sábado, 4 de junho de 2011

Sem candidato ao FMI, Brasil espera maior controle sobre países mais ricos




DEUTSCHE WELLE

Guido Mantega, ministro brasileiro da Fazenda, defende que FMI fiscalize mais os países desenvolvidos e alivie o cerco aos emergentes. Brasil não deve apresentar candidato a cargo de diretor-gerente.

No fim de junho, o Fundo Monetário Internacional deverá ter um novo diretor-gerente, sucessor de Dominique Strauss-Kahn, que renunciou ao cargo depois de ser acusado de abuso sexual. O prazo para os candidatos manifestarem interesse vence em 10 de junho, mas Guido Mantega, ministro brasileiro da Fazenda, já avisou: "O Brasil não está apresentando nenhum candidato para o posto de diretor-gerente do FMI", em resposta à Deutsche Welle, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (03/06).

Na última semana, Mantega recebeu em Brasília a francesa Christine Lagarde, ministra de Finanças que concorre ao cargo, e o candidato mexicano, Agustin Carstens, presidente do Banco Central do México. "Também teremos prazer de conversar com o candidato sul-africano, se ele vier até o Brasil", respondeu sobre a provável candidatura de Trevor Manuel, ex-ministro de Finanças daquele país.

Campanha sutil

Uma oposição não tão declarada se forma na disputa pela liderança do Fundo Monetário Internacional: de um lado estão os europeus, do outro, os emergentes críticos e ansiosos por mais espaço. "Essa regra de que tem que ser um europeu está superada pelo tempo. O Brasil irá analisar se os candidatos estão sintonizados com um FMI mais moderno, mais representativo dos problemas e dos interesses de todos os países, inclusive dos emergentes", adianta Mantega.

Por enquanto, a exigência dos "novos ricos" ainda não ecoou no território dos afortunados tradicionais. Angela Merkel, líder do governo alemão, já declarou apoio a Christine Lagarde – que teria o que ela chamou de "experiência ideal" – e pediu que os países em desenvolvimento tomem uma decisão imparcial.

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