terça-feira, 19 de março de 2024

Portugal | Toda a bagunça da anulação de votos é inadmissível e antidemocrática


Em baixo trazemos o Curto do Expresso por Cristina Pombo. Bem haja. Bem hajam todos vós. 

Bom dia. Voltamos ao assunto que está na ordem do dia. Não. Não é sobre o Chega nazi, consequentemente racista e antidemocrático. Isso já lá vai e Montenegro está a manter o tal "não é não". Provavelmente não se aguenta e assim não será por muito mais tempo. A pressão está sobre o homem de Espinho, ele, para dizer que o não é sim. Sabemos que há fascistas saudosistas no PSD e por toda a direita dita democrática. Salazar revive ao lado do seu amigo e parceiro Hitler. Parece que temos o que merecemos e que a ignorância e desumanidade estão bem vivas e satisfatoriamente ao modo fomentado pelo salazarismo fascista. Enfim. Chega.

Outros itens são ordem do dia. Por isso hoje vamos aos votos para abordar algo simples: em 50 anos de eleições ditas democráticas quantos milhões de votos dos portugueses foram para o lixo? Ah! Então existem portugueses de primeira e de segunda. Confirma-se e muito haveria para aqui dizer em desfavor dos cérebros que gizaram o processo de contabilizar os votos expressos sem sombras de dúvidas mas que vão para o lixo. Os votos e as dúvidas. Democraticamente a solução seria atirar para o lixo os "sábios" e obreiros do processo eleitoral vigente. Mas não. Eles, esses, decerto que são portugueses de primeira ou até de luxo, só popularmente pensamos esses tais como lixo. Qual quê? Lixo somos nós, os cidadãos que ingenuamente se julgam a viver e a participar  em democracia. Coitados, iludidos. A máfia é o sistema e o sistema são todos eles, consciente e inconscientemente. A plebe serve para que dela se sirvam num esclavagismo moderno e fundamental para aumentar o PIB e os lucros monstruosos com sangue, suor, subvidas sofridas e lágrimas nossas.

Não queremos ser longos. Vem aí o Curto do Expresso. Recordamos: pensar não dói nada. Experimentemos.

Bom dia, não sabemos como será possível ter um bom dia mas... Olhamos e vimos o mundo a ficar negro e Portugal não está com melhor aspeto nem vivência, apesar de uns mentirosos tanto encherem as declarações com palavras democracia, justiça e etc. e tal. Mentiras. Sempre mentiras estrategicamente ludibriosas.

O Curto do Expresso para todos vós a seguir. Para já uma sandes de 'lutar, lutar sempre'. Aqui fica.

Boa sorte. Boa luta. O Curto para quem quiser.

AV | Redação PG

Horas decisivas: o xeque-mate da emigração

Cristina Pombo, coordenadora da secção internacional | Expresso (curto)

Bom dia!

Começo por lhe fazer um convite: amanhã, às 14h00, "Junte-se à Conversa" com David Dinis e Pedro Cordeiro para falar sobre "Trump vs Biden: o que esperar do remake?". Inscreva-se aqui.

Ontem foi o dia E, o dia em que começaram a ser contados os primeiros votos dos círculos da emigração, e que se espera venham desimpedir o caminho para a governação em Portugal, depois de uma eleição que deixou mais dúvidas do que certezas. No primeiro dia terão sido contabilizados 150 mil votos, disse à Lusa o porta-voz da Comissão Nacional das Eleições (CNE), admitindo que há votos anulados, “como há em todos os atos eleitorais”. O problema, diz Fernando Anastácio, poderá ter sido gerado por “um número significativo de votos que não vieram acompanhados do cartão de cidadão”. A azáfama da contagem no Centro de Congressos de Lisboa vai continuar até quarta-feira, data em que devem ser conhecidos os quatro deputados dos círculos da Europa e Fora da Europa.

Mas para já, a contagem parcial dos boletins provenientes do estrangeiro dá os primeiros sinais sobre a derradeira etapa das legislativas de 10 de março: o Chega é o partido mais votado nos círculos eleitorais da emigração no final do primeiro dia de apuramento de resultados, segundo a informação divulgada, esta segunda-feira, pelo “Público”. O jornal adianta que o partido liderado por André Ventura segue em primeiro lugar no círculo da Europa, com 21 mil votos, enquanto o PS regista 17.900 e a AD 15.556. Fora da Europa, o Chega registou, para já, 4300 votos, mas a liderança cabe à AD, com cerca de 6000 votos. O PS segue na terceira posição com 3800 votos.

Os dados mais recentes da Administração Eleitoral indicavam a receção, até sexta-feira, 15 de março, de 299.322 cartas com votos de eleitores residentes no estrangeiro, a maioria provenientes da Europa (230.731, ou 77%), seguida da América (57.345, 19%), da Ásia e Oceânia (9396, 3%) e de África (1850, 1%).

Ontem, André Ventura foi recebido no Palácio de Belém pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. À saída da reunião, levantou a hipótese de o PS ainda poder ser o partido mais votado nas eleições legislativas, um cenário que a verificar-se contará com o chumbo do Chega, afirmou Ventura: “Não aceitaremos a indigitação de Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro ou um governo PS”. Ao contrário do que tinham feito outros líderes à passagem por Belém, Ventura quebrou o silêncio e confidenciou que Marcelo lhe disse que não se opõe a um governo com a presença do Chega. E voltou a colocar pressão sobre o PSD para que chegue a um acordo com o seu partido.

O Presidente receberá hoje, pelas 16h, uma delegação do Partido Socialista e, amanhã às 17h, será a vez da Aliança Democrática - o dia em que se saberá os resultados finais dos votos da emigração.

OUTRAS NOTÍCIAS

Central solar. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu uma declaração de impacto ambiental (DIA) favorável condicionada para o projeto da central solar fotovoltaica de Nisa que contempla um investimento de 176 milhões de euros. A aprovação é relevante sobretudo porque é dada para um dos municípios que nos últimos anos mais se têm oposto ao desenvolvimento de projetos solares de larga escala.

Segurança europeia. O Conselho de Segurança Nacional espanhol adverte para o “risco real e direto” de aumento do terrorismo devido à guerra em Gaza, pode ler-se no diário “El País” desta terça-feira. A Estratégia Nacional contra o Terrorismo em Espanha aponta também para os riscos do aumento de circulação de armas e explosivos na Europa após a invasão da Ucrânia.

Segunda-feira foi um dia de festa na Rússia: a península da Crimeia foi anexada há dez anos, e o Kremlin organizou um concerto na Praça Vermelha para assinalar a data. Leia o resumo de mais um dia da ocupação russa na Ucrânia. Já os últimos desenvolvimentos da guerra em Gaza podem ser acompanhados em direto ao longo do dia de hoje no site do Expresso.

Israel - UE. Borrell acusa Israel de usar a fome como arma de guerra, enquanto avisa que a União Europeia está pronta a sancionar colonos israelitas violentos. A correspondente em Bruxelas, Susana Frexes, escreve que não é a primeira vez que Josep Borrell é duro nas críticas, mas esta é uma das mais sérias acusações. Também não é esta a posição comum da União Europeia, mas à falta de um consenso a 27 para aumentar a pressão sobre Israel, o espanhol assume o discurso, numa altura em que as Nações Unidas alertam sobre "a insegurança alimentar catastrófica”.

Recordações neonazis. O Expresso conta-lhe tudo sobre a lista de encomendas de uma das maiores lojas neonazis do mundo, que inclui alguns (poucos) clientes portugueses. A Midgård é mais do que uma loja de bairro. Fundada em 1994, há muito que deixou de ser um pequeno estabelecimento de rua pensado apenas para satisfazer os gostos dos neonazis locais, para se tornar um vasto repositório online de música, literatura e ‘souvenirs’ procurado por comunidades de supremacistas brancos espalhados um pouco por todo o mundo.

Agricultores em luta. Quatro tratores ornados com faixas de protesto estacionaram à frente do edifício onde decorre a 10.ª Cimeira das Regiões e Municípios da União Europeia, em Mons, na Bélgica. Dois representantes de sectores agrícolas falaram com os jornalistas sobre os problemas que o sector enfrenta. O socialista português Vasco Cordeiro, diretor do Comité das Regiões, foi ouvir algumas das queixas. Os tratores avançam e a Comissão recua, mas pouco, segundo os agricultores e os analistas consultados pelo Expresso. Os agricultores querem mais rendimentos e a Comissão quer mais tempo. Apesar das discórdias, a comida não irá faltar no prato.

FRASES

“Depois dos resultados de domingo, tornou-se quase óbvio que Putin não está só a perseguir o projeto Estalinista fora da Rússia. Também está a fazê-lo dentro dela.”
Daniela Nunes, no Expresso

“O governo vai cair em seis meses? Não apostava muito nisso.”
João Miguel Tavares, no Público

“Javier Milei comemora 100 dias no poder. Intensas, contraditórias, quezilentas, as primeiras semanas do presidente libertário na Casa Rosada oferecem a oportunidade de olhar pelo retrovisor e, a partir do breve caminho percorrido, vislumbrar para onde caminha a Argentina, com suas luzes, sombras e intrigas.”
Hugo Alconada Mon, em “El País”

PODCASTS

Cultura portuguesa desce da cruz e “ressuscita” pintura de Domingos Sequeira, Expresso da Manhã

Como se normaliza a direita radical? Vicente Valentim responde a Daniel Oliveira, Perguntar não Ofende

A liderança de Francisco Conceição e as verdades que Kökçü disse, mas não podia ter dito, No Princípio era a Bola

O QUE ANDO A VER

Sábado terminou com uma ida ao teatro imersivo para assistir à peça “A Morte do Corvo” cuja história não vou detalhar porque arriscaria a estragar a experiência a quem decidir dar lá um salto. Na verdade, já não resta muito tempo para fazê-lo: a peça que decorre em mais de 2000 m2 do antigo Hospital Militar da Estrela, em Lisboa, só estará em cena até ao final deste mês. Neste espetáculo, que se desenrola no ano de 1924, o visitante é convidado a deambular livremente, mas aconselhado a seguir uma ou várias das personagens enigmáticas, que comunicam unicamente através de linguagem corporal e do movimento coreográfico. O resultado é um frenético vai e vem por salas sublimemente decoradas com acessórios de época que servem, não raras vezes, uma narrativa um pouco esparsa, mas não menos criativa. Para que não se sinta irremediavelmente perdido, a produção aconselha a leitura prévia da sinopse da peça, para conhecer a história de cada uma das personagens (é relevante!). É recomendado ainda o uso de calçado confortável, porque estará de pé (em frequente movimento) durante cerca de 100 minutos. Só mais uma dica, por diversas ocasiões vai sentir-se parte de um dos mais icónicos cenários do filme “Eyes Wide Shut”…

Hoje, 19 de março, é um dia especial, e não quero terminar sem desejar um feliz DIA DO PAI a todos os que têm a sorte de o ser. E se me permitem vou um pouco mais longe, para fazer um agradecimento especial ao meu, o melhor de todos os Pais, o Pai Zé, o mais incrível e carinhoso, o que me acompanha em todos os momentos da vida, que esculpe as mais delicadas peças em madeira e é também o avô mais extremoso. Obrigada!

Despeço-me, desejando que continue aí desse lado, onde gostamos que esteja e queremos muito que continue, a apoiar o jornalismo livre nas diferentes marcas que temos para lhe oferecer: aqui no Expresso, ali na Tribuna, na Blitz ou na Sic Notícias.

Uma excelente terça-feira!

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