domingo, 5 de fevereiro de 2023

SÍNDROME DO REICH DE WASHINGTON…

Planos de guerra acumulam-se além da Rússia para a China

Este ano promete ser o divisor de águas mais importante da história mundial.

Strategic Culture Foundation | editorial | # Traduzido em português do Brasil

As imprudentes ambições belicistas das potências ocidentais não conhecem limites. Assim como Washington e seus asseclas imperiais no eixo da OTAN estão escalando a guerra na Ucrânia contra a Rússia com a maior loucura demente, os governantes ocidentais também estão avançando para atrair a China com provocações e ameaças. O comportamento psicopático dos chamados líderes ocidentais coletivos mostra, sem sombra de dúvida, que o conflito na Ucrânia é apenas um campo de batalha em um confronto global maior.

Esta semana, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, fez uma viagem ao leste da Ásia, onde se gabou de coordenar as forças nucleares com a Coréia do Sul e o Japão em uma demonstração provocativa e arbitrária de força em relação à China (sob o pretexto de enfrentar a Coréia do Norte). Austin repetiu reivindicações de propaganda infundadas acusando a China de ameaçar a segurança no hemisfério da Ásia-Pacífico. A audaciosa inversão da realidade distorce o fato de que são os Estados Unidos e seus aliados que estão militarizando a região com navios de guerra e mísseis. Ainda esta semana, os EUA anunciaram a abertura de quatro novas bases militares nas Filipinas com o propósito explícito de lançar uma futura guerra contra a China.

Em conjunto com o chefe do Pentágono, o chefe civil da aliança da OTAN, Jens Stoltenberg, também estava em turnê pelo leste da Ásia, onde alertou que a Rússia e a China representam uma ameaça à paz e à segurança internacionais. Stoltenberg afirmou que se a Rússia não fosse derrotada na Ucrânia, a China seria o próximo problema. Ele instou a Coréia do Sul e o Japão a trabalhar com a OTAN para enfrentar a Rússia e a China.

Em um discurso em Tóquio, Stoltenberg afirmou: “O que está acontecendo na Europa hoje pode acontecer no leste da Ásia amanhã. A China não é adversária da OTAN [sic]. Mas sua crescente assertividade e suas políticas coercitivas têm consequências. Para sua segurança no Indo-Pacífico e nossa no Euro-Atlântico. Devemos trabalhar juntos para resolvê-los. Pequim está aumentando substancialmente suas forças militares, incluindo armas nucleares, sem qualquer transparência. Ele está tentando afirmar o controle sobre o Mar da China Meridional e ameaçar Taiwan.”

A mesma mensagem foi entregue esta semana ao Atlantic Council em Washington pelo ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson. Johnson, que é um notório mentiroso e tagarela que alegou absurdamente em um documentário da BBC transmitido esta semana que o presidente russo Vladimir Putin o intimidou pessoalmente com assassinato, pediu mais fornecimento de armas à Ucrânia para derrotar decisivamente a Rússia porque, caso contrário, a China será um adicional ameaça. De acordo com Johnson, que foi forçado a deixar o cargo de primeiro-ministro no verão passado devido a suas mentiras incorrigíveis e intrigas em Downing Street, o presidente chinês Xi Jinping está observando a Ucrânia de perto com o objetivo de invadir Taiwan.

Esta semana, portanto, assistiu a uma extraordinária classificação pública da Rússia e da China como um inimigo comum que, afirmam as potências ocidentais, precisa ser confrontado militarmente pelos Estados Unidos e seus asseclas da OTAN. Derrotar a Rússia é um prelúdio para derrotar a China, de acordo com as potências ocidentais.

BALÃO CHINÊS OU CISNE NEGRO?

O incidente do balão chinês pode mudar decisivamente a dinâmica do “estado profundo” da China e dos EUA

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

A trajetória ao longo da qual tudo se espera se desenrolará provavelmente permanecerá dentro dos parâmetros estabelecidos nesta peça. Se isso mudar, será contabilizado em análises de acompanhamento que incorporam qualquer desenvolvimento que possa ser no grande modelo estratégico que acabou de ser compartilhado e pode, portanto, reformular as avaliações sobre essas dinâmicas de “estado profundo”. De qualquer forma, esperamos que o leitor aprecie esse novo paradigma para interpretar o incidente do balão.

Balão Chinês Ou Cisne Negro?

O incidente do balão meteorológico chinês pode entrar para a história como um divisor de águas em termos de como ele pode mudar decisivamente a dinâmica de “estado profundo” da China e dos EUA. Desde meados de novembro, ambos buscavam uma esperada Nova Détente, mas agora a facção favorável aos Estados Unidos, até então presumivelmente predominante, do primeiro está em segundo plano, enquanto o segundo é antichinês, cuja influência anterior foi substituída por seus rivais antirrussos no ataque de Trump. A derrota nas eleições de 2020 está agora mais uma vez subindo rapidamente.

Resumo de antecedentes: a nova détente, as relações russo-chinesas e o incidente do balão

Para entender adequadamente o significado do que acabou de acontecer, os leitores intrépidos são encorajados a revisar as seguintes peças para contextualizar. Este “Expondo a Agenda Narrativa da Mídia Ocidental ao Girar a Nova Détente Sino-Americana” detalha o progresso alcançado entre a China e os EUA na Nova Détente, que também pode ser descrito como suas discussões sobre uma série de compromissos mútuos visando comparativamente “normalizar ” suas relações, até o início de janeiro.

A recente análise perguntando “Por que o chefe da CIA inesperadamente contou a verdade sobre os laços russo-chineses” esclarece as relações desses parceiros estratégicos multipolares em meio às falsas percepções propagadas contra eles tanto pela Alt-Media Community (AMC) quanto pela Mainstream Media (MSM ) da mesma forma, embora cada um seja impulsionado por diferentes agendas ideológicas e para diferentes fins narrativos. É crucial avaliar com precisão suas relações na véspera do incidente do balão para avaliar o que pode vir a seguir.

Quanto ao incidente em si, esta série analítica de três partes discute diferentes dimensões dele:

* “Linhas duras chinesas e americanas provavelmente são responsáveis por Blinken adiar sua viagem a Pequim”

* “Dez perguntas legítimas sobre a forma como Biden lidou com o incidente do balão meteorológico chinês”

* “Não há absolutamente nenhuma maneira de o presidente Xi estar ciente do balão chinês antes do tempo”

Em suma, os artigos anteriores argumentam que as facções militares de linha dura em ambos descarrilaram a Nova Détente.

Angola | VYAMUHA IKUMBI VINA! * -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O 4 de Fevereiro foi mais do que um movimento revolucionário desencadeado pelo MPLA, o “amplo movimento” de combatentes corajosos, que de mãos nuas enfrentaram a feroz máquina de repressão colonial. Mais do que a sua paternidade, interessa saber porque surgiu e que influência teve na sociedade angolana, desde 1961 até aos dias de hoje. São muitas as lições a tirar. São extraordinários os resultados obtidos. Basta lançar um olhar sobre os acontecimentos que desde então moldaram a matriz de uma Angola independente e democrática.

Os historiadores têm dúvidas quanto à paternidade do movimento revolucionário. O cónego Manuel das Neves dizia aos revolucionários que a hora era de acção e ninguém podia deixar-se paralisar pelo medo. Há um documento que lhe é atribuído e refere os “rapazes da UPA” que estariam desejosos de desencadear a revolta, mas não tinham atingido o nível de organização que garantisse o sucesso das acções. Mas ele nunca disse nem escreveu que o 4 de Fevereiro não foi feito por patriotas angolanos.

O 4 de Fevereiro serviu para matar o medo! Mais do que alguns agentes da Polícia Móvel aquartelada na Estrada de Catete ou os militares abatidos na Casa de Reclusão, os revolucionários mataram o medo que paralisava os angolanos. Desde aquela madrugada, os nacionalistas compreenderam que bastavam paus e catanas para enfrentar os ocupantes. O amor à liberdade, a coragem e o patriotismo valiam mais que as metralhadoras e as tropas organizadas.

A 4 de Fevereiro de 1961 já existia em Angola a polícia de choque, os “caçadores especiais” e os paraquedistas, tropas de elite, armadas e municiadas pela OTAN (ou NATO). No Toto existia uma base aérea. No Negage estava concluída outra, a maior de todas. O regime colonialista preparava cuidadosamente os instrumentos do terror, para que ninguém ousasse seguir os revolucionários africanos, nomeadamente Patrice Lumumba. 

Alguns anos antes tinha nascido um “amplo movimento”, o MPLA, que não dava tréguas aos ocupantes. Evidentemente que a sua doutrina política mobilizou os revoltosos. Alguns membros da direcção política do 4 de Fevereiro ainda hoje estão nas fileiras do MPLA. Esta realidade resolve a questão da paternidade.

O 4 de Fevereiro marca o início da luta armada de libertação nacional. Há historiadores que também põem em dúvida este facto. É verdade que após a definição definitiva das fronteiras de Angola, pelo Tratado de Luanda assinado entre Portugal e a Bélgica, houve várias revoltas em Angola. As mais importantes foram os movimentos de Lucala, Ndalatando, Seles e Libolo. No final dos anos 50 houve uma revolta no Bungo, província do Uíge, que foi afogada em sangue. Este episódio hoje está esquecido. Eu vinha de Mucaba com meu pai e encontrámos os mortos estendidos nas ruas da vila. Uma matança de civis indefesos, acusados de “lumumbistas”.

Essas revoltas não tiveram expressão nacional, ao contrário do 4 de Fevereiro que além de grande impacto interno, teve eco internacional, porque beneficiou da presença de muitos jornalistas estrangeiros, que esperavam a chegada do paquete português Santa Maria, tomado de assalto pelos homens do capitão Henrique Galvão, um militar português opositor ao ditador Salazar e que fez carreira em Angola, chegando a ser governador da Huíla, que na época englobava o território da província do Cunene.

O mundo ficou a saber que Angola era um país ocupado pelos colonialistas portugueses e os angolanos estavam dispostos a tudo pela Independência Nacional. Quando um punhado de mulheres e homens atacaram os aparelhos da repressão colonialista em Luanda, de mãos nuas ou armados de facas, paus e catanas, isso significou que a luta era imparável. E como ninguém consegue lutar contra milhões, foi também invencível.

Visita dos reis de Espanha a Angola reforça aproximação em termos institucionais

Angola e Espanha mantêm uma relação cada vez próxima em termos político-diplomáticos e económicos, que a visita dos monarcas espanhóis vem reforçar em termos institucionais e que pode tender a subalternizar o papel de Portugal.

A análise é do Investigador do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL(CEI-IUL) Eugénio Costa Almeida, a propósito da visita a Angola dos reis de Espanha, Filipe VI e Letizia, a partir de segunda-feira, na sua primeira deslocação a um país da África subsaariana.

"Houve sempre uma aproximação grande entre Espanha e Angola", disse o analista, lembrando a permanência de José Eduardo dos Santos, o presidente angolano falecido em julho do ano passado, em Barcelona, onde passou os seus últimos anos de vida.

José Eduardo dos Santos, que presidiu aos destinos de Angola durante quase 40 anos, morreu aos 79 anos em Espanha, para onde se mudou em 2019, afastando-se do regime angolano e do seu sucessor, João Lourenço, que elegeu os seus filhos e colaboradores mais próximos como alvos do combate à corrupção.

Madrid e Luanda têm estreitado relações nos últimos anos, em termos diplomáticos, com visitas ao mais alto nível: João Lourenço, eleito presidente em 2017, visitou nesse mesmo ano Espanha, ainda na qualidade de ministro da Defesa Nacional, e repetiu a passagem pelo país, já como chefe do executivo, em 2021, ano em que recebeu também o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez em Angola.

"Esta visita também terá essa função de afirmar institucionalmente, diplomaticamente, a boa relação que existe entre o reino de Espanha e a República de Angola", sublinhou o investigador.

Mas também no plano económico e políticos a aproximação é evidente.

É um espanhol que lidera atualmente a companhia de bandeira angolana TAAG, foi uma empresa espanhola que foi escolhida para assegurar a logística eleitoral das eleições do ano passado (apesar da contestação da oposição), e foi em Espanha que se disputou o corpo de José Eduardo dos Santos.

Angola | O BALÃO ESPIÃO E A HORA DA MENTIRA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Um balão chinês, espião, paira sobre Montana, a 150 quilómetros de altitude. É uma invasão ao estado terrorista mais perigoso do mundo. Porque Biden acha que os EUA são altíssimos. A altura vai até ao céu. E se Deus não condenar a invasão da Ucrânia arrisca-se a levar com uma bomba atómica no seu território, paraíso de santas, santos, querubins e almas absolvidas de todos os pecados praticados na Terra. Eu terei sempre a entrada cortada.

Rui Verde é o perito dilecto do Presidente João Lourenço. Depois de escrever a sua palpitante biografia que inclui a derrota eleitoral de Luanda, agora está empenhado numa cruzada para Angola adoptar uma nova Constituição da República. Leram bem. O ex-presidiário não propõe uma Revisão Constitucional. Quer mesmo uma nova Lei Fundamental! Fundamento da proposta dos “peritos” arregimentados pelo mobutismo reinante: É para evitar conflitos. 

Quem pensa que é para permitir ao chefe ficar mais uns quantos mandatos presidenciais, está a ser maldoso. Eu sou um deles. Mau, mau, mau.

Também sou um piolhoso. Quando era miúdo apanhava piolhos como quem se despede. A Aurora, minha colega de escola, dilecta filha do senhor Gorila, mecânico afamado e árbitro de futebol honestíssimo (uma redundância, todos os árbitros são honestos) era perita em catar os parasitas. E quando a comichão me incomodava pedia a sua intervenção técnica.

Um dia estava sentado à porta de casa da senhora professora (era ao lado da escola) e a Aurora catava os piolhos que se passeavam na minha cabeça, com grande mestria. A nossa esforçada mestra viu aquilo e berrou: Sai daqui seu piolhoso! E depois com um esgar de nojo rematou: Seus porcos! A Aurora nunca negou catar-me piolhos e lêndeas, nunca. Um dia fomos ao cemitério enterrar o Esticadinho. Pequenas árvores pingavam sobre as campas, pétalas brancas de belíssimas flores. O meu pai disse que eram beijos-de-mulata. 

As campas dos sobas à beira da picada entre a Kapopa e o Dambi também recebiam a sombra e as pétalas dos beijos-de-mulata. Quis conhecer o sabor desses beijos e pedi um à Aurora. E ela não negou. Foi um estremecimento de amor. Muitos anos mais tarde, em memória desse momento sublime escrevi estes versos: Agora que amanhece/Diz-me bem amada/que memória te esquece/Que paixão te apaga/Que amor te arrefece.

Os piolhosos são assim. Abusadores. Não tanto como os aspirantes a terroristas do PRA JÁ SERVIR ANGOLA do mestre Chivukuvuku. Um tal Carlos Xavier, deputado da UNITA, ia participar na “marcha de abertura do ano político” do projecto terrorista. Disse à Voz da América (isso mesmo, a mesma que foi escolhida pelo Presidente João Lourenço para dar uma entrevista em Washington) que nem a Polícia nem a Assembleia Nacional saíram em seu socorro. Imperdoável.

Mais fome | PAM suspende ajuda a mais de um milhão de pessoas em Moçambique

O Programa Alimentar Mundial (PAM) suspendeu desde quarta-feira a ajuda de emergência a mais de um milhão de pessoas afetadas pela violência armada no norte de Moçambique, devido à falta de fundos, disse esta quinta-feira à Lusa fonte da organização.

O PAM avançou que está a distribuir as últimas reservas alimentares de janeiro.

A fonte adiantou que a organização está determinada a retomar a ajuda no norte de Moçambique em março, através da mobilização de apoios junto de parceiros.

“Ao todo, o PAM precisa de 102,5 milhões de dólares (93,2 milhões de euros), para continuar a apoiar as pessoas que mais precisam em Moçambique nos próximos seis meses. A maior parte destes fundos é para a assistência humanitária às pessoas afetadas pelo conflito”, realçou.

A maioria dos beneficiários do apoio que será afetada com a suspensão do auxílio são deslocados que se refugiaram em zonas mais seguras na província de Cabo Delgado, palco de ataques armados desde outubro de 2017, mas também serão atingidos pela medida famílias que fugiram para as províncias vizinhas de Nampula e Niassa.

“Devido à constante falta de fundos, o PAM distribuiu cestas alimentares reduzidas entre abril e novembro de 2022, satisfazendo 40% das necessidades calóricas diárias a cada pessoa”, acrescentou.

Entre dezembro e janeiro últimos, que é o período de pico da época de escassez de alimentos antes da colheita, o PAM entregou cestas alimentares completas a mais de um milhão de pessoas afetadas pelo conflito, aumentando para 80% as calorias necessárias diariamente.

Moçambique | Novo assalto contra transportes públicos mata trabalhador humanitário

Um ataque armado contra transportes públicos numa estrada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, matou no sábado um motorista dos Médicos Sem Fronteiras, anunciou a organização humanitária em comunicado e relataram à Lusa familiares de passageiros.

"Durante um ataque na estrada entre Macomia e Pemba, perto de Mitambo, um funcionário dos MSF foi ferido quando viajava durante o seu dia de folga em transportes públicos para visitar a sua família em Pemba", descreveu a organização humanitária.

Foi o segundo ataque do género, na mesma zona da estrada nacional 380 (EN 380, uma das principais da região), em três dias.

A vítima acabaria por morrer "poucas horas depois, enquanto recebia cuidados médicos, deixando para trás a sua mulher e cinco filhos", acrescentou. 

O ataque armado com disparos de armas de fogo e saque de bens culminou com duas viaturas de transporte queimadas e pelo menos mais duas pessoas feridas, descreveram à Lusa familiares de passageiros.

Houve sobreviventes que fugiram a pé para povoações nas redondezas.

"Já confirmei [o ataque] junto de parentes [na aldeia 19 de Outubro] mas não estou sossegada porque familiares maus saíram de Macomia para Pemba e não tenho notícias deles", lamentou uma idosa de 69 anos a partir de Macomia.

Federica Nogarotto, chefe de missão dos MSF em Moçambique, lamentou a morte e destacou os riscos em que incorre quem presta apoio à população no norte de Moçambique.

"Hoje estamos de luto. Perdemos um colega que, como todos os funcionários, estava totalmente empenhado em ajudar famílias deslocadas, muitas vezes enfrentando riscos significativos", referiu.

A organização diz estar "alarmada com a violência contínua no norte de Moçambique" e com os "ataques indiscriminados que matam e ferem civis em Cabo Delgado, regularmente". 

Na quarta-feira, um grupo armado matou pelo menos duas pessoas (fontes que estiveram no local indicam, sem precisar, que o número deverá ser maior) e feriu outras na mesma zona, num outro ataque contra viaturas que incluíam transportes públicos, relataram fontes locais.

As incursões acontecem numa altura em que as forças moçambicanas lançaram a operação Vulcão IV, que cobre uma parte dos distritos de Macomia e Muidumbe, visando eliminar esconderijos dos rebeldes.

Os Médicos Sem Fronteiras desenvolvem atividades em Cabo Delgado desde 2019, incluindo cuidados primários de saúde, saúde mental e apoio psicossocial e distribuição de bens essenciais.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Sapo | Lusa

Líder da Fretilin quer que MP timorense investigue Xanana por acusações que fez

O secretário-geral da Fretilin, no Governo em Timor-Leste, apelou hoje ao Ministério Público que notifique o líder da maior força da oposição, Xanana Gusmão, para que prove as acusações que tem feito de alegada corrupção.

Em declarações à Lusa, Mari Alkatiri disse que a lei obriga os cidadãos a participar às autoridades competentes quaisquer crimes de que declaram ter conhecimento.

"Xanana Gusmão, nas suas relações recentes em Bobonaro, fez-me várias acusações, de traidor à soberania e até com insultos racistas chamando-me árabe", disse o responsável da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).

"Ao referir-se ao acordo CMATS, além de deturpar a substância do arranjo fronteiriço, fez alusão a uma suposta corrupção, acusando-me de ter recebido muito dinheiro da Austrália", disse.

Alkatiri referia-se a comentários recentes feitos pelo líder do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) que criticou a decisão da Fretilin, em 2018, de votar contra o acordo de fronteiras permanentes na Austrália.

Xanana Gusmão tem sido igualmente crítico do acordo anterior entre os dois países, assinado pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros e hoje chefe de Estado, José Ramos-Horta, durante um anterior Governo liderado por Alkatiri.

Timor-Leste mantém-se a 7ª democracia mais forte da Ásia e Australásia - índice anual

Timor-Leste mantém-se como a sétima democracia mais forte da Ásia e Australásia, caindo um lugar para 44.º a nível mundial, indicou o Índice da Democracia 2022.

A melhor nota de Timor-Leste foi obtida na categoria de processo eleitoral e pluralismo, na qual atingiu 9,58, seguindo-se liberdades civis (7,35), cultura política (6,88), funcionamento do Governo (5,93) e participação política (5,56), de acordo com o relatório produzido pela The Economist Intelligence Unit, da revista britânica The Economist.

Na classificação do índice de 2022, Timor-Leste surge entre o grupo de países considerados "democracias imperfeitas" e na terceira posição entre os países de língua portuguesa, atrás de Portugal (28.º) e Cabo Verde (35.º).

Globalmente, Timor-Leste caiu um lugar, para 44.º, retomando a posição que tinha em 2020, ainda que a 'nota' se tenha mantido no mesmo valor: 7,06 em dez.

Este valor tem-se mantido inalterado nos últimos três anos, sendo o valor mais baixo desde 2008, e contrastando com a média da região, que é de 5,58 valores.

TIMOR-LESTE E A REPÚBLICA ÁRABE SAHARAUI DEMOCRÁTICA

PUSL.- Após a independência de Timor-Leste em 2002, foram imediatamente estabelecidas relações diplomáticas entre a República Democrática de Timor-Leste e a República Saharaui (RASD).

Timor-Leste cedeu representação diplomática completa à Embaixada da República Saharaui, em 2010, em Díli. A RASD está actualmente representada pelo Sr. Embaixador Abba Malainin e o encarregado de negócios, Sr. Mohamed Aghay.

A embaixada saharaui em Díli e promove os interesses Republica Árabe Saharaui Democrática em Timor Leste e desempenha também um papel importante no desenvolvimento, nos assuntos culturais e nos contatos com a imprensa local.

A historia recente de Timor e do Sahara Ocidental, a colonização pelos actores ibéricos, seguida do abandono e invasão por países vizinhos une os dois povos. A experiência de Timor na luta de guerrilha num terreno bem diferente do deserto do Sahara não deixa no entanto de apresentar muitos pontos em comum, começando pela resiliência de um povo em muito menor número que o invasor e sem meios técnicos e económicos.

Timor Leste conseguiu alcançar a sua libertação após anos de derrame de sangue inocente e a realização do referendo. Um referendo que também no caso do Sahara Ocidental foi acordado, mas que Marrocos inviabiliza por completo voltando atrás na sua palavra.

Na ocasião da aceitação de Timor-Leste como membro das Nações Unidas, o então Presidente Kay Rala Xanana Gusmão apelou para “a replicação da implementação do plano das Nações Unidas para um referendo sobre a autodeterminação do Sahara Ocidental”, salientando que “apenas uma votação democrática, justa e livre, como a ocorrido em Timor-Leste, poderá pôr fim a essa injusta situação”. Este referendo, pedido em várias resoluções da ONU, continua sem ser posto em marcha.

O povo timorense sente na pele a sua recente história e não esquecendo o seu próprio percurso tem demonstrado um apoio incondicional ao povo saharaui na sua luta de libertação.

Quando o então presidente saharaui, Mohamed Abdelaziz, visitou Timor-Leste em 2002, declarou que “o Povo de Timor-Leste e o Povo do Sahara Ocidental são ‘povos gémeos’, que têm suportado o mesmo sofrimento, com enormes sacrifícios, resistindo e lutando lado a lado pelo direito de ser respeitado pelos seus vizinhos expansionistas”.

O apoio timorense à RASD está patente nas múltiplas declarações do governo e dos partidos timorenses, mas também nos fóruns internacionais, nomeadamente nas Nações Unidas, seja na Assembleia Geral, na 4ª comissão para a descolonização ou em Genebra nas sessões de direitos humanos. Também no XVI Congresso da Frente Polisário em Janeiro de 2023, Timor Leste esteve presente com representação oficial e com várias mensagens de solidariedade.

Na CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) composta por nove estado membros, (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), Timor Leste assim como Angola e Moçambique reconhece a RASD. Marrocos, o ocupante ilegal do Sahara Ocidental, tem tentado há mais de uma década aderir como observador ao CPLP sem êxito até ao momento e não cumpre os requisitos básicos de respeito pelo direitos humanos.

Sendo um país pequeno, com uma população de aproximadamente 1,4 milhões, e com pouco mais de 2 décadas de independência, Timor Leste tem sido activo na arena política internacional dentro das condicionantes de uma país recém libertado.

O apoio de Timor Leste ao povo saharaui não se baseia apenas no direito internacional, na justiça e solidariedade mas também no seu próprio percurso, vivência e sofrimento. Os contactos de Timor Leste no mundo católico e na região poderão ser uma grande mais valia na questão do Sahara Ocidental.

porunsaharalibre

Mohammed VI e Pedro Sanchéz, os pulhas dos reinos de Marrocos e de Espanha

Eis acima a Imagem Escolhida de hoje no PG. Uma imagem de nojo de um Mohammed e de um Sanchez que associamos aos detentores de medalhas de opróbrio por se assumirem à vista do mundo tão intoleráveis e antidemocráticos. Comprovadamente desumanos.

Como aconteceu com a Indonésia relativamente a Timor-Leste, Marrocos ocupou indevidamente a ex-colónia de Espanha do Sahara Ocidental (1975) e por lá se mantem desde então. O povo saharaui declarou a independência e guerra ao ocupante marroquino. A luta pela libertação do país continua desde então, incluindo algumas tréguas para a paz e negociações que visem a independência da República Árabe Saharaui Democrática que a Espanha apoiou ao longo de anos. Desde então as relações entre Espanha e Marrocos nunca foram muito cordatas e a ONU posicionou-se titubeante. Mais de 50 países reconhecem a RASD e condenam Marrocos.

Num volte-face Espanha dá o dito por não dito e retoma as boas relações com Mohammede VI, rei de Marrocos. Pedro Sanchez, primeiro-ministro espanhol, dito socialista, pela democracia e a liberdade, trai o povo saharaui e retoma as boas relações com o rei criminoso marroquino ignorando a história e a vontade dos povos sahauraui e de Espanha, atropelando os Direitos Humanos, a Democracia e a Liberdade, direitos justos e anteriormente reconhecidos pelo país que representa.

Com alguma esforçada diplomacia, democracia e comedimento o mínimo que se pode considerar o exposto é de atitudes de dois pulhas de alta escala, Mohammed e Sanchez. Mais ainda para o pseudo democrata, falsamente socialista, Pedro Sanchez.

Agora, para quando, o mundo pode esperar a correção da traição de Sanchez e, por conseguinte, de Espanha? Só com a sua derrota nas eleições espanholas? Esperemos sentados para não nos cansarmos. O fascismo e a desumanidade cresce por todo o mundo. Urge resistir.

O povo saharaui está farto de sofrer e esperar. Afinal onde está a democracia e a liberdade de que o Ocidente tanta bandeira falsamente ergue? Para quando o reconhecimento da independência da República Árabe Saharaui Democrática, como aconteceu em Timor-Leste?  (MM/PG)

Sahara Ocidental - Marrocos: Jornalista saharaui condenado a 20 anos de prisão

Equipa Media - Hmetou El Kaouri*, jornalista de Smara News, nos territórios ocupados do Sahara Ocidental

A 7 de Setembro de 2022, Hmetou El Kaouri foi à esquadra de polícia de El Aayun para renovar o seu bilhete de identidade, altura em que foi detido e transferido para Smara. Foi emitido um mandato de captura em 2018.

El Kaouri esteve envolvido no caso de Mohamed Salem Mayara, jornalista, e Mohamed Aljomayaai, operador de câmara.

Os três foram acusados de perturbação do trânsito, ataque a bens públicos, reunião armada e tentativa de homicídio.

Esta última acusação de tentativa de homicídio foi retirada do processo de Mayara e Aljomayaai, e a 31 de Março de 2018 foram condenados a 6 meses de prisão e 18 meses de suspensão. Cumpriram a pena e foram libertados.

Contudo, para El Kaouri, a acusação de tentativa de homicídio foi mantida e acrescentada às outras acusações.

A 23 de Novembro de 2022 foi condenado a 10 anos de prisão em El Aaiun.

Em 18 de Janeiro de 2023, foi condenado em segunda instância a 20 anos de prisão.

O Comité de Defesa dos Direitos Humanos de Smara emitiu um comunicado no qual criticava a sentença e denunciava a política colonial sem respeito pelas cartas e leis internacionais. Também denunciam a repressão sistemática contra os saharauis, sejam eles activistas da causa saharaui, activistas dos direitos humanos ou jornalistas.

Acrescentam que as acusações foram fabricadas, e a sentença, injusta e dura, corresponde a julgamentos simulados.

Hmetou El Kaouri está na prisão de El Aaiun.

*Mahmoud Mohamed Salem El Kaouri, nome saharaui.
Mahmoud El Kaouri, nome no seu passaporte marroquino.
Hmetou El Kaouri, nome pelo qual ele é conhecido de todos

porunsaharalibre

ESPANHA HUMILHADA E DE RASTOS

PUSL.- Há muito tempo que não se assistia a um espectáculo humilhante como o de Espanha em relação a Marrocos. Digo Espanha porque Sanchez foi eleito como representante de Espanha e apesar das múltiplas provas de incapacidade total de disfarçar a sua subserviência ao rei de Marrocos, não é afastado do cargo.

Quando se está em pleno Marrocogate onde é posto a nú a corrupção na União Europeia e dos seus deputados e funcionários que recebem pagamentos de Marrocos, Sanchez em vez de ser discreto tem a pouca vergonha de rastejar em Rabat aos pés de um mero subalterno do Makhzen, visto o Rei de Marrocos nem se dar ao trabalho de estar presente para deixar o presidente do governo espanhol beijar-lhe os pés.

Sanchez oferece o Sahara Ocidental, mas como pode oferecer o que não lhe pertence? E o que recebe em troca? Nada.

Estranho negócio este que deveria ser levado aos tribunais mais altos de Espanha. Sanchez decidiu ignorar o Direito Internacional, as sentenças do Tribunal de Justiça da União Europeia e o parecer do tribunal internacional , já para não mencionar a ética e a moral que brilham pela ausência no carácter deste personagem e do seu governo.

O povo espanhol parece não estar atento, caso contrário não deixaria jamais passar esta triste actuação, de quem fala em seu nome, sem punição.

porunsaharalibre

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