... mas garante que perda da classificação não está em jogo
PNE - LUSA
Macau, China, 31 ago (Lusa) -- A UNESCO está preocupada com a "integridade visual" do Património Mundial de Macau perante o desenvolvimento da cidade, que carece de um plano urbanístico, mas garante não estar em cima da mesa a possibilidade de perda da classificação.
O Comité do Património Mundial da UNESCO decidiu, em junho, exigir ao Governo de Macau a apresentação de um relatório sobre o estado de conservação do património classificado até 01 de fevereiro de 2013, apontando "preocupações" com a sua proteção e ausência de disposições legais para o efeito.
O indiano Kishore Rao, que dirige o Centro do Património Mundial da UNESCO, sedeado em Paris e responsável por monitorizar o estado de conservação do património classificado com os Estados signatários da convenção, afirmou em declarações à Agência Lusa que, "no caso do Centro Histórico de Macau, o Comité do Património Mundial não considera a possibilidade" da perda da classificação.
Essa situação está dependente de "condições, principalmente a completa perda das caraterísticas que determinaram a inclusão na lista de Património Mundial", explicou numa entrevista concedida por email ao apontar que a principal preocupação da UNESCO em relação ao Centro Histórico de Macau prende-se com as zonas tampão.
"A principal preocupação do Comité do Património Mundial no que se refere ao Centro Histórico de Macau diz respeito aos projetos de desenvolvimento que estão a ser implementados ou propostos para as áreas circundantes às zonas tampão do Património Mundial, que poderão ter um impacto negativo sobre a sua integridade visual", sustentou.
Neste contexto, a UNESCO "emitiu várias recomendações que estão em diferentes fases de implementação" e só quando esta for plena é que se "poderá avaliar a sua adequação", salientou o responsável.
Kishore Rao afirmou que a UNESCO espera que sejam verificados "progressos significativos" até à entrega do relatório pelo Governo de Macau, em 2013, e que as suas "preocupações possam ser resolvidas de forma eficaz com a plena implementação das medidas recomendadas".
Entre aquelas, encontra-se o desenvolvimento do plano urbanístico geral e a implementação da proposta de lei para a salvaguarda do património, cuja produção foi iniciada em 2008 e deverá ser submetida ao hemiciclo até ao final do ano. Medidas que, de resto, são há muito reclamadas, essencialmente pelos arquitetos da Região Administrativa Especial da China.
O diretor do Centro do Património Mundial da UNESCO realçou, por outro lado, a importância das medidas já adotadas para "reduzir os eventuais impactos negativos sobre a integridade visual do Património Mundial", designadamente a redução dos limites de construção nas áreas envolventes à colina da Guia e Fortaleza do Monte, de 135 metros para 96 metros .
"A China tem lidado com o seu Património Mundial de forma muito séria e eficaz e implementado as diferentes decisões do Comité do Património Mundial em tempo útil", concluiu.
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