ROMEU PRISCO, São Paulo – DIRETO DA REDAÇÃO
São Paulo (SP) - Desculpe-me Lula, sou seu admirador, porém, essa de lançar o trapalhão Fernando Haddad a Prefeito de São Paulo, não aceito ! A impressão com a qual se fica agora, é a de não ser o PT quem quer a prefeitura paulistana de volta, mas você, Lula. Tanto isto é verdade, que conseguiu obter a desistência de outros pré-candidatos, melhor posicionados dentro do PT e junto ao eleitorado.
Ter o Governo Federal sob controle não lhe é suficiente ? Você quer homenagear ou premiar um ministro, que foi seu colaborador e que continua sendo da Presidente Dilma ? Então, por que não pensar em Guido Mantega, cujo currículo deixa o de Fernando Haddad a perder de vista, sem contar a boa conduta ministerial ? Ah, já sei ! Guido Mantega não foi Presidente da UNE e nem do Centro Acadêmico XI de Agosto. Talvez não aceitasse pacificamente sua interferência na administração paulistana, o mesmo podendo dizer-se da petulante Marta Suplicy.
Nessas condições, vamos de Fernando Haddad, brilhante idealizador da distribuição do "kit gay escolar" e incompetente administrador do ENEM, que não passou ano um sem dar confusão antes, durante e depois da sua realização.
Infelizmente, em política, é assim que as coisas funcionam. Não se busca o melhor. Enquanto o setor privado vai atrás dos melhores ex-alunos de direito, de medicina e de engenharia, os partidos políticos vão atrás de ex-melhores agitadores acadêmicos. Todos os ex-Presidentes da UNE estão por cima na política, casos de José Serra, Aldo Rebelo, Orlando Gomes e Lindberg Farias. O atual Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi Presidente do Centro Acadêmico XXII de Agosto (PUC/SP).
Depois, corrupção à parte, o que se vê é o espetáculo circense de um Carlos Lupi (em italiano, plural de "lobo"), Ministro do Trabalho, que está, isto sim, dando trabalho à Presidente Dilma, com seus rompantes de autodefesa ("só saio à bala") e seu ridículo pedido de desculpas, através de um "te amo!", que envergonharia Cyrano de Bergerac.
Gilberto Kassab, a quem a esquerda não poupa críticas, está demonstrando muito mais gratidão à cidade de São Paulo que Lula. Foi buscar um excelente ex-colaborador do ex-Presidente Lula, Henrique Meirelles, para ser seu sucessor na prefeitura paulistana. No curso da campanha eleitoral, será cômico ver o PT e seus "marketeiros" tentando meter o pau em Henrique Meirelles, ou tentando desqualificá-lo para o cargo. Contudo, pior da história, será trágico ver o eleitorado acreditando nessa balela, em face dos 80% de prestígio de Lula.
Aliás, por mais preparados, ou despreparados, que sejam os candidatos a Prefeito de São Paulo, é bom não confiar no cumprimento das suas eventuais promessas, mormente no que se refere à solução de dois grandes problemas da capital paulista: enchentes e trânsito. O que se fizer para conter as enchentes será meramente paliativo. A solução definitiva só virá para São Paulo, no dia em que o ser humano puder interferir de tal modo na natureza, programando chuvas e direcionando seu curso, a fim de que se precipitem sobre áreas não alagáveis.
Quanto aos congestionamentos de trânsito, que não têm dia, hora e local para acontecer, a prefeitura paulistana jamais conseguirá acompanhar o ritmo da produção de veículos, através da proporcional abertura de novas vias de tráfego. Ademais, não deixa de ser incoerente o estímulo e incentivos fiscais para aquisição de carros-zero, que devem permanecer nas garagens dos seus proprietários, proibidos que são de circularem livremente.
O resto é pão e picadeiro. Prefeitos que disseram mais ou menos isso, sem papas na língua, casos dos engenheiros José Carlos de Figueiredo Ferraz e Olavo Setúbal, logo caíram no esquecimento do povo e foram politicamente sepultados.
Como hoje, 15 de novembro, comemora-se a Proclamação da República, para não deixar passar em branco a data sem um ligeiro comentário, refiro-me à entrevista do cientista político e historiador Marco Antonio Villa, professor da Universidade Federal de São Carlos, divulgada no Jornal da Manhã da Rádio Jovem Pan. Segundo o entrevistado, desde a ocorrência daquele evento, em 1889, nunca houve um Governo Nacional com tantas quedas de ministros, em tão curto espaço de tempo, a exemplo do atual de Dilma Rousseff. Depois do "trabalhista" Carlos Lupi, sinaliza-se para o Ministro das Cidades.
* Paulistano, advogado e ator, dedica-se, atualmente, à arte de escrever artigos, crônicas, contos e poemas, publicados em espaços literários e jornalísticos, impressos e virtuais. Define-se como um sonhador, que ainda acredita nos seus sonhos.
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