O ex-presidente do PSD e outros dirigentes e funcionários social-democratas foram alvos de buscas, esta quarta-feira de manhã, por suspeitas de crimes de peculato e abuso de poder.
A Polícia Judiciária disse estar em causa "a investigação à utilização de fundos de natureza pública em contexto político partidário".
Traduzindo em linguagem corrente, significa que há suspeitas de um esquema de pagamento de ordenados a funcionários do PSD com recurso a verbas da Assembleia da República.
Durante anos terão sido pagos
milhares de euros por mês a funcionários que na verdade não exerciam funções no
parlamento, avança a CNN. Isto no tempo
E como é que surgiram essas suspeitas?
Pelo que se sabe, foi um processo
que nasceu em
Foram entretanto ouvidas várias testemunhas e recolhida prova por outros meios e esta quarta-feira foram desencadeadas estas diligências, com buscas em 20 locais, a cargo da Judiciária - e do Ministério Público.
Rui Rio não foi o único alvo das buscas?
Não, além de Rui Rio, que é apontado com um dos principais visados desta operação, são suspeitos outros dirigentes e funcionários social-democratas, incluindo o deputado Hugo Carneiro, por suspeitas de crimes de peculato e abuso de poderes.
Além da casa de Rui Rio, no Porto, houve outras 13 buscas domiciliárias, cinco a instalações partidárias, incluindo à sede nacional do PSD e à sede distrital do Porto, e uma a um revisor oficial de contas - buscas na zona norte do país e na Grande Lisboa e que envolveram cerca de cem inspetores e diversos peritos informáticas e financeiros.
E Rui Rio, o que é que diz do seu envolvimento neste caso?
Ele falou em dois momentos. De manhã, ainda durante as buscas, falou a partir da varanda de casa.
Garantiu estar "muito calmo e sereno" e depois recorreu à ironia , dizendo que "estava cheio de medo" e que "iam descobrir todos os crimes que tinha cometido".
Agora à tarde, voltou a falar, de dentro do automóvel, e disse que as buscas de que foi alvo têm como objetivo atingir a sua imagem, que está de consciência tranquila e que o que está em causa é uma prática a que todos os partidos recorrem na assembleia da república.
Vamos ter de esperar pelo desenrolar deste caso. Mais um, a juntar a todos os outros que estão a cargo do Ministério Público e de que se aguardam desenvolvimentos.
Miguel Coelho | Renascença
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