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O nome de Lucas Papademos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, foi confirmado oficialmente após intensas negociações entre os maiores partidos gregos. Ele assume já nesta sexta-feira.
Os líderes dos dois maiores partidos gregos chegaram nesta quinta-feira (10/11) a um consenso sobre o nome do primeiro-ministro que comandará o governo interino do país: Lucas Papademos, de 64 anos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).
O nome de Papademos foi oficialmente confirmado pelo palácio presidencial nesta quinta-feira. "O presidente ortougou ao senhor Papademos um mandato para formar o novo governo", afirma nota, divulgada após quatro dias de intensas negociações. O novo governo deverá ser empossado já nesta sexta-feira.
Papademos havia chegado na manhã desta quinta à mansão presidencial, onde ocorriam as negociações entre os líderes do partido socialista Pasok, do primeiro-ministro demissionário Giorgos Papandreou, e do partido conservador Nova Democracia. Também participou das consultações o presidente do partido nacionalista Laos.
Até tarde da noite de quarta-feira, representantes dos dois maiores partidos haviam negociado em Atenas. Participantes da conversa relataram em seguida que Papandreou e Samaras não haviam chegado a um consenso em torno do atual presidente do Parlamento grego, o socialista Filippos Petsalnikos, nome que encontrava resistências em ambas as frentes.
"Esta candidatura é próxima demais da política de Papandreou. Não sinaliza a mudança que o povo grego quer ver", disse um representante dos socialistas.
Na madrugada de quarta para quinta-feira, Papandreou – que anunciara oficialmente sua renúncia na quarta-feira – telefonou para Antonis Samaras, o líder dos conservadores. No telefonema, ele afirmou, de acordo com um porta-voz do governo, que aceitava as condições de Papademos para que este assumisse o posto de primeiro-ministro.
Condições para assumir o governo
Conforme o exigido pelos ministros europeus das Finanças, Papademos teria pedido como condição que socialistas e conservadores concordassem, por escrito, em apoiar as duras e impopulares medidas econômicas de austeridade exigidas para a liberação do novo pacote de resgate europeu, no valor de 130 bilhões de euros.
Além disso, o especialista em finanças teria pedido mais tempo para que o futuro gabinete coloque a Grécia no rumo certo. Até agora, o 19 de fevereiro de 2012 vinha sendo considerado como a data mais provável de realização das novas eleições.
O novo governo deve assegurar o novo pacote de ajuda da União Europeia, BCE e Fundo Monetário Internacional (FMI) e levar ao Parlamento as respectivas leis de austeridade financeira. Esses passos são um pré-requisito para a liberação da próxima injeção de dinheiro, de 8 bilhões de euros, sem a qual a Grécia, como se diz em Atenas, já estará falida antes do Natal.
A prolongada disputa em torno do nome a se tornar futuro primeiro-ministro causou grande irritação entre a população grega e os credores do país. "Os europeus já estão fartos de nós. Papandreou e Samaras não entendem que eles não nos darão mais dinheiro e que vamos ter de voltar ao dracma", reclamou o ex-ministro das Finanças Manos Stefanos nesta quarta. "Eles vão nos destruir. Tais problemas exigem decisões. Mas eles não conseguem decidir nada e ficam brigando como cães e gatos."
MD/afp/rtr/dpa/dapd - Revisão: Alexandre Schossler
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