quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Bandeira do Apartheid Flutua em Israel -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Hamas é um movimento político que nasceu nos campos de concentração onde enjaularam os palestinos despojados das suas casas, das suas lavras, das suas aldeias, vilas e cidades, há quase 100 anos. Os guinchadores da ONU chamam a esses locais de extermínio “campos de refugiados”. As organizações não-governamentais são um pouco mais contidas e uma delas considerou a Faixa de Gaza “uma imensa prisão a céu aberto”. 

Nesse território da Palestina vivem (?) mais de 300.000 seres humanos nos “campos de refugiados”. Este número é da ONU. Na situação de prisioneiros, sem quaisquer direitos, estão dois milhões e meio de palestinos despojados de tudo. Quem quiser saber como eram tratados os judeus, ciganos e outras minorias étnicas nos campos de concentração de Hitler, vai à Faixa de Gaza e tem lá a mesma realidade, criada pelos sionistas no poder em Israel. Logo, é filho querido do ocidente alargado e apoiado até onde for preciso.

Na Faixa de Gaza existe uma central eléctrica para cerca de três milhões de seres humanos. Hoje parou por falta de combustível. Na cidade de Gaza existia uma Universidade Islâmica. Foi reduzida a pó. Os nazis de Telavive dizem que o Hamas fazia lá conferências e peditórios. Na Faixa de Gaza, segundo a ONU, foram bombardeadas e destruídas dezenas de escolas e mesmo as suas instalações. Os nazis de Telavive dizem que são alvos militares.

 A Organização Mundial de Saúde denunciou que os bombardeamentos dos nazis de Telavive já destruíram 11 centros de saúde. A CNN Internacional revelou que os bombardeamentos à cidade de Gaza, em apenas cinco dias, destruíram 170 prédios e 12.000 habitações. Os moradores que sobreviveram, procuram o que resta nos escombros. Mais de 5.000 palestinos morreram nas suas casas, desde o passado domingo. Os nazis de Telavive dizem que são alvos militares. Hoje, para não existirem testemunhas, os ocupantes (Angola também já teve ocupantes assassinos, lembram-se?) exigiram a saída dos jornalistas. Só ficaram os serventuários do ocidente alargado para amplificarem a propaganda nazi.

Em Bruxelas, sede da OTAN (ou NATO), o general assassino Lloyd Austin falou com o mafuka Zelensky ao lado. Não vi do outro lado João Lourenço, estava presente em espírito. Garantiu ao ocidente alargado que os nazis de Telavive vão ter apoio para matar palestinos, enquanto for preciso. Sobre os milhares de mortos em Gaza nem uma palavra. Já não restam dúvidas: Quem arma os assassinos é o estado terrorista mais perigoso do mundo! Quem apoia o regime nazi no poder em Israel é o trio assassino Biden, Blinken, Austin. Eles é que mandam matar.

Para alienar, manipular, aldrabar, confundir, os Media do ocidente alargado falam de crianças israelitas decapitadas, mulheres grávidas esventradas, velhinhos brutalizados. Vem aí mais um cenário tipo Bucha na Ucrânia. Mais crimes de guerra dos “russos” palestinos. O Tribunal Penal Internacional vai emitir um mandado de captura contra o aiatola Ali Khamenei mais os presidentes da Síria e do Egipto. O rei da Jordânia escapa porque é ajudante dos sionistas. O rato de sacristia António Guterres, com os olhos postos nos céus, exige a retirada dos invasores de Israel. Esses terroristas cruéis.

Nos abrigos de Israel os abrigados cantam o hino nacional. Glorificam o seu governo nazi. Já se esqueceram que o primeiro-ministro quer colocar às suas ordens o Poder Judicial e isso é o fim do que restava da democracia no país. O ocidente alargado está chocado com os terroristas do Hamas. Escondem (com êxito) a dolorosa verdade.

Terrorismo cruel, à Estado Islâmico, é o que Israel faz na Palestina. O Hamas ganhou as eleições e é com o apoio do voto popular que governa a Faixa de Gaza. Desde essa altura, os terroristas de Israel matam, destroem, torturam, bombardeiam indiscriminadamente. Matam quem calha, sempre civis. Na Faixa de Gaza não há quartéis de tropas terrestres. Não há bases aéreas. Não há bases navais. Não há tropas. Apenas civis. Os flagelados, os que são prisioneiros na sua terra, lutam pela liberdade com as armas que têm ao seu alcance. No dia 7 de Outubro imitaram a “potência ocupante” e mataram indiscriminadamente civis em Israel.

Os palestinos de Gaza e da Cisjordânia não têm nada a perder, nem sequer as correntes de escravos. Se a cena é matar então vamos matar. O que aconteceu em Israel no dia 7 de Outubro é simples de explicar e simplicíssimo de perceber. Os combatentes do Hamas alugaram uma máquina buldózer, carrinhas e motorizadas. Criaram uma força aérea de paraquedas com motor, pelo menos dois. Compraram armas aos traficantes que as desviam da Ucrânia. E alargaram o inferno de Gaza a algumas áreas fronteiriças de Israel. Até em Telavive. Morte e destruição. Dor infinita. 

Os principais responsáveis por esta tragédia humanitária estão longe do inferno que vai da Palestina a Israel, não no sábado passado, mas há quase 80 anos. Reino Unido e EUA são os primeiros responsáveis. A União Europeia ajuda à festa. Todo o ocidente alargado trata os palestinos como bandidos e os israelitas ocupantes, matadores, exterminadores, como vítimas. Querem acabar com o Hamas? Acabem com a ocupação israelita. Restituam os territórios árabes ocupados. Fechem os campos de refugiados onde têm milhões de palestinos. É fácil, basta viabilizar o Estado da Palestina Livre. 

Israel, pela voz do ministro da Defesa, informou que vai exterminar os palestinos na Faixa de Gaza. A oposição assina por baixo porque aceitou participar num “governo de emergência” com os nazis. Está aprovado o regime de apartheid e extermínio contra os palestinos. Aprovada a prisão de 135 mil palestinos nos últimos 20 anos, dos quais 170 crianças. 

Em Bruxelas, Zekensky diz que sabe bem o que se passa em Israel porque também a Ucrânia é vítima de terrorismo. Tem razão. Os Bandera, Sector Direita e Batalhão Azov andam desde 2014 a fazer terrorismo. Segundo a ONU, participavam até Fevereiro de 2022 numa limpeza étnica no Leste da Ucrânia. A festa acabou, a luz apagou e os russos lançaram a operação para desarmar e desnazificar o regime de Kiev.

Israel está rodeado de inimigos por todo o lado. A política terrorista contra cristãos e muçulmanos da região, há décadas, não pode triunfar. Não vai triunfar. Porque seria o fim do mundo. Todo o ocidente alargado iça bandeiras de Israel, homenageia Israel na sua cruzada de extermínio na Faixa de Gaza. Tento imensa pena das vítimas desta agressão sem nome aos palestinos. Porque vai ser paga com sangue. Espero que a nossa Bandeira Monumento, na Fortaleza de São Miguel, não seja substituída pela bandeira de Israel. 

*Jornalista

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