Ministro diz que reconhecimento de erros no apoio internacional "vem tarde e após muito dinheiro desperdiçado"
LUSA
Díli, 26 abr (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Zacarias da Costa, disse hoje que o "mea culpa" do Banco Mundial pelo atraso no desenvolvimento do seu país "chega tarde e depois de gastos muitos milhões de dólares".
Um projeto de relatório do Grupo de Avaliação Independente (IEG, na sigla em inglês) do Banco Mundial, sobre a ajuda internacional a Timor-Leste nos últimos 10 anos, assume que o próprio Banco tem responsabilidades no atraso do desenvolvimento, com a rigidez das suas normas.
Num artigo sobre esse projeto de relatório, publicado na edição para a Ásia e Pacífico do "The New York Times" por Knowlton Brian, é dado como exemplo que "o Banco atrasou a abertura de quatro hospitais, de que o país precisava desesperadamente, devido à rigidez das normas impostas, apesar da taxa de mortalidade infantil ser das mais altas do Sudeste Asiático e da esperança de vida ser então de pouco mais de 55 anos".
Segundo Knowlton Brian, o projeto de relatório do IEG "ilustra os problemas que surgem quando as agências de desenvolvimento tentam satisfazer as necessidades urgentes, assegurando que o dinheiro dos doadores não é mal gasto".
"O projeto de relatório, ainda não publicado, atribui grande parte da culpa pela lentidão em Timor-Leste, país que surgiu em 1999, após um quarto de século de luta pela independência da Indonésia, ao próprio Banco Mundial", escreve o autor do artigo.
Em declarações à Lusa, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, que desempenhou funções de avaliação de projetos no Banco Asiático de Desenvolvimento, afirma que o reconhecimento de erros cometidos pelas organizações internacionais em Timor-Leste "peca por tardio" e vem "depois de gastos muitos milhões".
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