que esse influxo possa aumentar os incidentes de abuso e exploração sexual (SEA). Eles dizem que esses incidentes não foram controlados, apesar de uma força-tarefa liderada pela ONU encarregada de lidar com o problema.

Os moradores também temem que a violência recente da qual essas pessoas estão fugindo se infiltre no local da Proteção de Civis (PoC) - confrontos recentes entre as tribos Shilluk e Nuer no campo já começaram.

Trabalhadores humanitários que trabalharam no local do PoC disseram a repórteres que relatos de abuso começaram a surgir logo após a abertura do campo no final de 2013, mas a investigação do The New Humanitarian e da Al Jazeera descobriu que a escala do abuso cresceu desde então, de acordo com trabalhadores humanitários. residentes do acampamento e vítimas. Os repórteres também analisaram vários documentos da ONU e de ONGs.

Uma mulher disse que engravidou em 2019 de uma trabalhadora local do Programa Mundial de Alimentos (PAM) - embora a relação tenha sido consensual, a maioria dos grupos de ajuda, incluindo o PMA, proíbe relações sexuais com beneficiários de ajuda devido aos fortes desequilíbrios de poder entre trabalhadores humanitários e beneficiários de ajuda. . Ela disse a repórteres em dezembro de 2021 que está tão preocupada com o abuso sexual contínuo que está colocando sua filha mais velha, agora com 15 anos, em controle de natalidade.

Uma adolescente disse que tinha 15 anos quando uma trabalhadora local da Visão Mundial a estuprou e a engravidou. Com medo de seu futuro, ela disse que tentou se enforcar antes de decidir deixar o acampamento na tentativa de construir uma vida melhor.

A Visão Mundial disse que estava abrindo uma investigação imediata sobre o caso da mulher, enquanto o PMA disse que não poderia comentar sobre casos específicos.

MARROCOS COMPRA POLÍTICOS EM ESPANHA. PSOE É O LOBBY MARROQUINO

Le Mirage ou como Marrocos compra políticos socialistas como Zapatero, José Bono, López Aguilar...

Salamu Hamudi Bachri* | Rebelion

“O lobby marroquino na Espanha chama-se PSOE”. Uma frase lacônica e lapidar, mas que sintetiza a dura realidade. É o que afirma o ex-delegado em Marrocos da agência EFE, há 16 anos, Javier Otazu. Jornalista experiente. E ele não é sem razão. Marrocos conseguiu penetrar nos ossos da Espanha graças aos barões do PSOE.

Mas antes de assumir as teses marroquinas e branquear o regime de Mohamed VI, todos foram batizados no mesmo lugar: passar a noite (sem limites) totalmente de graça e como um rei no luxuoso hotel Le Mirage , na cidade litorânea de Tânger. Para o resto dos mortais, a noite custa 8.000 euros. E a história começou com esta declaração de amor: “É um lugar muito agradável, confortável e discreto, com uma bela vista aberta. Eu poderia passar todas as minhas férias de verão aqui”, disse um descontraído Felipe González, enquanto inalava um charuto, e seus pés mergulhando na jacuzzi, em 13 de agosto de 1998 em entrevista ao jornal El País.

Lançado o anzol, e com base nessa descrição idílica de González, todos os aprendizes de feiticeiro socialista sucumbiram ao encanto paradisíaco do ambiente de Tânger e ficaram à mercê do regime alaouita. A lista do coven que passa as férias em família é extensa: José Luis Rodríguez Zapatero; Miguel Ángel Moratinos; Trinidad Jiménez; Bernardino León Gross; Maria Antônia Trujillo; Elena Valenciano... E o último a dormir profundamente entre seus lençóis de seda foi José Bono Martínez.

Mas há sempre uma condição: o 'Open Sesame' do Le Merage é assumir e defender a todo custo que o Saara Ocidental é marroquino. E nisso, eles não tinham escrúpulos, nem vergonha, nem princípios, nem finesse, nem bom senso. Eles aceitaram sem questionar. E aí temos, mais papistas que o Papa. Acotovelado por quem diz a coisa mais estúpida sobre o Sahara Ocidental a favor de Marrocos.

Mas como não bastam as palavras, e diante de tanto entretenimento, prebendas e presentes, foi preciso subir a escada e encontrar uma forma de agradar e retribuir favores. Então, eles decidiram que, a partir de agora, vão se inscrever em qualquer bagunça aonde vão para se fazer de bobo e falar mil maravilhas sobre o Marrocos, e sobre sua suposta panacéia chamada autonomia para o Saara Ocidental.

E empurrou, agora de novo, para ocupar os primeiros lugares numa suposta reunião em Gran Canaria (22 e 23 de setembro) de um pequeno grupo que afirma defender a "paz e segurança", e que, no entanto, o Centro Nacional A Agência Espanhola de Inteligência (CNI) afirma, inequivocamente, que é uma “tela” para os serviços secretos marroquinos na Espanha (El País, primeira página 7 de junho).

Um grupo criado há apenas dois anos, em plena pandemia de COVID-19, que carece de meios financeiros, e que pretende falar sobre o que é melhor para os saharauis, sem consultar os saharauis. Confundir o pessoal com o qual os membros das Nações Unidas (entidade totalmente imparcial no conflito saharaui) irão participar. Ou que o direito à autodeterminação é uma aposta caprichosa da Frente Polisário, quando na verdade é a opção defendida por todas as resoluções do direito internacional e da legalidade. Entre outras promessas delirantes e pomposas de quem nasceu para perder.

Aqueles socialistas que se gabavam de defender os princípios mais elementares, agora abraçam o discurso de um regime ditatorial e antidemocrático, e que, sem desalinho, tentam retratar o que defenderam ontem com as mãos no coração. A começar por José Luis Rodríguez Zapatero, que segundo os organizadores abrirá o encontro. Que prometeu resolver o conflito saharaui em apenas seis meses, para que alguns anos mais tarde merecesse o excepcional cordão de classe Alaouí da mão de Mohamed VI, tornando-se, juntamente com Felipe González (e pelo caminho Pedro Sánchez e José Manual Albares ) um dos maiores vigilantes dos interesses de Marrocos na Espanha e na América Latina.

E o segundo na fila é José Bono. O ex-falangista de boa origem, transformado em socialista, passou metade da sua vida a clamar pelos direitos do povo saharaui pelo qual "se sentia próximo, amigo e solidário", em entrevista à EFE a 14 de Novembro de 2010; e reconhecendo abertamente que "Marrocos não é uma democracia nem pode ter o nível ou a consideração de um país amigo porque é uma ditadura encoberta por um poder pessoal", segundo El País em 21 de agosto de 2001.

Algum tempo depois dessas declarações, o próprio Felipe González sugeriu a Bono visitar o Marrocos para "entender melhor a realidade", em reunião com a EFE em 2001. E cara, eu fiz isso, mudou tanto a realidade que ele até ousou tirar a roupa princípios (se ele os tivesse) para colocar um djellaba em um casamento celebrado no ano passado por esta época; e (bingo!) em Tânger, o refúgio favorito da elite socialista.

E uma vez batizado ali, o ex-presidente de Castilla La Mancha, ex-ministro da Defesa, ex-presidente do Congresso dos Deputados, ex-casado, ex-amigo da Polisario, já não lhe parece que Marrocos "não não respeitar os Direitos Humanos", mas que nós saharauis temos de aceitar a autonomia num regime que ele mesmo disse que deveria estar "num museu arqueológico". Afinal, o que se espera de alguém que é amigo do ditador da Guiné Equatorial Teodoro Obiang e Mohamed VI.

Mas por mais malabarismo e descaramento que alguns pretendam exibir, entrando em mangas de onze metros, basta dizer-lhes que a realidade do conflito saharaui é o que é: uma questão de justiça e legalidade internacional. E não há escapatória para lugar nenhum, sem personagens, sem estados, sem leis, sem traidores que possam mudar seu curso. Qualquer solução deve ter o pleno e soberano consentimento do povo saharaui através de um referendo de autodeterminação. Quem quiser juntar-se a nós, seja bem-vindo, e quem sair vendendo a alma e o prestígio a soluções supostamente ilegais que só existem no papel, diga-lhes que, se o povo saharaui resistiu durante meio século, não tem dúvidas de que continuará ... Há vontade e determinação até o fim.

*Salamu Hamudi Bachri, é um jornalista saharaui.

Rebelión publicou este artigo com a permissão do autor através de uma licença Creative Commons , respeitando sua liberdade de publicá-lo em outras fontes.

Angola | UMA BRINCADEIRA DE MAU GOSTO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Jornal de Angola fez um excelente trabalho sobre o Centenário do Nascimento de Agostinho Neto. E enviou a Cabo Verde o revisor Rui Ramos, falso jornalista até ao dia em que Luísa Rogério lhe ofereceu uma carteira profissional. É um novato na profissão, por isso se compreende que o “enviado especial” se tenha limitado a escrever umas linhas sobre uma pensão no Mindelo onde a família Neto pernoitou. Entrevistou a um administrador hospitalar porque a unidade que administra se chama Agostinho Neto. E deu um salto ao Tarrafal onde o Fundador da Nação nunca esteve preso.

Aos leitores do Jornal de Angola deixo uma parte do livro JENNY A NOIVA DO VESTIDO AZUL (Memórias de Maria Eugénia Neto). Por mero acaso sou o autor:

“O ministro do Ultramar, Adriano Moreira, recebeu-a várias vezes. Jenny diz que ele foi sempre gentil e até preocupado com a situação. Sempre lhe garantiu que Neto seria libertado brevemente, era uma questão de dias, e depois ia ser colocado na Ilha de Santo Antão como delegado de saúde. Um dia informou que a partida estava para muito breve e deu-lhe cinco mil escudos para a viagem. Maria Eugénia não aceitou:

- Não posso aceitar dinheiro do regime que prendeu o meu marido!

Adriano Moreira olhou-a fixamente, muito sério, e respondeu:

- Aceite, o dinheiro que lhe dou. É meu, não é do regime, quero oferecê-lo ao seu filho!

E ela aceitou. O director da PIDE ficou zangado com Adriano Moreira por ele ter nomeado Neto para o cargo de delegado de saúde em Cabo Verde. Hoje Maria Eugénia recorda:

“Estou muito grata ao Professor Adriano Moreira, que na época era o ministro do Ultramar. Ele foi sempre muito gentil comigo e recebia-me ignorando o protocolo. Nunca marquei nenhuma audiência, eu aparecia e insistia que queria falar com o ministro, ele recebia-me. Acho que teve pena de mim, uma jovem com um bebé nos braços e o marido preso nas mãos da Pide…”

Esse dinheiro teve grande utilidade. Maria Eugénia recorda:

“Foi com ele que paguei o hotel, na Ilha do Sal. Estivemos lá vários dias, até chegar o avião que nos levou para o Mindelo e daí, tomámos o barco, para Santo Antão”.

A partida do casal para Cabo Verde, no aeroporto de Lisboa, foi emocionante. Dezenas de estudantes angolanos foram ao aeroporto despedir-se e só se ouvia o grito Neto! Neto Neto! Entre esses angolanos estava um jovem que mais tarde se distinguiu na direcção da UNITA: Jorge Valentim. Numa entrevista à Televisão Pública de Angola revelou um detalhe interessante: “O Jonas Savimbi foi dos que mais se distinguiu na mobilização dos estudantes angolanos para nos irmos despedir de Neto ao aeroporto, na sua partida para o exílio, em Cabo Verde. Mas depois não apareceu!”

O casal chegou a Santo Antão e Agostinho Neto assumiu logo as suas funções de delegado de Saúde, ao mesmo tempo que dava consultas aos doentes. Maria Eugénia recorda a chegada:

“Encontrámos gente muito simpática que nos manifestou carinho e amizade. Fomos alojados na casa destinada ao médico da ilha. Estava quase em ruínas e parecia uma lixeira. Foi preciso arranjar quase tudo. O meu marido era médico de 30 mil pessoas e tinha de dar assistência à leprosaria. Até fazia o papel de veterinário. Os donos dos animais, agradecidos, faziam-nos ofertas daquilo que produziam. Foi a primeira vez que tivemos alguma paz e pudemos dedicar-nos ao nosso filho, o Mário Jorge, ainda bebé. Consegui pôr a casa confortável, apesar das dificuldades. Na ilha viviam dois casais de funcionários públicos, portugueses, que se tornaram nossos amigos. A vila era apenas uma rua e existia uma loja. Comprei um pano nessa casa comercial e fiz dele uma toalha que bordei à mão. Um dia convidei os nossos amigos para um lanche, foi a minha primeira aventura na cozinha. O meu marido trabalhava de manhã à noite, via 90 doentes, diariamente. Fez um trabalho heroico com aquele povo, visitava os doentes nas aldeias. Fazia partos, apesar de não ser especialista. Um dia, uma mulher com 40 anos, no fim da gravidez, apareceu no posto médico, com complicações. Ele durante alguns dias estudou a melhor forma de fazer o parto. O bebé não queria nascer e a mãe já dava sinais de grande cansaço. Era preciso agir. Estavam em perigo duas vidas. O médico Agostinho Neto conseguiu um grande êxito. Quando veio a casa, perguntei-lhe: Vitória ou derrota? E ele, feliz como uma criança, respondeu calmamente: Vitória! Acabara de nascer um rapagão com mais de quatro quilos! Os pais deram ao menino o nome de Agostinho Neto.

Nesse dia foi uma festa. O povo dizia que ele tinha magia. Aquele tempo que passámos em Santo Antão foi importante para a formação humanística de Agostinho Neto e até para a sua poesia.

Maria Eugénia saiu de Santo Antão, grávida de oito meses. Foi para Portugal e lá nasceu a filha Irene:

“Ela nasceu a 23 de Julho e chegámos à Praia em 17 de Setembro, o dia do aniversário do meu marido. Atravessei o Oceano duas vezes, com duas crianças, sem a ajuda de ninguém. Na minha ausência, depois da despedida, Neto tentou fugir. Mas foi apanhado e enviado de castigo para a Cidade da Praia”.

Foi lá que Agostinho Neto conheceu a sua filha Irene e se deu o reencontro com Jenny: 

“Como era o dia do aniversário do meu marido, fizemos uma pequena festa. Já tinha começado a Grande Insurreição no Norte de Angola, eu levava uma fotografia com uma cabeça de um negro espetada num pau, exibida por militares portugueses. Tinha mostrado esse quadro de horror a algumas pessoas. A polícia soube e veio a meio da festa revistar tudo. A foto estava dentro de um envelope com outras fotos. O polícia fingiu que não viu, mas no dia seguinte vieram prender o meu marido.

Agostinho Neto foi colocado na Ilha da Boavista onde as condições eram bem piores do que em Santo Antão. "Ainda estava em Lisboa com os meus filhos e ele mandou-me uma carta, para que a minha mãe viajasse comigo e com as crianças para Cabo Verde, porque iria precisar de ajuda na nova morada. Cuidei dos meus filhos e do meu marido, ainda que as condições fossem sempre péssimas. Respondi a essa carta dizendo que a minha mãe tinha que ficar em Lisboa. O meu cunhado Loló (José Agostinho Neto) estava preso no Aljube, com Roberto de Almeida, que também é da nossa família. Disse ao meu marido numa carta: A minha mãe tem que ficar em Lisboa, porque os rapazes precisam dela, para não se sentirem tão isolados na prisão e terem alguém que lhes trate da roupa e leve tudo o que precisam à cadeia.”

O enviado especial do Jornal de Angola não foi ao hotel do Sal onde o casal esteve alojado vários dias. Mas foi a uma pensão do Mindelo onde passou uma noite. Faro de repórter! Não foi à Ilha de Santo Antão onde Neto fez medicina de alto nível, muitos meses. Jornalismo de camionista analfabeto de pai e mãe. Não foi à olha da Boavista para onde Neto foi castigado. Grande repórter! O oportunismo levado às últimas consequências e um atentado ao Jornalismo. Não desculpo esta punhalada no excelente suplemento que os esforçados técnicos do Jornal de Angola produziram.

*Jornalista

Angola | Às Armas Contra as Eleições e os Russos -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O mundo que oferece dinheiro e armas à Ucrânia estava à espera que o Presidente Putin declarasse guerra ao actor de Kiev, para ser uma coisa mais séria. Não aconteceu. Uma fraqueza, dizem os chefes de Washington. Uma farsa, diz Macron. Uma cobardia diz Zelensky. Mas a TPA, canal público angolano, declarou mesmo a invasão russa e só fala de guerra. Dinheiro da embaixada dos EUA em Luanda untando as mãos e aclarando as vozes, ou ordens superiores? Quero lá saber, Mal por mal, que fale mais alto o dinheiro fácil.

O dinheiro dos diamantes de sangue ainda chega para uns quantos escribas dizerem que houve fraude eleitoral. E não pensem que são só os desgraçados que recebem. Os ricos também são bafejados. Eu também recebi o meu bocado. Houve fraude eleitoral sim! Não escondam mais. Nada de silêncio cúmplice. Eu confesso que vi a fraude eleitoral e não posso guardar silêncio. 

Em Lisboa, enquanto decorria a votação, centenas de apoiantes do Galo Negro perturbaram a votação, entupindo a porta de entrada. No passeio em frente, uma turba de arruaceiros exibia cartazes de apoio à UNITA e a Adalberto da Costa Júnior. Fraude eleitoral pura e dura. O delegado do Galo Negro na mesa de voto foi obrigado a deixar o seu posto, vir à rua e dizer às televisões que os manifestantes, nada tinham a ver com a UNITA. Ele sabia que aquilo era uma fraude!

No Porto aconteceu o mesmo. Eu vi. Dezenas de galináceos intimidavam quem queria votar. Votou, sentou. Um aplauso para o pessoal consular que ignorou a fraude eleitoral e não chamou a polícia para impor a ordem pública, eleitoral e democrática, Houve fraude, sim.

Em muitas assembleias de voto de Luanda, a tropa galinácea fez toda a espécie de desmandos. Votou, sentou. Votou, ameaçou. Votou, insultou. Votou, agrediu. Há imagens desses assaltos aos locais de voto. Mas por pudor, não são exibidas. 

Também para não contrariar a versão oficial de que tudo correu bem e houve civismo. Não foi assim. A tropa de choque da UNITA intimidou, ameaçou, agrediu, em todo o país. Grandes fraudes eleitorais. Estou de acordo que tenham sido ignoradas. Como eu não tenho nada a ver com estas tácticas, denuncio: a UNITA e accionistas da Sociedade Civil cometeram muitas fraudes eleitorais. Nem assim conseguiram ganhar.

O Velho Continente Está Podre de Pobre – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Mais de metade da riqueza do mundo está nas mãos de um por cento da população. Não é preciso ler os calhamaços todos de O Capital. Nem o Manifesto Comunista. Muito menos A Conquista do Pão, para acabar com tal desigualdade. Basta saber onde estão os possidentes e as populações vizinhas juntam-se, urinam todos ao mesmo tempo para os palácios dos ricaços e eles morrem afogados em urina. Depois os seus herdeiros ou distribuem a massa ou têm o mesmo destino. Facílimo.

O Eurostat (Serviço de Estatística da União Europeia) revelou que 95,4 milhões de pessoas estão em risco de pobreza ou exclusão social, mais de 21 por cento da população do cartel. Não lancem os foguetes, que ainda é cedo. No clube dos ricos da Europa existem 80 milhões de cidadãos  em situação de pobreza, entre os quais 20 milhões de crianças. É muito fácil resolver esta maka. Não mandam mais armas e dinheiro para os nazis da Ucrânia e fica tudo na paz dos anjos. Quem houve falar a Úrsula von der Leyen ou o caricato Macron fica a saber que ela tem um rei na barriga e ela a rainha finada. Grávidos no fim do tempo, estão mesmo quase a parir mais pobres. E eles, mais ricaços.

A Suécia é um país considerado perfeito, a social-democracia atingiu ali o expoente máximo. As políticas sociais atingiram o estádio supremo da justiça. Um dia destes os suecos foram a votos e elegeram a extrema-direita, que agora vai fazer governo ao serviço da NATO (ou OTAN). Como aconteceu com Hitler. Entregaram os exilados políticos curdos ao presidente Erdogan. É assim a democracia deles. 

Em Portugal, um benfiquista suburbano aparece todos os dias nas televisões aos berros, ameaçando que vai ser o primeiro-ministro. Não duvido, ele é o chefe do Chega, quadrilha de extrema-direita. Hoje o presidente Marcelo afirmou que a NATO (ou OTAN) é garante da paz mundial. A paz na Jugoslávia: destruição total do país ante a indiferença geral. Até destruíram a embaixada da República Popular da China em Belgrado. Implantou a paz na Líbia, país africano. Os esbirros da NATO assassinaram o Chefe de Estado e desmantelaram um dos países mais prósperos do mundo! Agora as grandes potências roubam o petróleo à vontade.

A extrema-direita nazi manda na Comissão Europeia. Manda na maioria dos países do cartel. Só não manda nos mais envergonhados. O Reino Unido é o que se sabe. A rainha esteve 70 anos no poder e o filho ameaça seguir o seu exemplo. A democracia deles é mesmo muito fácil. Istro vai ficar um paraíso, não tarda nada. O Zelensky derrota os russos e depois avançam os nazis para os seus postos.

Angola | APARÊNCIAS E ILUSÕES GALINÁCEAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O meu filho Eurico Tiago, barão do Catambor, nasceu com o cabelo loiro palha, aos caracóis. Estava asilado com a mãe em casa da minha saudosa amiga Helena Saraiva de Carvalho e do meu velho amigo Joãozinho, Mano Carapau, mais conhecido por general Tetembwa. A Lena teve ao mesmo tempo o seu Bebé. O Presidente Agostinho Neto foi lá a casa ver o novo rebento da família e quando viu aquele menino loiríssimo quis saber quem era. Alguém disse, com um sopor de voz, que era meu filho.

Agostinho Neto cultivava o humor e gostava mais de rir do que da política. Pegou no meu filho ao colo, passou-lhe a mão pelo cabelo e disse que um bebé assim tão bonito não podia ser filho de um pai tão feio! O que foi dizer.

Eu estava atrelado na casa do comandante Bolingô de no dia seguinte íamos registar o Eurico à Conservatória do Kinaxixi, depois de muitos adiamentos, porque não queria legalizar o miúdo num dia triste de Cacimbo. O meu amigo apanhou a deixa do Presidente Neto e disse que aquele loiro só podia ser filho de um holandês! Fosse de quem fosse, num dia pletórico de sol, registámos o Eurico com data de nascimento naquelas data, sob protesto do comandante Ndozi por falsificarmos a data de nascimento. Hoje ele está um calmeirão, pai de filhos, cientista angolano na área da oceanografia. Trabalhou no projecto transnacional que estuda a corrente fria de Benguela.

Quem é a Vice-Presidente Esperança da Costa? O Eurico respondeu: É uma das poucas cientistas que temos, de nível mundial. Não me conformo que tenha deixado a ciência para se dedicar à política.

Meu filho, nós precisamos de gente com alto nível na política. Ainda bem que a Vice-Presidente da República sacrificou a sua carreira de cientista durante cinco anos, para servir Angola. O povo do MPLA é assim. Sacrifica tudo pelo bem comum.

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