sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Moçambique | Esquadrão da morte comandado pelo líder da RENAMO?

Conceição Matende | Deutsche Welle

Ex-guerrilheiros da RENAMO pedem a destituição de Ossufo Momade, acusando-o de formar esquadrões da morte dentro do partido. Alguns membros são sequestrados quando tem ideias contrárias, denuncia João Macahava.

Em Moçambique, os ex-guerrilheiros da RENAMO, oficialmente maior partido da oposição em Moçambique, exigem a demissão do seu líder, Ossufo Momade, e sugerem a realização de um conselho nacional alargado aos combatentes. Objetivo: refletir sobre o rumo que o partido está a tomar. João Macahava, porta-voz dos ex-guerrilheiros, afirmou que Ossufo Momade criou esquadrões da morte dentro da RENAMO e exortam aos membros a paralisarem as atividades a partir de amanhã e a unirem forças para a destituir o líder.

A DW ouviu João Machava. Leia: 

DW África: Porquê só agora, após as eleições, querem a destituição de Ossufo Momade?

João Machava (CM): Não se trata de algo novo, nós já viemos tentando desde o dia 15 de abril do ano de 2023, na cidade da Beira, nos reunirmos e exigirmos a demissão dele e não tivemos sucesso por ser na província, dessa vez acredito que iremos conseguir.

 Quando você tem boas ideias falam ´esse não é nosso´ e mandam-te sequestrar, no partido já tem esquadrões da morte, protagonizados por alguns membros sob a orientação de Ossufo Momade.

DW. A proposta da demissão de Ossufo Momade foi discutida no congresso da RENAMO?

JM: Aquilo não foi um congresso, tratava-se de uma fantochada e brincadeira, porque só participaram cunhados e primos dos chefes, por essa razão colocaram muitos polÍcias e os verdadeiros membros da RENAMO não participaram do congresso.

DW:  Qual foi o critério usado para a seleção das pessoas para a participação do congresso?

JM: A seleção foi feita por indicação a dedo, porque os nomes de alguns congressistas eleitos nos distritos não constavam na lista, assistimos isso com vários membros de diferentes províncias manos de Maputo província, Inhambane e cidade de Maputo.

DW: O que vocês  pretendem?

JM: Nós queremos que se realize um conselho nacional alargado aos combatentes e todos aqueles que desempenharam cargos relevantes desde o ano de 2018 a 2024 nas províncias até a capital do país, queremos que se faça uma reflexão profunda..

DW: Qual é o vosso objetivo ao paralisar as atividades na sede do partido na cidade de Maputo?

JM: Trancamos as portas da sede nacional e emitimos um comunicado onde exortamos a todas as províncias para se juntarem a nós e fecharem as delegações a partir de sábado até ordens contrárias.

DW:  Acha que as outras províncias irão aderir a esse apelo?

JM: O grito de socorro é de todas as províncias, é verdade que poderão não começar amanhã, mas a partir de domingo vão testemunhar o fecho das delegações provínciais.

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