quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pelo menos 31 civis morreram em ataques da OTAN na Líbia, afirma governo





A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) realizou cerca de 60 ataques aéreos contra a Líbia nesta terça-feira (07/06), deixando pelo menos 31 mortos, segundo afirmou o porta-voz do governo Moussa Ibrahim, citado pelas agências de notícias.

De acordo com o site da multiestatal sul-americana Telesur, que tem um correspondente na capital Trípoli, “os bombardeios sacudiram toda a cidade”, e este foi o pior ataque desde o início da intervenção internacional, em 19 de março.

A ofensiva de hoje – feita à luz do dia – atingiu o complexo residencial do líder líbio Muamar Kadafi, em Trípoli, segundo a agência oficial líbia Jana. Como resposta, Kadafi afirmou que permanecerá em seu país "vivo ou morto", e pediu a seus aliados que se reunissem em frente ao palácio.

"Não nos renderemos, damos as boas-vindas à morte, não temos medo, o martírio é um milhão de vezes melhor. O povo líbio vencerá seus inimigos", afirmou Kadafi.

Na noite passada, os aviões aliados atacaram igualmente outras zonas da capital, entre elas o bairro de Al Karama, segundo a rede de televisão estatal.

Mediação russa

Também nesta terça-feira, um enviado especial russo esteve na cidade líbia de Benghazi, reduto dos rebeldes. Mikhail Margelov não se reuniu com representantes do governo, apenas com oposicionistas. Segundo o diplomata, o objetivo da visita era ajudar no diálogo entre os dois lados.

"Alguns estão olhando para Benghazi, outros, para Trípoli. A Rússia considera que é sua tarefa lançar uma ponte entre essas duas margens sobre as quais a sociedade líbia se encontra posicionada", disse Margelov, citado pela agência Reuters.

Em uma cúpula do G8 realizada no mês passado, os presidentes da Rússia, Dimitri Medvedev, dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, Nicolas Sarkozy, intimaram Kadafi a deixar o poder.

Na ocasião, Medvedev havia afirmado que esperava que Margelov tivesse a oportunidade de conversar tanto com a oposição como com o governo, mas que ele não iria a Trípoli nesta visita.

Margelov se reuniu com Mustafa Abdel Jalil, chefe do conselho nacional rebelde, informou a imprensa russa. Ele também teria tido um encontro com Ali Tarhouni, o ministro rebelde do Petróleo e das Finanças, para discutir a situação financeira e ajuda mais efetiva.

A Rússia apoiou a resolução inicial do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) que impôs sanções ao governo de Kadafi, mas se absteve em março na votação da segunda resolução, que autorizou a zona de exclusão aérea. O governo russo acusa a coalizão ocidental, que está lançando ataques aéreos, de ir além do objetivo da resolução, eu era de proteger civis.


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