segunda-feira, 3 de outubro de 2011

África do Sul: Triplo assassínio de família portuguesa choca um país habituado à violência




AP - LUSA

Joanesburgo, 03 out (Lusa) - Três centenas de residentes de Walkerville, um subúrbio de transição entre os mundos rural e urbano a sul de Joanesburgo, reuniram-se hoje para discutir o triplo homicídio de uma família portuguesa no sábado.

Residentes de todas as idades, que ao longo dos anos têm colaborado com as autoridades em iniciativas comunitárias do combate ao crime, declararam-se chocados pelo nível de violência que foi infligido à família morta numa residência do bairro de Walkerville por pelo menos 3 assaltantes, um dos quais detido hoje pelas autoridades.

A reunião magna de residentes, que contou com a presença do vereador da câmara municipal eleito pelo bairro, Malcolm Hack, e vários responsáveis dos fóruns comunitários de policiamento da zona, decidiu por unanimidade realizar uma marcha de homenagem a Tony Viana, empresário português de 46 anos, a sua mulher Giraldine e o filho de 13 anos, brutalmente assassinados na sua residência.

Os corpos das três vítimas foram encontrados pela polícia no interior da residência no domingo, quando uma patrulha se deslocou ao local para informar o português de que uma das suas viaturas havia sido abandonada no bairro de Orange Farm.

Trabalhadoras de uma empresa especializada na limpeza de cenas de crimes, que todo o dia de hoje trabalharam na residência das vítimas, no número 61 da rua Kliprivier, em Wlkerville, declararam-se "extremamente revoltadas" com aquilo que designaram por "pura brutalidade" infligida à família portuguesa.

"O que hoje aqui tivemos de limpar não pode ser descrito por palavras. O que lhe posso dizer é que as três vítimas foram sujeitas a terríveis atos de tortura antes de serem mortas", disse à Lusa uma das trabalhadoras da empresa "Bloed Susters" (Irmãs de Sangue, o nome da empresa contratada pela família da mulher do português assassinado).

Para a maioria dos residentes do bairro, este crime foi um "balde de água fria", numa altura em que a criminalidade violenta está claramente em decréscimo na África do Sul.

A polícia deteve um dos suspeitos, um jovem de apenas 20 anos, filho de um empregada doméstica que trabalhava para as vítimas, e lançou uma caça ao homem em busca de dois presumíveis cúmplices que estão ainda a monte, disseram à Lusa fontes policiais.

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