O vigésimo terceiro governo de Portugal completa hoje um ano de tomada de posse. Um ano a governar uns quantos e a desgovernar milhões de pobretanas, miseráveis e esfomeados de quase tudo - até de democracia de facto.
No Curto do Expresso do tio Balsemão Bilderberg o alerta da efeméride pós Geringonça é dado pela editora da SIC Cristina Figueiredo, que pergunta se vai haver festa. Só se for para alguns, muito poucos, daqueles fidelizados nos tais 1 por cento e seus fieis lambe botas à babuja de migalhas nem que seja misturadas com cremes de lavagens de dinheiro e corrupções. Para esses os crimes compensam... Oh, como sentimos isso na pele, no estômago e nas porcas e miseráveis vidas forçadas e penosas que nos reservam os salários indignos, os trabalhos indignos, as rendas de casa em que o salário mínimo não chega para a pagar mensalmente. E a carestia de vida, queridos senhores aniversariantes? E as promessas por cumprir e que deram a maioria absoluta ao falso Partido Socialista? E mais. Muito mais. Desonestidades, desigualdades, desumanidades, trapaças, etc., etc.. Não há desculpas para o atual governo aliado dos mais ricos e dos muito mais ricos, desse mercado esclavagista na prática a que chamam de capitais e outras coisas mais. Esses tais mercados que ditam guerras, fome e penúrias... E mortes. Estamos perante a desumanidade no seu pior, por enquanto. Porque ainda pode vir a ser muito, muito pior. E disso o 23º Governo não se demarca e não governa os portugueses igualitariamente, democraticamente, justamente, honestamente...
Assim sendo, expliquem-nos porque razões deve haver festa? Só se realmente fôr destinada a uns quantos. Muito poucos. Os que lucram com esta enorme rebaldaria do grande capital, dos milhões e múltiplos biliões para uma guerra de procuração ditada pelos EUA e operada pela subjugada elite que detém os poderes da União Europeia.
No Curto tem mais informação. Da melhor e principalmente da pior. Desfrute. Bom dia, se conseguirem. É evidente que por no PG sermos curtos e grossos não vamos à festa. Nem queríamos... Só se, assim, do nada, assente na revolta popular, acontecesse um novo 25 de Abril. Pois.
Muitos manguitos para o aniversário do XXIII governo de alguns...
MM | Redação PG
Hoje é dia de festa?
Cristina Figueiredo, editora de política da SIC | Expresso (curto)
Antes do mais um convite: Esta
sexta-feira, dia 31 de março, às 12h00, irá realizar-se mais um “Visitas à
redação”, exclusivo para assinantes. Inscreva-se através do mail producaoclubeexpresso@expresso.impresa.pt e
venha conhecer o seu jornal.
O XXIII Governo faz hoje um ano, mas a prenda é para os portugueses (será?): o
programa Mais Habitação vai ser aprovado em Conselho de Ministros, um
mês depois de ter sido anunciado num muito mediático powerpoint e de
ter sido sujeito a muitas e duras críticas, do atual Presidente da República
(que o considerou “inoperacional” e “inexequível”,
chamando-lhe “lei-cartaz”), do anterior Presidente da República (que o
classificou “absurdo” e lhe apontou a “falta de credibilidade”),
dos presidentes de Câmara de Lisboa e do Porto, de todos os partidos da
oposição (sem excepção) e, enfim, da generalidade dos agentes do mercado
imobiliário (senhorios e inquilinos incluídos).
António Costa aproveitou o encerramento das jornadas parlamentares do PS, na
terça-feira, para mostrar que registou o debate “bastante animado” que
o pacote motivou. Mas, fazendo jus à fama de “otimista irritante” (etiqueta
que um dia Marcelo Rebelo de Sousa lhe colou), só vê nisso razões para brindar
(com o copo obviamente meio cheio): “A primeira vitória que conseguimos
foi dar centralidade ao tema da habitação”. Demorou (pelo menos os sete
anos que Costa já leva
A conferência de imprensa do Conselho de Ministros está marcada para as
16h30 (hora indicativa). Mas a SIC já adiantou que o Executivo não vai deixar cair
nenhuma das medidas que causaram mais controvérsia (nomeadamente o arrendamento
coercivo, a taxa extraordinária sobre o alojamento local ou o fim de novas
licenças para AL), ainda que tenha introduzido pequenas alterações às ideias
iniciais. O que não significa senão que o Governo se reservou margem para
negociar o consenso com que o Presidente pediu que estas leis fossem aprovadas.
O debate transita agora para a Assembleia da República, onde já o aguardam
projetos-de-lei do PSD (que o PS, abstendo-se, deixou passar para a
especialidade). No fim se verá se há (ou não) recuo e se a maioria absoluta
socialista é efetivamente “dialogante”, como Costa gosta de se vangloriar
que é (voltou a fazê-lo no balanço deste ano de governação, nas jornadas
parlamentares socialistas).
Pelos vistos descrente nos bons resultados desse diálogo, e antes mesmo de
esperar para ver o que vai sair do Conselho de Ministros, a oposição já se foi
adiantando: Luís Montenegro garantiu que quando o PSD for Governo revoga o
arrendamento coercivo e descentraliza o tema Alojamento Local para as
autarquias; já o líder do Chega, André Ventura, tem esperança que o problema
fique já resolvido e que a ideia não passa sequer no Tribunal Constitucional,
fazendo fé que o Presidente da República a envia para lá mal chegue a Belém.
Por sua vez, Rui Rocha, da IL, junta-se, esta manhã, à manifestação nacional
pelo Alojamento Local contra a proposta do Governo.
Para esclarecimentos adicionais, sobre este e outros assuntos da
responsabilidade do primeiro-ministro, é favor assistir hoje ao Jornal da Noite
da SIC: pelas 21h00, António Costa dá uma entrevista a Clara de Sousa.
Antes, há-de haver notícia de uma sondagem SIC/Expresso que é bem
capaz de não ser o presente de aniversário que ele mais gostaria de receber…
OUTRAS NOTÍCIAS, CÁ DENTRO…
Ainda o homicídio de duas mulheres no centro ismaili. Há muitas perguntas que continuam sem resposta: Quem ligou a Abdul
Bashir? O ataque foi premeditado ou resultou de um surto psicótico? O que ia o
afegão fazer com os filhos a Zurique? O diretor da Polícia Judiciária garantiu entretanto que não há qualquer indício
de ataque terrorista, sem adiantar mais explicações. Coube ao Presidente da
República Marcelo Rebelo de Sousa sugerir que motivos
relacionados com a guarda dos filhos poderão ter estado na origem do crime. As
cerimónias fúnebres das duas vítimas realizam-se amanhã.
Começaram as audições no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.
O primeiro a prestar declarações aos deputados foi António Ferreira dos Santos,
diretor máximo da Inspeção Geral de Finanças, que foi garantir que o responsável financeiro da TAP não teve qualquer
responsabilidade no pagamento da indemnização de 500 mil euros a
Alexandra Reis. O CFO da empresa, Gonçalo Pires, será o segundo a ser ouvido,
hoje mesmo.
Está fechada a última versão da lei que pretende regular o recurso à morte
medicamente assistida (vulgo, eutanásia)
Anunciada na segunda-feira, aprovada em Conselho de Ministros eletrónico na
terça e discutida na Assembleia da República na quarta, a lista de 44
alimentos sujeitos a 0% de IVA até outubro está quase quase aprovada
(falta a votação na generalidade na sexta-feira, a discussão na especialidade e
a votação final global). Do debate ontem em plenário resultou a pouca fé da oposição na eficácia da medida. Fora do
Parlamento também não faltam críticas. No podcast “Money, Money, Money”
pergunta-se se “os supermercados estão a abusar das margens?”. Mas há
outra pergunta que importa: vamos mesmo ter comida mais barata? Veja a resposta aqui.
…E LÁ FORA
O estado de saúde do Papa fez soar os alarmes ontem ao final da
tarde, quando a imprensa italiana deu conta que o Santo Padre estava internado
e não para os exames de rotina que inicialmente o Vaticano tinha dito que iria
fazer. Não demorou a que saísse novo comunicado onde se esclareceu que “nos
últimos dias, o Papa Francisco sentiu algumas dificuldades respiratórias e por
isso foi transportado para o hospital para exames. Não é covid 19, mas os
exames detectaram uma infeção pulmonar que o obrigará a um tratamento
farmacológico no hospital nos próximos dias.” As últimas notícias, já esta
manhã, dizem que passou “uma noite tranquila, acordou por si e cedo, está
cansado mas lúcido.”
O ex-Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, deverá regressar hoje ao
Brasil, ao cabo de uma estadia de três meses nos Estados Unidos da América. Lula da Silva diz que não está preocupado com o
regresso do seu antecessor (que nunca reconheceu abertamente a derrota nas presidenciais
de outubro de 2022). Steve Bannon, ex-conselheiro de Donald Trump e mentor de
muitos movimentos de extrema-direita na Europa, deu uma entrevista à Folha de S.Paulo onde diz que o regresso
do ex-Presidente ao Brasil será “incrível”.
A menos de dois meses do arranque da competição, a FIFA retirou a
organização do campeonato mundial de sub 20 à Indonésia. Um pedido para que a
seleção de Israel não integrasse a prova terá sido a gota de água. Uma decisão para memória futura.
Há um importante avanço científico na observação de
buracos negros: uma nova técnica (de lente gravitacional) permite aos
astrónomos "descobrir buracos negros em 99% das galáxias atualmente
inacessíveis" à observação tradicional devido à imensa
distância. “Confesso não saber a razão, mas olhar as estrelas sempre me
fez sonhar”, terá dito Van Gogh (e no final deste Curto perceberá porque o
cito). Será que também funciona com buracos negros?
FRASES
"Especialistas em direito da família falavam dessas situações, que
são sempre muito complicadas, muito, muito complicadas, do exercício do poder
parental e com tudo o que tem por trás e as consequências que tem no
comportamento das pessoas"
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, sugerindo que questões sobre
a regulação do poder paternal podem ter estado na origem do duplo homicídio no
centro ismaeli
"Um dos mais famosos sermões de Buda foi um em que esteve calado
contemplando uma flor. O senhor deputado também se podia inspirar"
Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, para André Ventura
“Quero agradecer ao Ministério das Finanças o novo espírito que o anima”
António Costa, primeiro-ministro, sobre a disponibilidade de Fernando Medina
para financiar o projeto de reabilitação da margem sul do Tejo
“Defender os direitos trans? Com certeza. Mas eu sou um institucionalista. Não
podemos andar aqui num percurso de continuar a pôr aqui bandeiras na nossa
câmara”
Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, sobre os motivos da
recusa de hastear a bandeira trans nos Paços do Concelho.
PODCASTS (Sugestões da
equipa multimédia do Expresso)
“Os
meus pecados americanos: não gosto de bacalhau, não consigo conduzir caixa
manual”. A convidada desta semana de As Mulheres Não Existem nasceu em Montgomery, no
Alabama, passou por Washington, por Lisboa e decidiu assentar na Chamusca, no
Ribatejo. Atleta de triatlo, Abigail Smith criou a marca “Ela Pedala” para
suprir a falta de roupa de ciclismo para mulheres. Escreveu e publicou o romance
“Paixão de Lisboa” no rescaldo de um divórcio. Atualmente, é copywriter e
criadora de cavalos
No
pasarán! A guerra civil em Espanha, o apoio discreto de Portugal e efetivo da
Alemanha nazi e da Itália fascista. Em A História Repete-se, Henrique Monteiro e Lourenço Pereira
Coutinho conversam sobre a guerra civil de Espanha. Será que podia ter sido
evitada? Quais foram as suas causas? E qual o envolvimento das grandes
potências? Porque ganharam os insurretos? Que consequências teve?
O
TPI e o tenebroso caso das 16 mil crianças ucranianas raptadas pela
Rússia. No Bloco de Leste com Martim Silva e Lívia Franco, da
Universidade Católica, olha-se para as crianças da Ucrânia. Para as mais de 16
mil crianças, muitas delas órfãs, que as forças russas tiraram de território
ucraniano e levaram para a Rússia, da Crimeia à Sibéria. Uma atuação
considerada crime de guerra e que já levou a um mandado internacional contra
Vladimir Putin
O QUE ANDO A LER…
Pouco, vergonhosamente pouco. Agarrei uma sugestão de Miguel Monjardino,
especialista em geopolítica internacional (ele próprio com recém-publicada obra
nas livrarias: o volume “Por onde irá a história”, que reúne as suas
crónicas semanalmente publicadas no Expresso), e comecei a ler “Exponential”,
de Azeem Azhar, fundador da plataforma de análise tecnológica “Exponential
View”. Constata o Miguel que os nossos políticos continuam a tomar decisões com
base em pouquíssima informação, numa época em que nunca foi tão fácil a
qualquer pessoa com acesso à internet obter a informação que quiser. Azhar
propõe-se ajudar-nos a perceber porque é que isso (e outros paradoxos)
acontece(m) ou, por outras palavras (e subtítulo do livro), porque é que
há “ordem e caos na era da aceleração tecnológica”. Mas devo confessar que
a (minha) leitura (em inglês) vai a ritmo paquidérmico, bem longe da velocidade
de dados condizente com o pressuposto do livro…
E o Curto fica por aqui, neste dia de aniversário do Governo em que há outras,
e bem mais festivas, efemérides para celebrar: há 101 anos, Gago Coutinho
e Sacadura Cabral faziam a primeira travessia aérea do Atlântico Sul; há
170 anos, nascia Vincent Van Gogh (e como o mundo seria infinitamente mais
triste sem ele). Notícias frescas e a IVA 0% nos sites do costume (Expresso e SIC Notícias). Amanhã, sexta-feira, é dia de Expresso
semanal nas bancas - já disponível hoje, a partir das 23h, para os assinantes
digitais.Tenha um dia bom.
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