quarta-feira, 6 de março de 2024

EUA | Trump vence em 12 estados da Super Terça-feira e Biden em 15

A única corrida perdida do lado democrata foi no território Samoa Americana, um pequeno território dos EUA no sul do oceano Pacífico. Biden foi derrotado pelo candidato desconhecido Jason Palmer, por 51 votos contra 40.

Donald Trump venceu os primeiros 12 estados em jogo na Super Terça-feira, e o Presidente norte-americano, Joe Biden, foi dado como vencedor em 15, de acordo com projeções dos 'media' norte-americanos.

O ex-Presidente Donald Trump, de 77 anos, já foi declarado vencedor em 11 estados: Texas, Alabama, Colorado, Maine, Oklahoma, Virgínia, Carolina do Norte, Tennessee, Arkansas, Minnesota, Massachusetts e Caliórnia.

Do lado democrata, o Presidente do país, Joe Biden, de 81 anos, que está a tentar um segundo mandato e não enfrenta forte oposição, venceu ainda no Vermont, no Utah e no Iowa.

A única corrida perdida do lado democrata foi no território Samoa Americana, um pequeno território dos EUA no sul do oceano Pacífico. Biden foi derrotado pelo candidato desconhecido Jason Palmer, por 51 votos contra 40.

A Super Terça-feira é o dia em que 15 estados e um território votam nas primárias para escolher os candidatos democratas e republicanos à Casa Branca, que este ano, salvo alguma surpresa, serão Biden e Trump.

Tradicionalmente, a Super Terça-Feira é considerada um ponto de viragem na corrida presidencial, uma vez que são distribuídos mais de 35% dos delegados que escolhem os candidatos dos dois partidos, mas este ano ambas as nomeações estão praticamente fechadas.

Os 15 estados são Alabama, Alasca, Arkansas, Califórnia, Colorado, Maine, Massachusetts, Minnesota, Carolina do Norte, Oklahoma, Tennessee, Texas, Utah, Vermont, Virgínia, e o território de Samoa Americana.

Haley vence Trump na Super Terça-feira em Vermont

A antiga embaixadora dos Estados Unidos na ONU Nikki Haley venceu as primárias republicanas para a Casa Branca no estado de Vermont, na única vitória até agora contra Donald Trump na Super Terça-feira.

Com 93% dos votos contados, Haley conseguiu 50% contra 45,7% de Trump, de acordo com projeções das estações de televisão norte-americanas Fox News e NBC News.

Vermont, na Nova Inglaterra (nordeste), foi o menos populoso dos 15 estados chamados às urnas nesta Super Terça-feira, pelo que atribui apenas 17 dos 865 delegados em jogo.

Aversão a Trump leva republicanos a votar em candidatos desistentes

 A aversão ao ex-Presidente norte-americano Donald Trump levou vários eleitores republicanos de Richmond, capital da Virgínia, a votar em candidatos que já desistiram da corrida eleitoral primária como forma de protesto.

Na Biblioteca Pública de Richmond, o local de votação para a população residente no centro, Caroline, uma jovem de 23 anos, explicou à Lusa que votou no ex-governador de Nova Jérsia Chris Christie, um candidato que já abandonou a corrida primária republicana, mas que se tornou uma das vozes mais 'anti-Trump' dentro do Partido Republicano.

"A minha maior preocupação é a grande desigualdade que vemos neste país: uns com tudo, outros sem nada. Vemos um grande número de pessoas a viver nas ruas, enquanto uma pequena parcela controla todo o poder e todo o dinheiro", observou Caroline, para quem Donald Trump representa tudo aquilo que rejeita e, como forma de protesto, decidiu votar em Christie, um grande opositor do ex-Presidente.

Da mesma forma, Patrick, um eleitor republicano de 34 anos, resolveu depositar o voto no governador da Florida, Ron DeSantis, também já fora da corrida primária republicana.

"Ron DeSantis era o melhor candidato e, apesar de eu saber que será Donald Trump a vencer, sinto que tenho de apoiar aquele que considero a melhor opção, a melhor pessoa, aquele que acredito que seria o melhor Presidente... e essa pessoa não é Donald Trump", argumentou Patrick.

Outra tendência foi a de eleitores democratas que optaram, de forma estratégica, por votar na eleição republicana.

Ao contrário de muitos estados norte-americanos, uma das particularidades da Virgínia é que nesta "Super Terça-Feira" realizou primárias abertas, ou seja, eleitores democratas puderam votar em candidatos republicanos e vice-versa.

De acordo com analistas ouvidos pela Lusa, essa seria uma estratégia usada especialmente por eleitores democratas, que, dando como certa uma vitória do atual Presidente, Joe Biden, nas primárias do Partido Democrata, optaram assim por votar num candidato republicano que pudesse fazer frente a Donald Trump.

Jeff, um democrata de 62 anos, foi um dos eleitores a admitir ter recorrido a essa estratégia devido à forte rejeição que sente pelo magnata.

"Hoje votei na Nikki Hailey para tentar manter Trump bem longe da Casa Branca. Na realidade, penso que ela não tem chances de vencer, mas mesmo assim quis fazer a minha parte e tentar manter Trump fora da Presidência", sublinhou.

"Apesar de saber que muita gente não está entusiasmada com esta eleição e com os candidatos disponíveis no boletim de voto, eu estou bastante entusiasmado. De facto, acho que Joe Biden colocou este país no caminho certo e gostaria que lhe déssemos mais quatro anos. Acredito que coisas boas iriam acontecer. Mas, se Trump vencer novamente, acho que o país voltará a ser a América da década de 1950, com homens ricos e brancos a dominarem todos os setores", disse à Lusa. 

Outra eleitora que não quer imaginar Donald Trump de regresso à Casa Branca é Michele, uma democrata de 65 anos, que não poupou críticas ao candidato favorito do eleitorado republicano.

"Donald Trump é um criminoso, ele já fez tanto mal ao nosso país, ele mentiu-nos sobre os seus negócios, provocou o ataque ao Capitólio em 06 de janeiro de 2021, tentou reverter resultados eleitorais. E, mesmo assim, há imensas pessoas que estão completamente cegas e que continuam a apoiar este homem", lamentou.

"Trump só quer saber dele próprio e dos ricos. Como é que alguém consegue votar num homem que só promove o ódio, a raiva e maus hábitos? Ele não é honesto com o povo americano, não está a lutar por este país. Ele só luta pelos seus próprios interesses, ao contrário de Joe Biden, que efetivamente se preocupa com o bem coletivo", argumentou Michele.

Contudo, Donald Trump venceu as primárias republicanas do decisivo estado da Virgínia, considerado um 'swing state' ('estado pendular') por tradicionalmente oscilar entre democratas e republicanos.

Biden leva ligeira vantagem sobre Trump em sondagem em 15 estados

O presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, supera o republicano Donald Trump por apenas dois pontos percentuais nas sondagens para as presidenciais de novembro nos 15 estados que esta terça-feira votaram nas primárias.

De acordo com um estudo da Florida Atlantic University (FAU) e da Mainstreet Research, nos 15 estados que votaram a "Super Terça-Feira" das primárias republicanas e democratas, Biden tem uma intenção de voto de 46%, contra 44% de Trump.

Estes valores representam uma queda nos resultados do atual inquilino da Casa Branca em comparação com as eleições de 2020, onde venceu nesses 15 estados com uma vantagem de oito pontos percentuais (53% contra 45%).

A sondagem - com uma margem de erro de 1,7%, o que significa que a antevisão divulgada esta terça-feira está dentro dos limites do empate técnico - mostra que Trump tem um desempenho mais fraco entre mulheres e pessoas brancas com ensino superior em comparação com Biden.

Por outro lado, o candidato republicano tem melhores resultados entre os eleitores hispânicos, de acordo com esta sondagem.

"Quase 30% dos eleitores que não votam em Trump apontam o seu desempenho no cargo e para os acontecimentos de 06 de janeiro (de 2021, quando uma multidão dos seus apoiantes invadiu o Capitólio) como o motivo principal para não votar nele", comentou Robert E. Gutsche, Jr., professor da Faculdade de Estudos de Comunicação e Multimédia da FAU.

A sondagem - realizada entre 29 de fevereiro e 03 de março, entre 3.502 adultos com mais de 18 anos que residem nos 15 estados da "Super Terça-Feira" -- revela ainda que no Utah a vantagem de Trump sobre Biden (que em 2020 foi de 21%) foi reduzida para 9%.

Diário de Notícias | Lusa

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