INFORPRESS - LUSA
Cidade da Praia, 27 Jul (Inforpress) – Nairobi acolhe hoje uma reunião que procurará fazer um balanço sobre o avanço das doações internacionais para o Corno de África, onde a fome e a seca ameaçam a vida de cerca de 12 milhões de pessoas.
De acordo com as Nações Unidas, serão necessários 1100 milhões de euros no próximo ano, e 300 milhões nos próximos dois meses, para acudir à tragédia humanitária que assola sobretudo o sul da Somália, mas também Quénia, Etiópia, Djibuti, Sudão e Uganda. Até ao momento, segundo a ONU, foi angariada apenas cerca de metade desse montante.
A realização da "conferência de doadores" hoje na capital queniana foi anunciada na segunda-feira em Roma pelo ministro da Agricultura francês, aquando da sua participação na reunião de emergência na sede da Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) sobre a situação no Corno de África.
Bruno le Maire explicou na altura que a conferência serviria para fazer o "balanço sobre o avanço das doações" da comunidade internacional e conceder o "apoio financeiro indispensável para a ONU e as organizações não-governamentais que trabalham no local".
No entanto, a porta-voz de Nairobi do Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Rita Maingi, esclareceu à agência noticiosa EFE na terça-feira que não se trata de uma conferência mas de "uma reunião de doadores ordinária, que decorre todos os meses e que não é pública".
Independentemente da natureza do encontro, a chefe do serviço de operações de emergência para a África, América Latina e Caraíbas da FAO, a portuguesa Cristina Amaral, disse ter a expectativa de que o "consenso e a vontade política" expressos em Roma se traduzam hoje "em números concretos de financiamento".
"O que esperamos é que, para além dessa intenção política, os países avancem agora com números concretos. E que esses números não sejam só anunciados, mas também gastos", frisou Amaral na segunda-feira.
A realização do encontro decorre no mesmo dia em que o Programa Alimentar Mundial (PAM) espera finalmente poder estabelecer uma ponte aérea de ajuda alimentar à Somália. A saída do primeiro avião rumo a Mogadíscio estava marcado para terça-feira, mas problemas burocráticos e logísticos forçaram o PAM a adiar esse transporte.
*Foto em Lusa
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