segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CPLP: BRASIL PASSA PRESIDÊNCIA DO FÓRUM MINISTERIAL A CABO VERDE



JSD - LUSA

Santa Maria, Cabo Verde, 28 nov (Lusa) - Cabo Verde recebeu hoje do Brasil a presidência anual do Fórum dos Ministros da Defesa da CPLP numa cerimónia que marcou a abertura da 13.ª reunião ministerial dos "oito", que decorre em Santa Maria, na ilha cabo-verdiana do Sal.

Celso Amorim, ministro da Defesa do Brasil, entregou a presidência ao seu homólogo cabo-verdiano, Jorge Tolentino, que, na sua intervenção, defendeu a necessidade de reforçar as relações de cooperação na área da Defesa entre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e pediu para que se faça "mais e melhor" no futuro.

"O resultado da cooperação entre os nossos Estados-membros tem sido muito bom, o que nos encoraja e desafia a fazer mais e melhor no futuro. Os desafios que temos pela frente são muitos e variados, como as questões do Mar e o reforço das capacidades institucionais neste setor", defendeu Jorge Tolentino.

Numa altura de constrangimentos financeiros, acrescentou, a cooperação entre Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste tem de ser "harmonizada", para que se possa "partilhar o conhecimento geoestratégico no Mundo", de forma a adequar à realidade do espaço lusófono.

Entre o que está previsto, Jorge Tolentino destacou o alargamento da cooperação à área da Saúde, realçando que espera ver cumprido, durante o seu mandato, o compromisso da criação do Comité de Saúde Militar, bem como o Hospital Militar em Maputo.

Celso Amorim, por seu lado, lembrou as atividades desenvolvidas pela presidência brasileira do Fórum Ministerial da Defesa, que teve sempre como pano de fundo "quebrar o círculo vicioso" em que se tornou a cooperação internacional.

"Tem de se pôr termo à ambiguidade, aquela que diz que não há cooperação sem estabilidade e que não há estabilidade sem cooperação", sublinhou, aludindo aos esforços da CPLP, em geral, e do Brasil, em particular, no processo de estabilização na Guiné-Bissau.

O antigo chefe da diplomacia brasileira garantiu que, nesse quadro, o Brasil "tudo fará" para não deixar cair o processo guineense, assegurando o seu próprio empenho pessoal, e pediu aos restantes Estados-membros da CPLP que intervenham junto da comunidade internacional para a obtenção das verbas necessários para o Fundo de Reformas e Pensões.

Em causa estão 63 milhões de dólares, valor já definido por Bissau para a reforma das Forças Armadas e de Segurança guineenses.

Nenhum país adiantou, para já, qualquer verba, mas Celso Amorim garantiu que o Brasil está a analisar o montante que irá destinar à Guiné-Bissau e que espera vê-lo ser desembolsado no início de 2012.

A sessão de abertura da reunião, que contou com a presença do ministro português, Aguiar Branco, terminou pouco depois da leitura dos dois discursos, com música e a respetiva foto de família.

Os trabalhos de fundo, preparados hoje, prosseguem terça-feira de manhã, estando prevista uma declaração final e uma conferência de imprensa, que antecederá a sessão oficial de encerramento, marcada para as 16.00 locais (17:00 em Lisboa).

Sem comentários:

Mais lidas da semana