Económico com Lusa
Secretário-geral da UGT considerou que a greve geral de amanhã é de indignação e de aviso ao Governo e ao patronato sobre a necessidade de o país apostar no crescimento e no emprego.
"Esta é uma greve geral diferente, é a greve geral da indignação e do descontentamento, porque as pessoas sentem que os seus direitos foram fortemente afectados, com os cortes brutais nos salários da administração pública e no Sector Empresarial do Estado e a ameaça de total desregulamentação dos horários de trabalho no sector privado", disse João Proença à agência Lusa na véspera da greve geral marcada para quinta-feira.
A insegurança no emprego é, segundo o sindicalista, outros dos motivos que levam os trabalhadores portugueses a protestar: "Temos uma situação em que todos vemos que em 2012 a recessão vai ser muito profunda e que o desemprego vai agravar-se e o Governo ignora isto e, em vez de dar segurança para o futuro, assume políticas de quero, posso e mando", disse Proença.
O líder da UGT acusou ainda o executivo de Passos Coelho de continuar a anunciar medidas "completamente inesperadas, sempre contra os trabalhadores", que "não abrangem o capital nem as empresas".
"Esta greve pretende ser um sério aviso ao Governo e também aos empresários de que temos de ter um Portugal preocupado com a competitividade, o crescimento e o emprego", disse.
O sindicalista repudiou a ideia de que a solução para os problemas do país seja a continuação dos sacrifícios impostos aos trabalhadores no activo e aos pensionistas.
"Não podemos ter um país de joelhos perante a 'troika', não podemos ter um país de joelhos perante quem pôs a Grécia de joelhos, porque não queremos ser como a Grécia, queremos ser um país que resolve os seus problemas", defendeu.
João Proença prevê uma forte adesão à greve geral porque "o descontentamento é muito forte" mas admitiu que as dificuldades económicas vão condicionar a adesão de muitos trabalhadores.
"Muita gente não faz greve geral apesar de estar totalmente solidária com os motivos da greve mas vai encontrar forma de não trabalhar e justificar a falta ao trabalho para não perder o dia de salário, nomeadamente a falta de transportes", disse.
A próxima quinta-feira, dia em que muitos portugueses não irão trabalhar, será "um dia de muito trabalho" para João Proença, cujas actividades de acompanhamento da greve começarão hoje à noite com visitas a locais de trabalho cujos turnos se prolongam pela noite foram, com a recolha de lixo ou os cuidados hospitalares.
"Vou visitar vários locais de trabalho em greve e acompanhar a acção dos sindicatos pois esta greve mobiliza o conjunto do movimento sindical", disse o sindicalista.
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