Pesquisadores alertam: tecnologia será usada para interagir com eleitores e gerar programas políticos que maximizem chances de vitória. Falta de ideias genuínas de humanos pode minar a democracia. Quais os caminhos para evitar este desastre?
Archon Fung* e Lawrence Lessig*, no The Conversation, traduzido pelo Brasil de Fato | em Outras Palavras | # Publicado em português do Brasil
As organizações poderiam usar modelos de linguagem de inteligência artificial, como o ChatGPT, para induzir os eleitores a se comportarem de maneiras específicas?
O senador Josh Hawley fez esta pergunta ao CEO da OpenAI, Sam Altman, em uma audiência do Senado dos EUA sobre inteligência artificial em 16 de maio de 2023. Altman respondeu que estava realmente preocupado com a possibilidade de algumas pessoas usarem modelos de linguagem para manipular, persuadir e se envolver em interações individuais com os eleitores.
Altman não entrou em detalhes, mas ele poderia ter algo parecido com esse cenário em mente. Imagine que em breve os tecnólogos políticos desenvolvam uma máquina chamada Clogger – uma campanha política em uma caixa preta. Clogger persegue incansavelmente apenas um objetivo: maximizar as chances de que seu candidato (a campanha que compra os serviços da Clogger Inc.) prevaleça em uma disputa eleitoral.
Enquanto plataformas como Facebook, Twitter e YouTube usam formas de IA para fazer com que os usuários passem maistempo em seus sites, a IA de Clogger teria um objetivo diferente: mudar o comportamento das pessoas na hora de votar.