Rafael Barbosa* | Jornal de Notícias | opinião
Os palestinianos têm direito a um país. E os israelitas não têm o direito de impor, pela força, a solução de um único Estado. E menos ainda de impor um regime em que os palestinianos são tratados como cidadãos de segunda e encerrados nos “bantustões” da Cisjordânia e de Gaza. Nos atuais territórios de Israel e da Palestina, vigora, na prática, um regime político de “apartheid” (separação racial e discriminação política e económica) semelhante ao que, no século XX, transformou a África do Sul num Estado pária. E prolongar esta situação terá como único efeito a multiplicação da violência e da morte.
Defender uma solução equilibrada e a convivência pacífica entre palestinianos e israelitas não é incompatível com uma condenação inequívoca do terrorismo palestiniano. Bem pelo contrário. A barbárie que testemunhámos nos últimos dias é desumana. Executar civis, violar mulheres, matar crianças, decapitar bebés, raptar centenas de pessoas, incluindo crianças, mulheres e velhos, para as usar como escudo e moeda de troca, é inaceitável e injustificável. Quem não o diz com todas as letras, quem se refugia em conceitos equívocos como o direito à resistência, quem usa argumentos próximos do “olho por olho, dente por dente”, só pode ser descrito de três formas: ou é um bárbaro, ou é um fanático, ou é um ignorante (há quem acumule).
Não há alturas melhores nem
piores para opinar ou debater o conflito entre a Palestina e Israel. Mas há
momentos absurdos para convocar ou participar em manifestações de solidariedade
para com os palestinianos como as que, por estes dias, acontecem
*Diretor-adjunto
Ler em Página Global:
Mentiras de Ben Zion sobre “bebés decapitados” pelo Hamas serviu a muitos e a Biden
Oren Ziv, um repórter israelense que se juntou à visita oficial dos militares a Kfar Aza, comentou no Twitter:
“Estou recebendo muitas perguntas sobre os relatos de 'Bebês decapitados pelo Hamas' que foram publicados após a visita da mídia à aldeia. Durante a visita não vimos nenhuma evidência disso, e o porta-voz ou comandantes do exército também não mencionaram nenhum incidente desse tipo.”
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