domingo, 20 de novembro de 2011

ELEIÇÕES GERAIS NA ESPANHA COMEÇAM MARCADAS PELA CRISE




Madri, 20 nov (Prensa Latina) Com a abertura das urnas, começaram hoje as eleições gerais na Espanha, marcadas pela pior crise econômica em décadas. Nestas eleições, a direita emerge como favorita, depois de quase oito anos de governo social-democrata.

Repartidos em 8.116 municípios, os 23.092 colégios eleitorais e suas 59.859 mesas abriram suas portas às 09:00, hora local (08:00 UTC).

Para estas eleições, previstas inicialmente para março de 2012, foram convocados 35.776.615 eleitores, dentre os quais 1.479.314 são espanhóis residentes no estrangeiro.

As eleições deverão escolher 350 deputados e 208 senadores das Cortes Gerais (Parlamento espanhol) - é a 11a. vez que realiza o pleito, na chamada "etapa democrática", inaugurada em 1977- estas eleições, entretanto, chegam no momento de maior crise social deste país europeu.

Castigada por uma crise econômica que colocou quase cinco milhões de trabalhadores no desemprego, a Espanha também é acossada pelos mercados.

Nesse contexto, todas as pesquisas eleitorais apontam para o naufrágio eleitoral da situação, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), artífice no último ano e meio de impopulares medidas de ajuste para reduzir o déficit público.

Tais pesquisas, difundidas no domingo passado, último dia permitido por lei para sua publicação, concedem ao Partido Popular (PP), de direita, uma vantagem de 17 pontos sobre o PSOE, que apresenta Alfredo Pérez Rubalcaba como candidato à presidência.

O descalabro do PSOE explicaria a esmagadora vitória dos conservadores indicada por todas as pesquisas, inclusive com uma maioria absoluta no Congresso dos Deputados (Câmera alta).

Os resultados na Câmera baixa determinam que o agrupamento encabeçará o próximo governo.

Caso o prognóstico se confirme, o líder do PP, Mariano Rajoy, acumulará o maior poder institucional da democracia, pois após as eleições municipais do dia 22 de maio seu agrupamento administra 11 das 17 comunidades autônomas espanholas.

Com esse vento a favor, o candidato do PP à presidência do Governo nem sequer teve que fazer grandes promessas para convencer um eleitorado desencantado com o gerenciamento da crise pelos socialistas, fato ao qual muitos atribuem o giro à direita.

Em seu último ato antes do encerramento da campanha, na última sexta-feira, e com a crise da dívida soberana em seu pior momento, Rajoy pediu aos espanhóis um amplo respaldo a seu partido nas urnas como melhor mensagem para a Europa e para os mercados.

"Estou preparado para ser o presidente de todos os espanhóis", proclamou o líder do PP, que, na disputa por Moncloa (sede do poder central), já perdeu duas vezes (2004 e 2008) para José Luis Rodríguez Zapatero.

Pérez Rubalcaba, pediu votos do eleitorado progressista pela enésima vez, para frear o que qualificou como "plano oculto da direita para aplicar severos recortes na saúde, na educação e nos direitos sociais e trabalhistas".

lac/edu/cc


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