segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Mundo condena tentativa de golpe no Brasil e manifesta apoio a Lula

Líderes mundiais repudiam terrorismo em Brasília e apoiam governo Lula. Presidentes da União Europeia, dos EUA e da América Latina rechaçaram tentativa de golpe no Brasil

Pragmatismo Político

Após atos de depredação nas sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), líderes de diversos países já se manifestaram sobre a ação de apoiadores golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, neste domingo (8).

O presidente da França, Emmanuel Macron, falou em apoio “incondicional” do país ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse no último domingo (1).

A vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas! O Presidente @LulaOficial pode contar com o apoio incondicional da França. — Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) January 8, 2023

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou o atentado à democracia e disse que a situação no Brasil é “ultrajante”. Afirmou que as instituições democráticas do Brasil têm todo o apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser abalada.

I condemn the assault on democracy and on the peaceful transfer of power in Brazil. Brazil’s democratic institutions have our full support and the will of the Brazilian people must not be undermined. I look forward to continuing to work with @LulaOficial— President Biden (@POTUS) January 8, 2023

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, condenou os ataques à democracia brasileira. Ele frisou que “usar a violência para atacar as instituições é sempre inaceitável”.

“Nos juntamos a Lula para pedir o fim imediato dessas ações”, afirmou.

Na América Latina, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi o primeiro a prestar solidariedade ao presidente Lula e sugeriu uma reunião de urgência da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Toda mi solidaridad a @LulaOficial y al pueblo del Brasil. El fascismo decide dar un golpe.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que a democracia “é o único sistema político que garante as liberdades e nos obriga a respeitar o veredito popular”.

“Aqueles que tentam desrespeitar a vontade da maioria ameaçam a democracia e merecem não só a sanção legal correspondente, mas também a rejeição absoluta da comunidade internacional”, destacou o líder argentino, que ressaltou seu “apoio incondicional” a Lula diante “dessa tentativa de golpe”.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, classificou como “covarde e vil” as ações de manifestantes de extrema direita que depredaram e atearam fogo em trechos de sedes dos Três Poderes.

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, falou em “ações golpistas dos bolsonaristas que agrediram o Congresso e outras instituições pilares da democracia no Brasil”.

“Nossa solidariedade ao irmão Lula e ao povo brasileiro. A direita bolsonarista segue o exemplo de Donald Trump e não aceita a derrota”, afirmou Morales.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, pediu “o retorno imediato da democracia” e condenou o assalto ao Congresso Nacional.

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez disse que os atos de terrorismo têm o “objetivo de gerar caos e desrespeitar a vontade popular manifestada com a vitória de Lula nas urnas”.

A invasão

Na tarde hoje, terroristas apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram e destruíram o plenário do Supremo Tribunal Federal e também depredaram o Congresso Nacional.

O plenário onde são realizadas as sessões do STF ficou completamente destruído. Cadeiras, câmeras e janelas do térreo foram quebradas. Sofás também foram rasgados.

Um grupo de milhares de extremistas bolsonaristas que marchava pela Esplanada dos Ministérios enfrentou os bloqueios policiais e invadiu o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF na tarde de hoje.

Os extremistas atacaram primeiro o prédio do Congresso. Eles enfrentaram os policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa do Congresso e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas. Eles também quebraram a vidraça do Salão Nobre do prédio e conseguiram entrar no Congresso Nacional, apesar de enfrentarem resistência da Polícia Legislativa.

Após a tomada do Congresso, um grupo menor também se dirigiu ao Palácio do Planalto, sede do governo federal, e conseguiu entrar na área externa do prédio. Policiais formaram uma barreira para impedir acesso ao interior do edifício, de onde despacham o presidente da República e vários ministros.

Os manifestantes conseguiram subir a rampa do Planalto, onde o presidente Lula recebeu a faixa presidencial há uma semana. O petista não está em Brasília. Ele viajou para Araraquara, no interior de São Paulo, para avaliar o impacto das chuvas que atingiram a região nos últimos dias.

‘Golpe não vai prevalecer’

O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse estar na sede da pasta para acompanhar a situação em Brasília, depois que um grupo de centenas de extremistas bolsonaristas enfrentou os bloqueios policiais e invadiu os prédios do Congresso Nacional e do STF.

Dino afirmou ainda que o governo do Distrito Federal prometeu reforços — o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, informou ter determinado ao setor de operações da pasta “providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília”.

Nas redes sociais, políticos brasileiros classificaram as cenas como “inaceitáveis” e falaram em “burrice”.

Imagem: Ton Molina | AFP

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