< Artur Queiroz*, Luanda >
Todos os anos por esta altura os
cães de palha ladram furiosamente contra a caravana que já não passa por aqui
há muitos anos. E faz das vítimas carrascos. Dos carrascos vítimas. Dos
assassinos heróis. Dos assassinados vilões. Este ano levaram a farsa a níveis
nunca dantes vistos. A clique que se apoderou do poder emitiu uma lista de
condecorados no âmbito dos 50 anos da Independência Nacional. Estão lá
incluídos os principais membros da direcção política e militar do 27 de Maio
1977: Monstro Imortal, Bakalof e Nito Alves. Até a Virinha! Os golpistas
decapitaram o Estado-Maior Geral das FAPLA quando o país estava
Muitos golpistas que na época eram ninguém hoje mandam e comandam. Até a namorada do Luís Kitumba é altíssima dama! Promovem os seus chefes, derrotados, de todas as formas e feitios. Meteram-nos no negócio das ossadas. Na época Angola tinha pena de morte e os dirigentes do golpe de estado militar foram condenados a fuzilamento, num Tribunal Marcial instalado no Ministério da Defesa. Um dos sentenciados, no tempo da guerrilha na I Região Política e Militar do MPLA, condenou o comandante Miro a fuzilamento, acusado de ter roubado uma galinha. Todos conheciam as regras do jogo. Traição, deserção, delação e sedição davam pena de morte.
O Presidente João Lourenço decidiu que a unidade e reconciliação nacional só são possíveis se os golpistas forem guindados à condição de heróis nacionais. Os factos é que atrapalham. Na mudança do regime de democracia popular para a democracia representativa aconteceram as eleições multipartidárias. Os golpistas do 27 de Maio 1977 criaram o partido PRD, reforçado com uns restos da Revolta Activa.
O eleitorado angolano provou ao mundo que estava unido sob a bandeira do MPLA. Os golpistas do 27 de Maio tiveram uma votação residual. O seu líder, Luís dos Passos, foi candidato à Presidência da República e conseguiu 50 mil votos em muitos milhões. João Lourenço condecorou-o nos 50 anos da Independência Nacional.
Atenção! Nas eleições seguintes o partido dos golpistas do 27 de Maio 1977 desapareceu por falta de votos. Recordemos a turma dos zeros: PLD (0,33 por cento), FpD (0,27), PRD (0,22). Os golpistas escondidos no seio do MPLA continuaram na maior e chegaram ao topo. Traição recompensada. A FpD mudou para Bloco Democrático e é o intestino grosso da UNITA. Justino Pinto de Andrade condecorado por João Lourenço. Prémio merecido. Ajuda Adalberto a evacuar bem!Este ano a festa dos golpistas continua a ser abrilhantada pelo fascista e colonialista Carlos Pacheco. Tudo está no seu lugar como canta Benito di Paula. Já alguns jovens estudantes do Liceu Salvador Correia tinham consciência nacionalista e ele foi ao Palácio da Cidade Alta fazer um discurso, em nome da juventude angolana, apoiando o fascismo e o colonialismo. Tínhamos uma tertúlia na Maianga da qual ele fazia parte. Jurou emendar-se e nunca mais voltar a pecar. Tudo mentira. É um vendido recalcitrante. Um fascista militante. Um colonialista pedante. Acho que desta vez também recebeu do Chega. O bicho não é esquisito.
Carlos Pacheco foi cumprir o serviço militar obrigatório no curso de oficiais milicianos, Escola de Aplicação Militar no Huambo. Ofereceu-se para a especialidade de “Comando”. Um oficial instrutor perguntou-lhe: Porque queres ser Comando? E ele, espumando ódio, respondeu: Para os massacres! Um fascista. Um nazi. Incorrigível. Odeia Angola. Odeia o Povo Angolano. Tem um ódio de morte ao MPLA.
Armado em historiador vomita aldrabices. Manipula, mente, engana. Não passa de um historiador da carochinha em adiantado estado de demência. O ódio a Angola e ao MPLA potenciou a demência senil. Pobre diabo. Um dia destes nem o Chega lhe compra as diatribes. Mas João Lourenço continua cliente até 2027.
A sua última investida tem como engodo Viriato da Cruz. Mas comprou um carregamento de adjectivos para atirar contra Agostinho Neto. Que nem pode limpar os escarros atirados por Carlos Pacheco à sua cara porque está no mausoléu. Competia ao Estado Angolano agir contra quem calunia ou atenta contra a honra do antigo Chefe de Estado. (Artigo 333º do Código Penal Angolano).Qual o quê! A Procuradoria-Geral da República só tem ordens superiores para perseguir a Família de Agostinho Neto. E o chefe da Cidade Alta é o metre de cerimónias no festim do 27 de Maio 1977.
Carlo Pacheco pegou em Viriato da
Cruz e fez dele o “pai do MPLA”. É apenas um fundador do “amplo movimento”.
Agostinho Neto fugiu com a família de Portugal quando estava na situação de
prisão domiciliária. Foi recebido em Marrocos pelo presidente do MPLA, Mário Pinto
de Andrade. De imediato convidou Agostinho Neto para o substituir na liderança.
Neto exigiu eleições. Isto aconteceu
A lista de Agostinho Neto ganhou as eleições. Porque ele assumiu o compromisso de reforçar a Luta Armada. Mas também porque Mário Pinto de Andrade e a maioria dos membros da direcção lhe declararam apoio antes das eleições. A lista de Viriato da Cruz foi esmagada. Este resultado tem muito a ver com a querela sino-soviética, que começou em baixa intensidade no ano da fundação do MPLA (1956) e explodiu em 1960. Viriato declarou-se maoista. Matias Miguéis acompanhou-o.
Face à derrota, Viriato da Criz decidiu ir para a UPA/FNLA. Mafia Miguéis acompanhou-o. Má experiência. Em pouco tempo percebeu que se tinha metido num ninho de racistas e tribalistas. Para se integrar, o ex-dirigente do MPLA defendeu que brancos e mestiços não podiam fazer a Luta Armada de Libertação Nacional. Não podiam ser dirigentes nem militantes. Só podiam prestar serviços auxiliares como apoiantes ou simpatizantes.
Na época, Mobutu, na qualidade de
chefe das forças armadas desde 1960, já mandava
Carlos Pacheco escreve que Agostinho Neto mandou um grupo capitaneado pelo Comandante Manuel Lima à Pensão Logo Existo onde estava alojado Viriato da Cruz a expensas do governo congolês. Foi espancado. Humilhado. Levado à presença de Agostinho Neto continuaram a agredi-lo. Isto é absolutamente falso. Uma aldrabice engendrada pelos fascistas do André Ventura exclusivamente para o Carlos Pacheco vender ao jornal “Público”.
Se alguém do MPLA ousasse
espancar membros da FNLA era preso imediatamente. Ou morto! Holden Roberto e o
seu novo camarada Viriato da Cruz estavam
Carlos Pacheco, seguindo o guião dos fascistas do André Ventura ou de uma qualquer Comissão de Ressurreição da PIDE, mais uma vez ofendeu a honra e a memória de Agostinho Neto. De uma forma manhosa e sub-reptícia faz passar a ideia de que o MPLA era um clube de farristas tipo Marítimo da Ilha. E Agostinho Neto era um ditador, só deixava dançar os seus amigos.
O “amplo movimento” era nacionalista e revolucionário. A sua direcção optou pela Luta Armada de Libertação Nacional. Agostinho Neto cumpriu a missão que lhe foi confiada pelos camaradas em nome do Povo Angolano. Venceu a Guerra pela Independência Nacional. E isto dói muito aos fascistas e colonialistas como Carlos Pacheco. E a João Lourenço. Sabe que nunca chegará aos calcanhares do Fundador da Nação. Que ódio! Vingou-se atirando com a Família de Agostinho Neto para o exílio. Um mundo de anões mal formados.
Vamos à China. Carlos Pacheco diz que Viriato da Cruz foi humilhado e maltratado na República Popular da China. Não consta nada. Em princípio é mais uma aldrabice do fascista e colonialista Carlos Pacheco. Ma se é verdade, Viriato da Cruz foi o único responsável. Aderiu ao maoismo, ainda estava na direcção do MPLA. Partiu voluntariamente para Pequim quando decorria a Revolução Cultural.
O fascista e colonialista Carlos Pacheco não sabe mas eu recordo que a Revolução Cultural liderada por Mao Tsé-Tung, começou em 1964. Serviu para matar os Quatro Velhos: Velhas ideias, velhas culturas, velhos costumes e velhos hábitos.
Um empregado de balcão da Singer no Lobito, com graves lacunas ideológicas, inchado, com a importância que lhe deram no MPLA, pensou que em Pequim tinha a mesma indulgência e paciência que teve em Conacri e Léopoldville. Engano de alma. Viriato da Cruz foi para a China pelo seu pé. Continuou lá porque quis. Morreu com a barriga cheia de grandeza balofa. Ele é que escolheu o caminho do maoismo e da traição ao MPLA e ao Povo Angolano.
Perdemos um grande poeta porque queria inchar politicamente até ser o Mao Tse-Tung que começou a vender máquinas de costura Singer. A ambição desmedia cega e mata. Ma a culpa não é de Agostinho Neto e do MPLA.
* Jornalista
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