PMA - LUSA
Maputo, 03 jun (Lusa) -- A ponte que o consórcio Soares da Costa/Mota Engil vai construir a partir de agosto sobre o Rio Zambeze, centro de Moçambique, será "uma âncora" para a economia da região e dos países vizinhos, considerou a concessionária.
A infraestrutura será a segunda maior do género do lado moçambicano do Rio Zambeze, um dos maiores de África. Terá 1.600 metros de comprimento e irá custar 105 milhões de euros, 95 por cento dos quais de uma linha de crédito aberta pelo Governo português.
Em entrevista à Lusa em Maputo, o presidente da Estradas do Zambeze, António José Graça, que representa a concessionária portuguesa Ascendi, disse que as obras vão durar 42 meses e serão concluídas em 2014.
"Este prazo foi ponderado e pensado de acordo com o nosso conhecimento daquela zona, cujo leito varia em função das chuvas. Não há nada que indique que não seja possível", declarou António José Graça.
Uma vez operacional, disse, a ponte vai posicionar-se como "âncora" para a economia da região e dos países vizinhos, cujo comércio internacional flui através dos portos moçambicanos.
"Os dois dias que os camiões levam para atravessar a Ponte Samora Machel (a atual ponte em funcionamento na cidade de Tete) vão passar para a história, porque os veículos terão um escoamento fácil e muitíssimo rápido", disse o presidente da Estradas do Zambeze.
Dados da Administração Nacional de Estradas de Moçambique (ANE) indicam que a Ponte Samora Machel, construída ainda no tempo colonial, que se localiza a cerca de seis quilómetros da futura ponte, é diariamente atravessada por cerca de 700 veículos ligeiros e 500 pesados, que transportam mercadorias do Porto da Beira para o Malauí, Zâmbia, Zimbabué, África do Sul e Botsuana.
A travessia na Ponte Samora Machel está suspensa devido a trabalhos de reabilitação, que se iniciaram após constantes quedas dos cabos que suportam o tabuleiro da estrutura.
O presidente da Estradas do Zambeze afirmou ainda que a futura ponte sobre o rio Zambeze vai ajudar a dinamizar a exploração do carvão dos distritos de Benga e Moatize, na província de Tete.
Além da construção da ponte, a concessionária Estradas do Zambeze será igualmente responsável pela construção de uma estrada nova de 14 quilómetros, que dá de acesso à ponte, reabilitação de 270 quilómetros de estrada, bem como vigilância e manutenção permanente de 700 quilómetros de estradas da província de Tete, durante 30 anos.
A maior ponte sobre o Rio Zambeze é a Armando Emílio Guebuza, nome do atual chefe de Estado moçambicano, e tem 2.500 metros de comprimento, encontrando-se a pouco mais de 300 quilómetros da ponte que será edificada a partir de agosto.
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