< Artur Queiroz*, Luanda >
Luanda cidade tem dez milhões de habitantes, o mesmo que a Bélgica. Portugal tem pouco mais de nove milhões. Para só falar em duas antigas potências coloniais A divisão da província faz todo o sentido e só peca por tardia. Os problemas da área rural são bem diferentes daqueles que se colocam na grande metrópole urbana.
A província do Moxico tem
Acabar com o deserto humano no Moxico herdado do colonialismo era uma emergência, sempre adiada devido à Guerra da Transição (1974/1975) e à Guerra pela Soberania Nacional e Integridade Territorial (1975/1988). Falar em assimetrias regionais é pouco. A província caminhava a passos largo para a morte social. A nova divisão administrativa só peca por tardia. Mas tem de ser apoiada com todas as forças. Aplaudida. Exige o apoio de todas as forças políticas e económicas.
Um território quase três vezes maior que Portugal era até agora dirigido por um governador, seus adjuntos e nove administradores municipais! O deserto humano caminhava a passos gigantescos para a morte social. Consultem os estudos científicos dos solos da região efectuados por técnicos do Serviço de Geologia e Minas. Vão ver que a província do Moxico Leste em pouco tempo é líder mundial na exploração do cobre! O deserto humano dá lugar a milhões de empregos e muita riqueza. A divisão administrativa só perca por tardia.
A província do Cuando Cubango tem uma área de 199.049 quilómetros quadrados e 817.730 habitantes. Duas vezes maior que Portugal mas apenas dez por cento da sua população. Era gerida por um governador, seus adjuntos e os administradores dos municípios de Calai, Cuangar, Cuchi, Cuito Cuanavale, Dirico, Mavinga, Menongue, Nancova e Rivungo.
Os recursos naturais do Cuando Cubango são incomensuráveis. Poucas regiões do mundo têm tantos recursos hídricos. Durante a administração colonial, técnicos qualificados elaboraram projectos para fazerem da região o celeiro de África. Foram reprovados porque a política colonialista exigia que Angola importasse grãos da “metrópole”.
Cuando Cubango tem grandes reservas de petróleo e minerais como diamantes, cobre, ferro, terras raras e urânio. A nova divisão administrativa só peca por tardia. As províncias do Cuando e do Cubango em poucos anos podem liderar a produção de riqueza e postos de trabalho em Angola.
No eixo Menongue-Cuxi, um estudo
realizado em 1916 revela “manifestos de cobre e outros metais”. O técnico Cunha
Gouveia fez um relatório em 1957 onde revela as riquezas minerais
A Rádio Essencial juntou uma quadrilha para deitar abaixo a nova divisão administrativa. São contra mas não sabem porquê. Usam os argumentos da UNITA que são debitados por políticos viciados no terrorismo e têm o intestino grosso ligado ao cérebro. Não vou fazer propaganda desse lixo humano. Mas todos defendem que a nova divisão administrativa é um truque do MPLA para ganhar as próximas eleições (2025) mesmo perdendo nos círculos de Luanda, Huambo, Benguela e Huíla, as maiores praças eleitorais.
Na província de Luanda o MPLA perdeu as eleições de 2022 porque o seu eleitorado optou pela abstenção (55 por cento) e os votos brancos (1,6 por cento) e nulos (1,8 por cento). Não foi o MPLA que perdeu. Foi João Lourenço. Basta a nova ou o novo cabeça de lista ter o apoio dos militantes e votantes, para o MPLA esmagar a concorrência. Porque a abstenção cai para metade ou menos!
Província de Benguela. Na anterior divisão administrativa tinha os municípios de Benguela (sede), Lobito, Bocoio, Balombo, Ganda, Cubal, Caimbambo, Baía Farta e Chongoroi. O mesmo número que o arquipélago da Madeira! Agora tem 23. Ainda bem. Em 2022 o MPLA ganhou as eleições em Benguela com 54,52 por cento e elegeu três deputados no círculo.
No Círculo Eleitoral da Huila o MPLA ganhou em 2022 com 69,33 por cento dos votos em 2022 e elegeu quatro deputados.
No Círculo Eleitoral do Huambo o MPLA ganhou em 2022 com 56,83 por cento dos votos em 2022 e elegeu três deputados.
O lixo humano que manipulou e mentiu aos microfones da Rádio Essencial sabe que no Huambo, Benguela e Huíla, a UNITA não vai ganhar nunca as eleições porque o eleitorado conhece bem os sicários do Galo Negro. Sentiu na pele os seus crimes.
Afirmar que a nova divisão administrativa é um truque do MPLA para ganhar as próximas eleições só passa pela cabeça de matumbos militantes. Já estão a arranjar desculpas para a derrota eleitoral. Comemorando a partida de João Lourenço e da sua tralha na direcção do partido ou no Executivo, a derrota da UNITA vai ser mesmo muito pesada. O eleitorado do MPLA comparece maciçamente às urnas. Para esmagar os bajuladores do ainda líder e para pôr a UNITA no seu lugar.
A guerra chegou em força à cidade de Sumy na Ucrânia. Forças militares de países da OTAN (ou NATO) foram atacadas nos seus aquartelamentos, em hotéis que habitavam e em locais onde tomavam as refeições. Uma mortandade. A propaganda ocidental diz que os russos mataram a população civil. Só não dizem que militares armados estavam em zonas civis. Apesar da carnificina, Bruxelas só fala de guerra. Os traficantes de armas têm muito poder na União Europeia.
* Jornalista
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