sábado, 10 de dezembro de 2022

ADEUS MUNDIAL: DE BESTIAIS A BESTAS E O IMINENTE LAVAR DA ROUPA SUJA


Eis a manchete do Jornal de Notícias poucos minutos depois do término e derrota de Portugal no encontro com a equipa africana de Marrocos no Mundial do Catar. Lusos eliminados e a caminho de casa.

Os média foram rapidíssimos a anunciar a má nova. Talvez por isso conseguiram, por enquanto, antecipar-se ao que aí vem em catadupas: a lavagem da roupa suja dos bestiais que num ápice passaram a bestas, do Santos que não fez milagres apesar de ser um habitué de Fátima e manter uma relação de amizade e crença com a santa. E este e aquele. E a Federação Portuguesa de Futebol. Más línguas, muitos más línguas. E a arbitragem. Pois.

Preparem-se. Estão a caminho os habituais da lavandaria para a lavagem da roupa suja. O costume..

Relaxem. Vozes de burros não chegam aos céus. Lá por isso preparem-se.

Aos da seleção resta aconselhar complacência e o tradicional "desculpem qualquer coisinha".

Muito obrigado.

Redação PG

NESTE NATAL SEJA SOLIDÁRIO, AJUDE UM RICO A SOFRER MENOS

Uma das coisas que salta logo à vista é a preocupação com que vivem todos os dias com a vida dos pobres. Eu, para vos ser sincero, nem me consigo pôr nos sapatos deles para conseguir imaginar a dor que é acordar todos os dias raladíssimo com os pobres.

Diogo Faro - A Cantiga é uma Arma | em Setenta e Quatro

Há um silêncio ensurdecedor generalizado, que por vezes é rasgado por um grito angustiante de verdadeira dor: é um rico a dizer que está muito preocupado com os pobres.

O silêncio é a nossa apatia, a de todos enquanto sociedade, perante o sofrimento que aflige tantos ricos. Numa altura do mundo, e do país, em que se fala tanto em minorias e opressões, em que tanta gente se mostra tão importada com os direitos das mulheres, da comunidade gay e não sei quê, dos negros, ou até dos coitados dos deficientes (ou pessoas com deficiência, como os politicamente corretos dizem, pronto), é no mínimo profundamente hipócrita que se fale tão pouco da tirania de que são alvo os ricos.

E uma das coisas que salta logo à vista é, como disse no início, a preocupação com que vivem todos os dias com a vida dos pobres. Eu, para vos ser sincero, nem me consigo pôr nos sapatos deles para conseguir imaginar a dor que é acordar todos os dias raladíssimo com os pobres.

Por exemplo, ainda há dias o Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, acordou com o habitual fardo de liderar uma das empresas mais ricas do país e de pertencer aos 5% da população portuguesa que detém mais de metade do total de riqueza do país e, como todas as manhãs, foi ao banco online verificar que os lucros da sua empresa se mantinham em pelo menos 419 milhões de euros, só em 2022. Depois levantou-se, e teve logo que se irritar com o chef particular que tem em casa por lhe ter feito umas torradas em vez de ovos de codorniz benedict, como se ele morasse em Linda-a-Velha ou noutro qualquer subúrbio, e dispôs-se a enviar um e-mail a todos os seus colaboradores, a quem paga o salário mínimo, para desejar um bom dia e pedir que sejam resilientes apesar de lhes ser cada vez mais difícil comprar comida no próprio supermercado onde trabalham, por causa da subida dos preços. Não conseguindo guardar para si o sofrimento de saber que existem pobres e, tendo as mãos atadas, não podendo fazer absolutamente nada para impedir que as pessoas passem fome, foi dar entrevistas para mostrar esta sua profunda preocupação que, quase de certeza, lhe anda a tirar o sono. Pode só tirar durante 10 ou 15 segundos, mas isto é tempo que vale imenso dinheiro por estarmos a falar de um CEO.

Portugal | O CONSELHO ECONÓMICO E SOCIAL

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

O Conselho Económico e Social (CES) completou este ano 30 anos de vida. Francisco Assis, seu atual presidente, assumiu, publicamente, desde 2021, que a melhor forma de assinalar essa efeméride seria "fomentar a reflexão e o debate sobre o papel do CES na sociedade portuguesa" (Lusa, 17/8/2021), objetivo que à partida será louvável, se o exercício for rigoroso, designadamente na identificação do que é sociedade civil (CES) e do que é Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS). Segundo essa notícia, Assis "encarregou o académico Miguel Poiares Maduro de coordenar esse trabalho".

A Constituição da República estabelece no seu artigo 92.º que "O Conselho Económico e Social é o órgão de consulta e concertação no domínio das políticas económica e social, participa na elaboração das propostas das grandes opções e dos planos de desenvolvimento económico e social e exerce as demais funções que lhe sejam atribuídas por lei". Tomando este enquadramento, as experiências do percurso feito, os problemas socioeconómicos com que o país se depara e ainda o contexto europeu e internacional em que as forças mais conservadoras e retrógradas estão a tentar induzir retrocessos civilizacionais, que "alteração da lei do CES e da reformulação de várias das suas práticas internas", sugeridas por Assis, se deverão fazer?

Na passada segunda-feira, São José Almeida escreveu ("Público") que o PSD, no seu projeto de revisão constitucional, propõe "a transferência do articulado sobre o CES, para a parte política da Constituição" e que Poiares Maduro é "responsável pela elaboração da proposta". Este membro do CES, na qualidade de "personalidade de reconhecido mérito" que não se põe em causa, vai assim desempenhar o papel da clássica rábula de Ivone Silva: Olívia patroa, Olívia costureira.

Quinta-feira chegou às livrarias a obra do jornalista Pedro Tadeu "30 anos de Conselho Económico e Social", realizada por solicitação do presidente do CES. Trata-se de um relato "com base em 29 depoimentos de governantes, sindicalistas, líderes de confederações patronais e antigos presidentes do CES" (contracapa). Tadeu e Assis (introdução) assumem que os eventos dominantes vieram da "sua estrutura autónoma de maior impacto público, a CPCS" que, por lei, é presidida pelo primeiro-ministro.

Angola | PRESIDENTE DO CATEMBE E OS EXCREMENTOS DA PAZ – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Ao lado do Diário de Luanda existia um botequim simpático e o tasqueiro fazia o melhor catembe de Luanda. Tornei-me cliente habitual pela bebida mas também pela clientela certa e segura, permanente, que jamais faltava: Doentes internados na psiquiatria de Luanda, ali mesmo ao lado, dirigida pelo famoso Doutor Rosales. Todos tinham uma história de abandono, pelos familiares. Ninguém queria malucos em casa. 

Um desses clientes, mestiço, era homem culto e vestia com elegância. Camisa com colarinhos à italiana, gravata, casaco de linho branco, calça de gabardina, sapatos de verniz. Cabelo penteado para trás e risca ao meio. Brilhantina em abundância. Os outros companheiros de hotel diziam que ele ficou maluco por causa da sífilis. Mas nunca assumiu a loucura.

Enquanto bebíamos um copázio de catembe ele segredava-me: Eu sou o general Carmona e vou demitir o Salazar. Já assinei o despacho.

Tirando esta mania ele tinha um discurso muito coerente. Sabia latim e grego clássico. Ao terceiro catembe recitava de cor, extensos trechos da Eneida. Se já estava mesmo bêbado, espetava o dedo na minha cara e troava: Rapaz, sabes o que quer dizer democracia? A palavra vem do grego e resulta de demos (povo) mais kratos (poder). Salazar é um ditador, vou demiti-lo. Sou o general Carmona. 

Depois eu ia para a oficina paginar com o palhaço Popoff, que era um grande operário gráfico. Ele atravessava a Avenida Lisboa, cambaleando, indiferente aos carros que iam e vinham do aeroporto. Queria ajudá-lo a atravessar mas recusava resolutamente: Eu sou o general Carmona, rapaz!

Primeiro avião de bandeira timorense começa a operar em 2023 em várias rotas

O proprietário da empresa timorense Aero Díli disse hoje que o primeiro avião de bandeira timorense começa a voar em 2023 em várias rotas, num investimento de 10 milhões de dólares (9,5 milhões de euros).

O avião, um A320, “está na inspeção geral na Malásia. Deveremos arrancar no mês de janeiro com o lançamento. Estamos a planear as rotas e à espera das autorizações finais do Governo. Queremos fazer Díli-Darwin [norte da Austrália], Díli-Singapura, Díli-Indonésia, Díli-Filipinas e Díli-China, dependendo do mercado”, disse Lourenço de Oliveira em entrevista à Lusa.

“O avião está em modelo de ‘leasing’, já com um pagamento inicial de garantia para dois anos. Será uma operação comercial normal, mas queremos oferecer preços mais competitivos do que os atuais”, explicou.

Dono de dois casinos em Díli e com investimentos em aquacultura e agricultura, entre outros, Lourenço de Oliveira tem no último ano operado parte das ligações aéreas entre Díli e Bali, na Indonésia, utilizando um modelo de charter com aviões das empresas Air Asia e Sriwijaya Air.

Uma experiência, garante, que lhe permite “conhecer bem o mercado” e que permitirá aplicar “preços competitivos” com a operação da Aero Díli.

O sonho de ter um avião de bandeira timorense começou há cerca de seis anos quando Lourenço de Oliveira decidiu ele próprio tirar o curso de piloto, comprando depois três pequenas avionetas para viagens domésticas em Timor-Leste.

TIMOR-LESTE INAUGURA PORTO DE ÁGUAS PROFUNDAS NA BAÍA DE TIBAR

Desde dia 30 de novembro que Timor-Leste tem operacional o seu porto de águas profundas, na Baía de Tibar. O novo porto, a primeira parceria público-privada (PPP) do país, tem como objetivo melhorar o serviço logístico de Timor-Leste e responder à evolução do setor marítimo-portuário.

Entre os objetivos desta nova infraestrutura portuária está aumentar a atratividade de Timor-Leste na região da Ásia-Pacífico e acelerar a economia regional, bem como o desenvolvimento económico do país, transformando-se num hub de transhipment naquela região.

Localizado a 12 km da capital, Díli, exigiu um investimento de 490 milhões de dólares, levou quatro anos a construir, tem um cais de 630 m de comprimento, fundos de -16 metros, equipamentos de movimentação de última geração, nomeadamente dois pórticos (STS) e quatro pórticos de cais (e-RTG), o porto de Tibar Bay está preparado para receber navios de até 7.500 TEU e pode manusear mais de 200.000 TEU por ano.

Ao abrigo da primeira PPP de Timor-Leste, a Bolloré Ports detém a concessão do novo terminal por um período de 30 anos. “Estamos satisfeitos com a conclusão deste grande projeto, o maior até à data em Timor-Leste. Sentimo-nos honrados pela confiança do governo timorense e fizemos todos os possíveis para a satisfazer. Estamos presentes no país há muitos anos e orgulhosos desta nova contribuição para a economia local. Juntos, vamos desenvolver as atividades do porto de Tibar Bay com a ambição de o posicionar como uma infra-estrutura de referência na região Ásia-Pacífico”, disse na inauguração Philippe Labonne, CEO da Bolloré Ports.

Supply Chain Magazine

Moçambique | DÍVIDAS OCULTAS: "PERMANECEM DÚVIDAS", diz consultora

Consultora Oxford Economics Africa considera que condenações dão um sinal de confiança no sistema judicial de Moçambique, mas que se mantêm as dúvidas sobre o envolvimento do antigo e atual Presidente da República.

A consultora Oxford Economics Africa considerou que a conclusão do julgamento das dívidas ocultas de Moçambique dá um sinal de confiança no sistema judicial, mas mantém as dúvidas sobre o envolvimento do antigo e atual Presidente da República.

"A conclusão do mediático julgamento com condenações, juntamente com as sentenças de 12 anos atribuídas a Ndambi Guebuza, Gregório Leão e António Carlos do Rosário vai enviar uma forte mensagem e ajuda a restaurar a fé no sistema judicial de Moçambique, mas as dúvidas permanecem sobre o envolvimento do antigo Presidente Guebuza e, na verdade, também do atual Presidente Nyusi", disse o analista Louw Nel.

Em declarações à Lusa, o analista desta filial africana da consultora britânica Oxford Economics lembra que "Filipe Nyusi era ministro da Defesa na altura [da contração das dívidas] e tem havido muita especulação de que ele teria conhecimento da fraude".

"Na verdade, Guebuza tentou culpar o seu sucessor, em fevereiro, quando testemunhou que, apesar de não ser o responsável pela criação dos empréstimos em causa, o problema está em Nyusi", acrescentou.

As críticas, afirmou, "não causaram um dano permanente, já que Nyusi foi reeleito líder da Frelimo em setembro", mas o facto de não ir ser o candidato do partido em 2024 e de as críticas terem sido públicas "mostra que o desentendimento entre ambos e o escândalo das dívidas ocultas pode não ter tido o capítulo final na leitura da sentença" desta semana.

Preocupação com declarações de Chang

Na verdade, acrescentou, "a insistência de Maputo em querer que o antigo ministro das Finanças Manuel Chang seja extraditado para Moçambique e não para os Estados Unidos sugere que há preocupação sobre o que possa dizer quando testemunhar".

Deutsche Welle | Lusa

SEGURANÇA VITAL PARA ÁFRICA

Martinho Júnior, Luanda

COMO ENFRENTAR A TENSÃO MILENAR ENTRE SEDENTARIZAÇÃO E NOMADIZAÇÃO EM ÁFRICA

ABORDAR TRANSPARENTE E DESASSOMBRADAMENTE AS CAUSAS DOS DESEQUILÍBRIOS EM ÁFRICA, A FIM DE ENFRENTAR AS INESGOTÁVEIS CONSEQUÊNCIAS DA CONFERÊNCIA DE BERLIM

UM APONTAMENTO ACTUAL

Se há continente onde os riscos que recaem sobre a espécie humana são extraordinariamente palpáveis, numa época em que o planeta já está afectado e o homem pode desaparecer enquanto espécie, esse continente é África!

Explico:

Para além das tensões milenares que afectam, sob o ponto de vista da antropologia cultural, os relacionamentos entre processos de nomadização e processos de sedentarização, a Conferência de Berlim abriu espaço a ingerências, artifícios e manipulações de tal ordem que a vulnerabilização não só não terminou (África é uma ultraperiferia económica global), como vão ganhando algum espaço as tendências para a neocolonização, em especial para aqueles que não têm assumido a consciência da necessidade de mudança de paradigma. 

Numa conjuntura como essa, as questões que se prendem à segurança vital estão indexadas à água interior de todo o continente e por tabela à necessidade de dar continuidade à luta de libertação, pois o estado de subdesenvolvimento que afecta África é permissivo a impactos de ingerência e de manipulação, sobretudo em função dos expedientes de domínio do campo “ocidental” que responde ao diktat anglo-saxónico da hegemonia unipolar!

A segurança vital só se pode equacionar em África seguindo a trilha da multilateralidade, implicando capacidades tecnológicas e técnicas que, chegando de fora do continente, obrigam por outro lado aos próprios africanos a um esforço colectivo capaz de muito diálogo, busca incessante de consensos e busca de gestão comum de recursos como a água, ou seja, um conjunto muito alargado de interligadas e interconectadas questões que não devem ser alguma vez deixadas noutras mãos (é o caso corrente da barragem em construção no Nilo Azul, que requer a busca de consensos da Etiópia, do Sudão e do Egipto)!

A gestão do recurso água implica independência, soberania e sabedoria comum que abre horizontes de desenvolvimento sustentável a muito longo prazo (em benefício das presentes como das futuras gerações), pelo que qualquer artifício que implique outros interesses que não os africanos, deve ser considerado de ameaça potencial, ou mesmo um risco.

Angola | O INTESTINO GROSSO DO GALO NEGRO -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O bicho tem dentadura de leão. Mas não é leão. O bicharoco tem garras de leão mas não é leão. O animal feroz tem bafo de leão mas não é leão. O que é então? É a mulher do leão. O Sindicato dos Jornalistas Angolanos tem bafo de UNITA mas não é UNITA. Tem garras de UNITA, mas não é UNITA. Tem truques da UNITA mas não é UNITA. Tem discurso de Liberty Chiaka mas não é UNITA. O que é então? O intestino grosso da UNITA.

Teixeira Cândido tem bafo de Adalberto da Costa Júnior mas não é. Tem ejaculações precoces como o Adalberto mas não é. Faz de intestino grosso da UNITA talqualmente o Adalberto. Mas não é. Assalta o Sindicato dos Jornalistas Angolanos mas não é salteador. O que é então? O intestino grosso da UNITA.

Por isso, o Liberty Chiaka acaba de anunciar que a UNITA vai pôr milhões de militantes e simpatizantes do Galo Negro (está a ficar esbranquiçado à karkamano bóer…) na manifestação anunciada pelo Teixeira Cândido, em defesa da liberdade de imprensa. No final do desfile, o Abílio Camalata Numa, o Wuambu eo Paulo Lukamba Gato acendem uma grande fogueira na Praça da Independência e atiram lá para dentro os jornalistas de verdade que ousarem participar na golpada. Já estou com arrepios de frio!

Tal como já tinha informado vossas excelências, a aldrabice dos assaltos às instalações do Sindicato dos Jornalistas Angolanos é gato escondido com o rabo da UNITA de fora. Quando Teixeira Cândido associou o primeiro “assalto” à liberdade de imprensa, percebi logo que aquilo vinha do intestino grosso do Galo Negro. Ontem o Liberty Chiaka confirmou com uns peidos mal paridos. 

A “manifestação” do dia 17 de Dezembro pela “liberdade de imprensa” é uma golpada da UNITA. Golpe mesmo! Saibam as e os mais distraídos que há um movimento mundial que visa colocar no poder forças de extrema-direita de extracção nazi. A guerra na Ucrânia é uma peça dessa manobra internacional. Por falar nisso, tenho imensa pena que o Papa Francisco tenha afirmado que os “russos” estão a fazer na Ucrânia o mesmo que os nazis fizeram na Polónia. 

Angola | GOVERNO INDEFERE MARCHA PELOS DIREITOS HUMANOS EM LUANDA

Bloco Democrático convocou uma marcha para celebrar 74º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos. Governo alegou que não são permitidas "manifestações ou marchas" antes das 13:00 de sábado.

O Governo angolano indeferiu a marcha pelos direitos humanos em Luanda, convocada pelo Bloco Democrático, para este sábado (10.12), para celebrar o 74º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos.

Uma nota do Governo Provincial de Luanda dirigida ao secretário-geral do Bloco Democrático refere que a iniciativa, agendada para a manhã deste sábado (10.12), Dia Internacional dos Direitos Humanos, não se podia realizar, uma vez que "manifestações ou marchas" não são permitidas antes das 13:00 de sábado.

Alegou ainda o "risco de colisão de direitos ligados à segurança dos chefes de Estado e de Governo da OEACP", cuja cimeira decorre até hoje, tendo em conta que os "traçados predefinidos pelos órgãos que controlam o tráfego e mobilidade da província são próximos do itinerário proposto para a referida marcha".

Os promotores da marcha convidaram "amigos, simpatizantes, ativistas ligados à defesa dos direitos humanos e a sua promoção, e todos atores sociais e políticos a serem parte deste evento, de forma a massificar, fomentar e promover os direitos humanos e o respeito que este merece num Estado que precisa efetivamente de ser democrático e que as lesões acometidas pelo Regime, contra ativistas, políticos e outras pessoas singulares e coletivas possa ser resolvida em diálogo e com abertura para a participação do cidadão na vida política do seu país, e não persegui-los até a morte".

Borralho Ndomba (Luanda) | Deutsche Welle | Lusa

Conheça o Mural da Resistência em Luanda

Intervenção urbana inaugurada em Luanda com pinturas em homenagem a personalidades importantes da história recente em Angola.

Veja AQUI em Deutsche Welle as 10 fotos – imagens de Manuel Luamba

SITUAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU “É DE UMA PERIGOSIDADE ENORME” -- diz Tony Tcheka

A Guiné-Bissau atravessa dos piores períodos da sua história no pós-independência, diz o jornalista Tony Tcheka.

A situação política e social na Guiné-Bissau "é de uma perigosidade enorme", afirma o jornalista guineense Tony Tcheka, na foto, em declarações à DW. 

Tony Tcheka comenta que o país atravessa "um período mau" e "as pessoas estão completamente desoladas".

No plano político-social e cultural, o país "não está bem", comenta o jornalista. "Na história da Guiné-Bissau do pós-independência, é uma descaraterização daquilo que nós somos e para onde queremos ir. Isso é gravíssimo. Daí toda a violência que temos estado a viver no país".

O analista cita os raptos, ataques a advogados, juristas e ativistas defensores dos direitos humanos e, inclusive políticos, entre várias outras situações anómalas.

"Todos os que têm uma posição crítica em relação ao processo político em curso são imediatamente um alvo a abater", afirma Tony Tcheka, recordando o mais recente ataque ao advogado Marcelino Ntupé, que representa os 18 implicados no processo de tentativa de golpe de Estado de 1 de fevereiro. 

"O objetivo é adiar ou então mesmo anular o tal julgamento dos implicados no suposto ataque ao palácio do Governo", refere Tcheka. Para o guineense radicado em Portugal, o advogado é provavelmente uma "pedra no sapato" para as autoridades do país, a quem "não convém que haja julgamento porque pode ser um desaire do ponto de vista judicial", afirma.

Guiné-Bissau | Oposição questiona recenseamento sem clareza na CNE

Os partidos da oposição criticam o Presidente guineense por começar o recenseamento eleitoral sem a CNE. Acusam Sissoco Embaló de violar a lei. Em resposta, Sissoco diz que quem não concorda deve recorrer ao tribunal.

Persistem dúvidas sobre a realização das eleições legislativas na Guiné-Bissau, inicialmente marcadas para 18 de dezembro. Os partidos políticos da oposição e o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, não falam a mesma língua quanto à preparação do escrutínio.

Nesta sexta-feira (09.12), enquanto os partidos políticos se reuniam com o líder da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, em busca de consensos políticos sobre a composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE), o Presidente guineense estava a recensear-se em Gabú, a leste do país.

Umaro Sissoco Embaló foi o primeiro cidadão guineense a recensear-se, mesmo sem ter marcado a nova data das legislativas antecipadas. Com o cartão de eleitor na mão, Sissoco Embaló garantiu apenas que o pleito terá lugar em maio do próximo ano.

"Brevemente sairá o decreto que vai marcar a data das eleições. Os partidos políticos que tinham assento parlamentar concordaram com a realização das eleições em maio", disse o Presidente da República, aludindo ao acordo alcançado entre os partidos e o Governo sobre o período ideal para a realização do pleito.

ESTE REI VAI NU E DE MÃOS ENSANGUENTADAS - Maomé VI de Marrocos


Dia Internacional dos Direitos Humanos – não esqueçam isso

No dia Internacional de Direitos Humanos há que assinalar que Marrocos os enterrou há décadas e continuam ausentes do país ocupante, colonizador e assassino. -  porunsaharalibre

A contínua violação dos direitos humanos em Marrocos

O relatório da Human Rights Watch é avassalador: percorre as várias técnicas de vigilância ilegal intimidação, fabricação de provas, prisões arbitrárias, tortura e julgamentos injustos.

Ana Gomes – Luísa Teotónio Pereira | Público | opinião

Marrocos foi ontem submetido pela 4.ª vez a um dos mecanismos mais relevantes do Conselho de Direitos Humanos da ONU: o Exame Periódico Universal em matéria de Direitos Humanos. Serão conhecidas adiante as conclusões da sessão sobre a situação do país que é responsável pela proteção e a promoção dos Direitos Humanos dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas e no território não autónomo do Sara Ocidental, que ocupa ilegalmente desde 1975.

O relatório da Human Rights Watch é avassalador: percorre as várias técnicas de vigilância ilegal (com, entre outros, o uso alargado do programa de espionagem Pégasus), intimidação, fabricação de provas (incluindo de natureza sexual e financeira), prisões arbitrárias, tortura e julgamentos injustos. E chama a atenção para que às vagas sucessivas de repressão da imprensa independente, que deixou de existir, e dos respetivos jornalistas, se junta, como face da mesma moeda, um “eco-sistema mediático” apoiado, protegido e utilizado pelo regime para intimidar, caluniar e semear a confusão, tanto interna, como externamente.

... continua ...

Texto no jornal Público. Continuar a ler completo AQUI

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Maomé VI rei do Marrocos - criminoso-mor da ocupação ilegal do Shaara Ocidental

Maomé ibne Haçane ibne Maomé ibne Iúçufe Alauita, melhor conhecido como Maomé VI é rei de Marrocos desde a morte de seu pai Hassan II, em 1999. Wikipédia

Marrocos utiliza o desporto como arma política e instrumento de reconhecimento facial

porunsaharalibre

PUSL.- A selecção marroquina tem sido instrumental na difusão da propaganda do Reino de Marrocos utilizando o relvado da copa do mundo como palco.

Após o jogo Espanha – Marrocos, que a seleção marroquina ganhou, os seus jogadores exibiram a bandeira da palestina no relvado. Um acto de propaganda pura para agradar aos países árabes, uma vez que o Reino de Marrocos assumiu já publicamente o seu apoio ao regime assassino Sionista, com ratificação de acordos com Israel e colaboração ao nível militar.

Israel por seu lado é parte activa no financiamento e apoio à ocupação brutal e ilegal do Sahara Ocidental por Marrocos.

Agora a selecção marroquina divulgou um vídeo clamando o direito sobre o Sahara Ocidental propagando uma ocupação militar ilegal e um regime de repressão brutal como legitimo.

A copa do mundo desde o primeiro minuto deixou claro que os direitos humanos não interessam a não ser que seja na Ucrânia. O Futebol como veiculo de propoganda e legitimação do colonialismo e da violação de direitos humanos está muito longe dos “princípios, éticos e morais” papagueados pela FIFA.

Ataque a jornalistas: Al Jazeera processa forças israelitas no Tribunal Penal Internacional

A rede de notícias disse que o assassinato da jornalista palestino-americano Shireen Abu Akleh em maio foi parte de um ataque mais amplo a jornalistas na Palestina.

Julia Conley* | Common Dreams | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Após uma investigação que  a Al Jazeera  disse ter descoberto novas evidências sobre o  tiroteio fatal  do jornalista palestino-americano Shireen Abu Akleh em maio, a rede internacional de notícias disse na terça-feira que abriu um processo contra as forças militares israelenses no Tribunal Penal Internacional.

“A equipe jurídica da Al Jazeera conduziu uma investigação completa e detalhada sobre o caso e desenterrou novas evidências com base em vários relatos de testemunhas oculares, o exame de vários itens de vídeo e evidências forenses pertencentes ao caso”, disse a rede em um  comunicado  . declaração.

A investigação teria mostrado que Abu Akleh e seus colegas “foram alvejados diretamente pelas forças de ocupação israelenses” quando cobriam um ataque das forças em Jenin, na Cisjordânia ocupada, em 11 de maio.

“A alegação das autoridades israelenses de que Shireen foi morto por engano em uma troca de tiros é completamente infundada”, disse a  Al Jazeera .

Rodney Dixon, advogado da rede, disse aos repórteres que o TPI deveria identificar os indivíduos responsáveis ​​pela morte de Abu Akleh.

“As decisões do Tribunal Penal Internacional estipulam que os responsáveis ​​sejam investigados e responsabilizados”,  disse  Dixon. “Caso contrário, eles carregam a mesma responsabilidade como se fossem os que abriram fogo.”

O processo legal ocorre semanas depois que autoridades israelenses disseram que não iriam cooperar com uma investigação do FBI sobre a morte de Abu Akleh, que usava um colete e capacete que a identificava como membro da imprensa quando foi baleada na cabeça.

Israel disse que conduziu uma investigação que descobriu que a origem da bala que matou o veterano jornalista  da Al Jazeera  não pôde ser determinada porque estava muito danificada, sugerindo que as forças palestinas poderiam ter disparado a bala.

Outras investigações - incluindo uma investigação forense e balística liderada pelos EUA e uma do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos - descobriram  que as forças israelenses podem ter disparado acidentalmente a arma que matou Abu Akleh, enquanto uma investigação independente da Forensic Architecture no O Reino Unido e o grupo palestino de direitos humanos Al-Haq concluíram que as Forças de Defesa de Israel mataram intencionalmente o jornalista.

Dixon disse que o TPI deveria considerar o processo “no contexto de um ataque mais amplo à Al Jazeera e aos jornalistas na Palestina”, referindo-se ao  bombardeio  de um prédio que abrigava os escritórios da Associated Press e da Al Jazeera em maio de 2021.

“Não é um único incidente, é um assassinato que faz parte de um padrão mais amplo que a promotoria deveria investigar para identificar os responsáveis ​​pelo assassinato e apresentar acusações contra eles”, disse  Dixon  .

*Julia Conley é redatora da  Common Dreams .

Este artigo é da   Common Dreams.

À CONQUISTA DO ÁRTICO

Martinho Júnior, Luanda

DESDE OS MARES QUENTES DO ÍNDICO, SE DISTENDE O CORREDOR DE TRANSPORTE SUL-NORTE, EIXO DA TRANSIÇÃO SISTÉMICA GLOBAL…

A ÍNDIA, O IRÃO E A ÁSIA CENTRAL JUNTAM-SE AOS ESFORÇOS ENERGÉTICOS DA RÚSSIA.

UM APONTAMENTO ACTUAL

A Rússia está a aproveitar o aquecimento global na Sibéria e no Ártico:

Na Sibéria aumentam as explorações de petróleo e de gás, com que a Rússia está a suprir muitos dos seus parceiros multilaterais asiáticos, com a China e a Índia, as duas mais populosas nações da Terra, à cabeça;

No Ártico uma nova fornada de quebra-gelos nucleares vai possibilitar uma navegação todo o ano entre o Pacífico e o Atlântico, encurtando as rotas entre o extremo oriente e “o ocidente”, com a segurança garantida em função dum colar de pontos de apoio na costa norte da Federação Russa.

A Rússia, deixando de fornecer petróleo e gás à Europa, tem garantidos compradores por toda a Ásia, com preços competitivos, mas não deixando de corresponder à OPEP+…

Qualquer veleidade dos “straussianos” no sentido de levar o hegemon à disputa do Ártico, esvai-se por completo, por que a Rússia e seus parceiros multilaterais continentais interessados no Corredor de Transporte Sul-Norte (Índia, Irão, Ásia Central e Rússia), jogam para além das capacidades da economia e das finanças.

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