Artur Queiroz*, Luanda
O meu filho Eurico Tiago, barão do Catambor, nasceu com o cabelo loiro palha, aos caracóis. Estava asilado com a mãe em casa da minha saudosa amiga Helena Saraiva de Carvalho e do meu velho amigo Joãozinho, Mano Carapau, mais conhecido por general Tetembwa. A Lena teve ao mesmo tempo o seu Bebé. O Presidente Agostinho Neto foi lá a casa ver o novo rebento da família e quando viu aquele menino loiríssimo quis saber quem era. Alguém disse, com um sopor de voz, que era meu filho.
Agostinho Neto cultivava o humor e gostava mais de rir do que da política. Pegou no meu filho ao colo, passou-lhe a mão pelo cabelo e disse que um bebé assim tão bonito não podia ser filho de um pai tão feio! O que foi dizer.
Eu estava atrelado na casa do comandante Bolingô de no dia seguinte íamos registar o Eurico à Conservatória do Kinaxixi, depois de muitos adiamentos, porque não queria legalizar o miúdo num dia triste de Cacimbo. O meu amigo apanhou a deixa do Presidente Neto e disse que aquele loiro só podia ser filho de um holandês! Fosse de quem fosse, num dia pletórico de sol, registámos o Eurico com data de nascimento naquelas data, sob protesto do comandante Ndozi por falsificarmos a data de nascimento. Hoje ele está um calmeirão, pai de filhos, cientista angolano na área da oceanografia. Trabalhou no projecto transnacional que estuda a corrente fria de Benguela.
Quem é a Vice-Presidente Esperança da Costa? O Eurico respondeu: É uma das poucas cientistas que temos, de nível mundial. Não me conformo que tenha deixado a ciência para se dedicar à política.
Meu filho, nós precisamos de gente com alto nível na política. Ainda bem que a Vice-Presidente da República sacrificou a sua carreira de cientista durante cinco anos, para servir Angola. O povo do MPLA é assim. Sacrifica tudo pelo bem comum.
O rapaz voltou à carga: e a Carmen Van-Dúnem? Uma cientista de altíssimo nível. Criou a escola de pescas do Namibe que é uma universidade muito boa, em qualquer parte do mundo. Agora foi para o governo como ministra das Pescas e Recursos Marinhos. Perdemos uma cientista. Acho que ficámos todos a perder.
Meu filho, precisamos de muita qualidade no Executivo. Quanto mais alto for o nível das ministras e dos ministros, mais sobe o nível dos cidadãos. É errado descermos à mediocridade em vez de elevarmos a mediocridade à excelência.
Rafael Marques, condecorado pelo Presidente João Lourenço, escreveu no Maka Angola do seu dono George Soros: “Com a recondução dos mesmos conselheiros no seu gabinete, dos mesmos ministros e dos mesmos governadores perdedores nas suas províncias, dá a ideia de que o presidente desistiu do país e dos angolanos”.
Meu filho Eurico, por favor, explica ao condecorado kamanguista quem são as cientistas Esperança da Costa e Carmen Van-Dúnem.
O condecorado volta à carga: “A escolha do elenco do governo que acaba de ser nomeado parece ter-se baseado na teoria do mais próximo, revelando total ausência de bom senso político e de vontade de mudança. A escolha, segundo essa teoria, assenta nos laços de proximidade com o decisor máximo. Mais parece que Lourenço decidiu vingar-se do eleitorado, nomeadamente ao manter no governo a equipa económica liderada por Manuel Nunes Júnior.”
Alguém explique ao servente do George Soros que o Titular do Poder Executivo tem de escolher para seus auxiliares, os mais capazes, os mais eficazes, os mais competentes, mas também os que são próximos. Rafael Marques preferia que em vez da cientista Esperança da Costa, fosse para a Vice-Presidência o Chivukuvuku. Mas tem de se conformar com a derrota dos seus. O povo falou assim, está falado.
O criado do nazi multimilionário George Soros ainda atira com mais esta dentada aos calcanhares de João Lourenço, o seu condecorador: “O presidente não escolheu nem o povo nem o MPLA. Optou por seguir a sua intuição, em vez de governar de forma transparente”. Já cá faltava o insulto e o golpe baixo. E acaba com um conselho: “João Lourenço tem de ultrapassar com urgência três obstáculos: a arrogância política, a incompetência, a instrumentalização política da justiça e partidária da comunicação social”. Está enunciado o programa de quem lhe paga. Tanta ilusão anima o banditismo político.
Ginga Savimbi é filha de Jonas Malheiro, que adoptou o pseudónimo Vimbi (cadáver). Pelos vistos, alguns filhos gostaram. A menina Ginga também. Entrevistada pela Deutsch Welle, instrumento oficial da UNITA, a filhota do criminoso de guerra disse muito despachada: “Mantemos o princípio de que as eleições foram fraudulentas. Houve fraude e nós reclamámos desde o princípio. O Governo que tomou posse é o mesmo Governo, são os mesmos ministros que foram reconduzidos, são as mesmas pessoas. Então, não acredito que haverá algum tipo de mudança dentro do país, porque é o mesmo Presidente, que diz ser eleito pelo povo, que está a tentar meter medo ao povo”.
A menina mete no discurso uma parte do Adalberto, uma parte do Numa e outra do Rafael Marques. Minha filha, abandona esse sinédrio de assassinos. Ainda vais a tempo. Olha que as aparências iludem e não é pouco.
A menina Ginga Savimbi gosta muito do papá que se entreteve a matar as mães dos seus filhos e das suas filhas. Felizmente ela não é órfã de mãe. Diz Ginga sobre o criminoso de guerra, seu progenitor: “Eu acredito que Jonas Savimbi sempre se preocupou muito com o povo”.
Ginga, preocupadíssimo! Fogueiras da Jamba. Cercos do Huambo, Luena e Cuito. Comboio do Zenza. Atentado à bomba no aeroporto de Luanda, Assassinato dos colegas de partido que ousavam contrariá-lo. Escravas sexuais. Ajudante de campo dos racistas de Pretória. Adorava o povo que lhe pagava. Mas odiava de morte o Povo Angolano. Abre os olhos, Ginga!
*Jornalista
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