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Díli, 07 jun (Lusa) -- O Governo de Timor-Leste deverá abrir em Macau um escritório de cooperação económica, por sugestão feita às autoridades timorenses por uma delegação empresarial chinesa que se deslocou a Díli, disse hoje à Lusa fonte do executivo timorense.
A informação foi dada à Agência Lusa no final de um encontro bilateral da delegação chinesa com o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e outros membros do seu Governo, pelo ministro da Economia e Desenvolvimento, João Gonçalves.
"Ficou aberta a possibilidade de se abrir um escritório de cooperação económica em Macau, para coordenar melhor e canalizar as propostas de investimento para Timor-Leste e promover as oportunidades que Timor oferece", disse o ministro João Gonçalves, referindo que a sugestão partiu de Edmund Ho, ex-líder do Governo de Macau que chefiou esta missão empresarial.
Durante a reunião foi manifestado o interesse de companhias chinesas em participar na reabilitação e construção das infraestruturas em Timor-Leste e reiterada a disponibilidade do Governo chinês em conceder um empréstimo externo.
"As infraestruturas são uma das grandes necessidades de Timor-Leste e um enorme desafio que enfrentamos e a experiência de companhias chinesas nessa área poderá ajudar imenso. As companhias estão dispostas a investir em Timor-Leste e vamos ver como é que essa cooperação poderá ser desenvolvida", disse João Gonçalves, explicando que serão analisadas as possibilidades pelos respetivos ministérios.
Já quanto à questão do financiamento, aquele membro do Governo esclareceu que "há a vontade do governo chinês em apoiar com fundos a título de empréstimo, o que terá de ser feito de acordo com as leis de Timor-Leste".
Outro dos temas abordados foi o da possível cooperação na formação profissional, direcionada sobretudo para a hotelaria e turismo, segundo o ministro.
"A base da economia de Macau é a hotelaria e o turismo, áreas em que Timor-Leste tem enorme potencial. Precisamos de preparar recursos humanos para o futuro e Macau poderá dar-nos um grande apoio nessa área", disse.
Ainda na área do turismo, foi hoje assinado um memorando de entendimento com uma empresa chinesa que quer investir na construção de um hotel e foram estabelecidos acordos entre empresas timorenses e de Macau para possíveis parcerias no turismo, na comercialização de café e para um projeto de produção agrícola.
A delegação de Macau visitou ainda a Autoridade Bancária de Pagamentos (BPA), a quem compete emitir as licenças para as instituições financeiras operarem em Timor-Leste, para se inteirar da legislação timorense na área financeira.
A missão empresarial chinesa, constituída por meia centena de empresários, na maioria oriundos de Macau, foi liderada por Edmund Ho, atual vice-presidente da Comissão Consultiva Política do Povo Chinês, tendo sido recebida pelo Presidente da República, José Ramos-Horta.
O chefe de Estado promoveu uma receção de boas-vindas no Palácio Presidencial Nicolau Lobato, tendo destacado as boas relações entre os dois países e os laços históricos que unem Timor-Leste e Macau.
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