quarta-feira, 6 de julho de 2011

Passos Coelho: CORTE DO RATING FOI UM “MURRO NO ESTÔMAGO”




LF – AGÊNCIA FINANCEIRA

Dívida do país está na categoria «lixo»
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, classificou esta quarta-feira como um «murro no estômago» a decisão da agência Moody`s de cortar em quatro níveis o rating de Portugal, colocando a dívida do país na categoria de «lixo».

«É o chamado murro no estômago», afirmou Pedro Passos Coelho, numa declaração transmitida pela RTP.

O PSD já veio dizer que a descida do rating é «muito discutível», o CDS considera-a pouco «compreensível». Na oposição, há partidos que dizem que as políticas de austeridade não acalmam a especulação.

Esta afirmação do primeiro-ministro foi proferida durante o período de recolha de imagens que antecedeu as reuniões com a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Confederação Espanhola de Organizações Empresariais.

No final do encontro e questionado sobre o estado de espírito que encontrou junto do primeiro-ministro em relação a esta decisão, o presidente da CIP, António Saraiva, respondeu: «Mostrou-nos, obviamente, uma desagradável surpresa - o murro no estômago é (uma expressão) do senhor primeiro-ministro».

Antes, António Saraiva também tinha utilizado esta expressão para comentar a decisão da agência.

A agência de notação financeira Moody`s cortou na terça-feira em quatro níveis o rating de Portugal de Baa1 para Ba2, colocando a dívida do país na categoria de «lixo» (junk).

A Moody`s argumentou que existe o risco crescente de Portugal precisar de um segundo pacote de empréstimos internacionais antes de conseguir regressar aos mercados no segundo semestre de 2013.

Referiu também que existe uma «possibilidade crescente de a participação dos investidores privados ser imposta como pré-condição» para esse segundo resgate, à semelhança do que está a ser estudado no âmbito de um segundo pacote de ajuda à Grécia.

Um terceiro argumento utilizado pela Moody`s prende-se com o agravamento dos receios de que Portugal não seja capaz de cumprir a totalidade das metas de redução do défice e da dívida acordadas com a União Europeia (UE) e com o Fundo Monetário Internacional (FMI), no âmbito do empréstimo de 78 mil milhões de euros.

*Foto em Lusa

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