Entre desmentidos e declarações, o que se passou com Ventura e Marcelo?
André Ventura assegurou que o chefe de Estado "desmentiu cabalmente e categoricamente" as notícias que davam conta que se oporia à sua presença no Governo. No entanto, Marcelo recusou comentar tais declarações.
A segunda semana de audiências do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aos partidos começou de forma atribulada. Após a reunião do Chega, André Ventura, assegurou que o chefe de Estado "desmentiu cabalmente e categoricamente" as notícias que davam conta que se oporia à sua presença no Governo. No entanto, Marcelo recusou comentar tais declarações.
"Posso dizer que o senhor Presidente da República desmentiu cabalmente e categoricamente que tivesse manifestado qualquer intenção de impedir que o Chega fizesse parte integrante ou liderante ou de qualquer outra forma do Governo da República", afirmou o líder do Chega, após a audiência de cerca de uma hora, no Palácio de Belém.
Em causa está uma notícia avançada pelo Expresso, que indicava que o Presidente da República se oporia a uma eventual presença do Chega no Governo.
Em declarações aos jornalistas, André Ventura afirmou que Marcelo disse que tal situação "não faria nenhum sentido" porque "quem escolhe é o povo".
"Agradecemos-lhe a clareza em nome da direção do Chega e do Grupo Parlamentar, porque era importante que o país não vivesse numa mentira de que o chefe de Estado estaria a querer boicotar a presença do Chega no Governo", disse ainda o líder do Chega.No entanto, o Presidente da República apressou-se a demarcar-se as declarações de Ventura. "Como tem repetidamente afirmado, o Presidente da República não comenta declarações de partidos políticos nem notícias de jornais", escreveu Marcelo Rebelo de Sousa numa nota publicada no site da Presidência da República, minutos após uma audiência com o líder do Chega.
Sublinhe-se que, nas eleições legislativas de 10 de março, a Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).
A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.
Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.
Notícias ao Minuto | Lusa
Nota PG:
Incluímos dois cartoons de Henrique Monteiro em HenriCartoon a propósito do tema e das trafulhices geradas acerca do Chega/PSD/Marcelo Rebelo de Sousa. Obviamente que os portugueses atualizados sobre o assunto acreditam que o jornal Expresso não ia inventar que o PR Marcelo havia afirmado que não aceitaria o Chega no Governo... Trafulhices à Marcelo? Não? Então de quem? De nim? É mais que provável.
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