A atualidade sobre a Grécia a merecer maior destaque, desde ontem à noite até agora, incluída num “compacto” compilado de várias notícias do Económico, aqui em Página Global. - PG
Grécia decide a 4 de Dezembro se abandona euro
Luís Rego em Cannes - Económico
Merkel e Sarkozy querem pergunta sobre permanência no euro e tranche só é solta se resposta for positiva.
O primeiro-ministro grego anunciou que vai realizar o referendo aos compromissos europeus “possivelmente a 4 de Dezembro”, depois de uma reunião de emergência com o presidente francês e a chanceler alemã em Cannes, à margem do G20. George Papandreou confirmou que o resultado do referendo será decisivo para a “permanência na zona euro”.
Nicolas Sarkozy e Angela Merkel , em conferência de imprensa, deixaram bem claro que é essa a questão que se coloca aos gregos, ficar ou não numa união com regras para cumprir. Anunciaram ainda a suspensão da sexta tranche do empréstimo da UE e do FMI. “Nem a UE nem o FMI podem gastar nem mais um cêntimo até a questão ser esclarecida”, disse Sarkozy. Merkel explicitou que “a sexta tranche – de oito mil milhões de euros - só poderá ser gasta quando a Grécia adoptar as decisões tomadas por unanimidade a 27 de Outubro e suprir dúvidas com uma resposta positiva”. Caso contrário, quebra-se a ligação de solidariedade.
Os dois líderes europeus conseguiram antecipar o referendo inicialmente previsto para Janeiro, fixaram a pergunta sobre a permanência do euro e ameaçaram deixar o país em bancarrota total a meados de Dezembro. Os gregos partem para o referendo num contexto de fortíssima pressão internacional e dramatização total. A partir de 19 desse mês a Grécia tem de começar a pagar 12 mil milhões a credores internacionais até ao dia 30. Papandreou partiu ontem para Atenas onde promete contactar com os outros partidos gregos. “O povo grego é sábio. Acredito que há consenso sobre isto entre a população grega e por isso é que decidi dar a palavra ao povo”. Na Grécia ainda há hipótese do referendo não avançar se o voto de confiança ao governo for chumbado na sexta-feira. Sarkozy diz que cabe ao Parlamento grego decidir.
Papandreou convoca reunião urgente para o meio-dia
Económico com Lusa
A decisão do primeiro-ministro grego surge depois de alguns dos seus ministros terem criticado a realização do referendo.
O anúncio do gabinete de Georges Papandreou surge pouco depois de o ministro grego das Finanças ter-se mostrado contra a realização de um referendo sobre a moeda única no país, ao realçar que a adesão da Grécia ao euro é "uma conquista histórica do povo".
Também a deputada do Partido Socialista da Grécia (Pasok), Eva Kaili, pediu a Papandreou para reverter a sua decisão de convocar um referendo, o que fragiliza a posição do primeiro-ministro num Parlamento onde os socialistas detêm a maioria.
O Governo da Grécia encontra-se dividido quanto à realização de um referendo ao plano de resgate europeu, e o seu apoio no parlamento é cada vez mais reduzido, segundo a imprensa grega e as agências internacionais.
Ontem, George Papandreou obteve "total apoio" do seu governo para a realização do referendo, mas fontes citadas pela agência AP disseram que, durante a longa sessão do conselho de ministros, pelo menos dois dos membros do Governo mostraram estar contra o referendo.
Ministros gregos contra referendo
Económico com Lusa
Os ministros gregos das Finanças e do Desenvolvimento opõem-se ao referendo.
O ministro grego das Finanças, mostrou-se hoje contra a realização de um referendo sobre a moeda única no país. Esta conquista "não pode ser colocada em causa e não pode depender de um referendo", argumentou Evangelos Venizelos através de um comunicado, citado pela AFP, difundido após o encontro do primeiro-ministro grego, Georges Papandréou, com os líderes europeus e representantes do Fundo Monetário Internacional, em Cannes, reunidos para a cimeira do G20.
Também o ministro grego do Desenvolvimento pediu hoje para que o plano de resgate financeiro seja rapidamente aprovado pelo Parlamento, opondo-se à realização do referendo ao acordo europeu proposto pelo primeiro-ministro, anunciou a televisão pública Net. "O que se impõe é a ratificação pelo Parlamento do acordo [europeu] que tire a Grécia do impasse", declarou Michalis Chryssohoïdis, de acordo com as televisões.
Na quarta-feira, George Papandreou obteve "total apoio" do seu Governo para a realização do referendo numa sessão do Conselho de Ministros, mas já são dois os membros do Governo a manifestarem-se contra o referendo.
O ministro das Finanças Evangelos Venizelos, não participou na reunião por ter sido hospitalizado, sendo que fontes próximas do ministro citadas pelo jornal Kathimerini afirmaram que Evangelos Venizelos não foi informado por Papandreou sobre a intenção de convocar um referendo.
O Governo da Grécia encontra-se dividido quanto à realização de um referendo ao plano de resgate europeu, e o seu apoio no parlamento é cada vez mais reduzido, na véspera da votação de uma moção de confiança ao Governo.
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