sábado, 10 de dezembro de 2022

Moçambique | DÍVIDAS OCULTAS: "PERMANECEM DÚVIDAS", diz consultora

Consultora Oxford Economics Africa considera que condenações dão um sinal de confiança no sistema judicial de Moçambique, mas que se mantêm as dúvidas sobre o envolvimento do antigo e atual Presidente da República.

A consultora Oxford Economics Africa considerou que a conclusão do julgamento das dívidas ocultas de Moçambique dá um sinal de confiança no sistema judicial, mas mantém as dúvidas sobre o envolvimento do antigo e atual Presidente da República.

"A conclusão do mediático julgamento com condenações, juntamente com as sentenças de 12 anos atribuídas a Ndambi Guebuza, Gregório Leão e António Carlos do Rosário vai enviar uma forte mensagem e ajuda a restaurar a fé no sistema judicial de Moçambique, mas as dúvidas permanecem sobre o envolvimento do antigo Presidente Guebuza e, na verdade, também do atual Presidente Nyusi", disse o analista Louw Nel.

Em declarações à Lusa, o analista desta filial africana da consultora britânica Oxford Economics lembra que "Filipe Nyusi era ministro da Defesa na altura [da contração das dívidas] e tem havido muita especulação de que ele teria conhecimento da fraude".

"Na verdade, Guebuza tentou culpar o seu sucessor, em fevereiro, quando testemunhou que, apesar de não ser o responsável pela criação dos empréstimos em causa, o problema está em Nyusi", acrescentou.

As críticas, afirmou, "não causaram um dano permanente, já que Nyusi foi reeleito líder da Frelimo em setembro", mas o facto de não ir ser o candidato do partido em 2024 e de as críticas terem sido públicas "mostra que o desentendimento entre ambos e o escândalo das dívidas ocultas pode não ter tido o capítulo final na leitura da sentença" desta semana.

Preocupação com declarações de Chang

Na verdade, acrescentou, "a insistência de Maputo em querer que o antigo ministro das Finanças Manuel Chang seja extraditado para Moçambique e não para os Estados Unidos sugere que há preocupação sobre o que possa dizer quando testemunhar".

Deutsche Welle | Lusa

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