Funeral da antiga deputada comunista realizou-se esta quinta-feira. Paulo Raimundo, atual secretário-geral do PCP, fez uma intervenção na cerimónia na qual recordou a "querida amiga" e a "corajosa lutadora".
Morreu na passada quarta-feira, e aos 82 anos, a antiga deputada comunista Odete Santos. No funeral, realizado no dia seguinte, o PCP e o país fizeram questão de dizer o 'último adeus' à ex-dirigente, com o atual secretário-geral a discursar na cerimónia fúnebre, em Setúbal - fazendo um elogio à camarada.
Na mensagem transmitida durante o funeral, e divulgada ontem pelo partido - onde também se incluem imagens que pode ver na galeria acima - Paulo Raimundo salientou que o PCP esteve unido neste último momento para "prestar a justa e devida homenagem à querida camarada Odete Santos, uma mulher de uma dimensão particular e de notável capacidade e profundidade de análise, solidariedade, dedicação e frontalidade, uma incansável e corajosa lutadora pelos interesses dos trabalhadores, do povo, do país, pelo ideal e projeto comunistas."
Na mesma mensagem, Raimundo recordou a "querida camarada e amiga", garantindo que continuarão a "levar a tua e nossa luta por diante, sob todas as formas e em todas as circunstâncias".
"Obrigado querida amiga. Até sempre, camarada!", rematou.
A vida (e causas) de Odete SantosNascida em 26 de Abril de 1941, na freguesia de Pêga, concelho da Guarda, Maria Odete Santos era advogada, aderiu ao PCP em 1974 e foi deputada à Assembleia da República entre 1980 e 2007, tendo exercido também vários cargos a nível partidário e autárquico, em Setúbal.
Integrou o Comité Central do PCP, a Direção de Organização Regional de Setúbal do PCP e o Movimento Democrático de Mulheres. Foi ainda membro da Associação de Amizade Portugal-Cuba.
O interesse pela atividade política começou antes, quando em 1961 participou nos movimentos associativos estudantis. Foi ainda na faculdade de Direito da Universidade de Lisboa que Odete Santos teve o primeiro contacto com o Partido Comunista Português, ao qual viria a aderir após o 25 de Abril de 1974.
Como dirigente partidária e deputada, destacou-se em áreas dos Direitos, Liberdades e Garantias, na defesa dos direitos dos trabalhadores e dos direitos das mulheres, assuntos que abordou em conferências, debates, entrevistas e artigos publicados, refere a nota, que destaca o "particular significado" da sua intervenção na conquista de novos direitos para as mulheres, nomeadamente o combate ao aborto clandestino e pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez".
No Parlamento, dedicou-se às áreas do direito do Trabalho, Assuntos Constitucionais e direitos das mulheres, tendo sido agraciada com a Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Foi considerada a deputada mais mediática do PCP e, na altura da sua saída do Parlamento, o ex-secretário-geral comunista Jerónimo de Sousa elogiou-a como "uma mulher apaixonada e apaixonante" que "põe o coração nas palavras".
Odete Santos gozou de uma popularidade que extravasou o âmbito político, com presenças regulares em programas de televisão, desde debates políticos a programas de entretenimento.
Leia em Notícias ao Minuto:
"Carismática", "sensível" e "irreverente". Políticos evocam Odete Santos
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