RAQUEL ABECASSIS – RÁDIO RENASCENÇA
Em entrevista à Renascença, Carlos do Carmo diz querer “devolver ao Fado” o que o Fado lhe deu durante toda a vida.
Carlos do Carmo rejeita, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença, a ideia de que a situação de crise em que Portugal se encontra seja “o triste fado português” e acrescenta que “toda esta desgraça começou com Cavaco Silva, primeiro-ministro”.
“O erro está todo aí, é quando se estrutura um país, é quando há possibilidades, quando entram camiões de dinheiro todos os dias dentro no país que se pensa o que é que se quer fazer deste país. É isto? Um país cheio de estradas onde não circulam carros, um país que tem uma iliteracia gigantesca, um país onde as pessoas se funcionalizaram, temos 700 mil funcionários públicos?”, questiona o embaixador da candidatura do Fado a património imaterial da humanidade.
Carlos do Carmo diz que esta candidatura faz parte de um percurso em que procurou “devolver ao Fado” o que o Fado lhe deu durante toda a vida.
O cantor espera que este reconhecimento traga a Portugal mais do que apenas o gosto pelo Fado.
“Qualquer espanhol de vinte e poucos anos fala de Flamenco naturalmente, faz parte da cultura , não tem complexos em relação a isso. Em Lisboa, as pessoas dizem, quanto muito, de quem gostam de ouvir, mas não são capazes de falar sobre Fado.”
Esta é uma realidade que Carlos do Carmo espera ver alterada num futuro próximo, sobretudo se Portugal ganhar como espera o reconhecimento do Fado como património imaterial da Unesco.
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