Bárbara Silva - Económico
A primeira tarefa do novo Governo será recuperar a confiança dos mercados.
O investigador do Instituto Valenciano de Investigações Económicas antevê tempos difíceis para Espanha, mas descarta a necessidade de um plano de ajuda, para já. Para o próximo Governo, espera que seja composto por "políticos competentes".
Espanha será o próximo país a ser resgatado?
Não acredito que Espanha precisará de ser resgatada, porque a dívida pública se situa nos 65% do PIB, metade do valor de Itália. Mas se o preço do financiamento aumentar, o país poderá estar em sarilhos. A estratégia europeia para salvar a zona euro tem de dar resultados.
Espera novas medidas de austeridade com a vitória do Partido Popular?
As medidas de austeridade são necessárias e indispensáveis para que a economia espanhola cresça de novo. Aceitamos a austeridade se tiver resultados para reduzir a dívida pública.
Que desafios económicos enfrentará o próximo governo?
O primeiro desafio imediato do novo governo espanhol passa por recuperar a credibilidade do país nos mercados financeiros e por reduzir a pesada dívida pública e a pressão sobre o sector privado. Não vamos conseguir fazê-lo sozinhos, mas Espanha tem de fazer a sua parte. O segundo objectivo passa por conseguir fazer crescer a economia para reduzir o desemprego, que é muito elevado. As reformas estruturais terão de existir, tanto no sector público como nas empresas. O terceiro objectivo é gerar um clima social tranquilo que favoreça as reformas e não as torne tão difíceis, para evitar a contestação social.
Será melhor um governo ter tecnocratas?
Ainda não existem nomes em cima da mesa para o novo governo, mas terão de ser pessoas que olhem pelo interesse do país a longo prazo, políticos competentes que não estejam só preocupados com as políticas mas que tenham consciência das consequências que terão as decisões tomadas.
Antevê tempos difíceis para Espanha?
Espanha enfrentará tempos difíceis. Será importante acertar nas decisões para recuperar a confiança dos mercados. Os custos da crise terão de ser repartidos e isso não será fácil.
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