terça-feira, 8 de novembro de 2011

PM de São Tomé e Príncipe promete "abertura" para discutir greves mas dará...




… "tratamento adequado" a motivações políticas

RTP

O primeiro-ministro são-tomense disse hoje que o seu Governo "está aberto" a negociações com grupos sindicais para encontrar uma solução para as greves no país, adiantando, contudo, que o executivo dará "o tratamento adequado" se por detrás destas paralisações houver motivações políticas.

"Se são reivindicações salariais muito bem, iremos ouvir para saber o que é que se passa, mas se é um jogo político iremos dar o tratamento adequado. É preciso que as pessoas assumam as suas responsabilidades", disse Patrice Trovoada que regressou hoje ao país depois de 12 dias de uma visita aos Estados Unidos da América, com passagem também por Portugal.

Depois da greve na Autoridade Geral de Regulação (AGER), os médicos também paralisaram. Seguiram-se os trabalhadores da emissora oficial (Rádio nacional) que completam hoje uma semana de paralisação. O Sindicato dos Trabalhadores do Estado, (STE) adiou para os dias 29 e 30 uma greve geral e os trabalhadores da função pública e o Sindicato dos Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe (SINPRESTP) dizem-se dispostos também a recorrer à paralisação como arma para exigir a implementação do estatuto de carreira docente.

O chefe do executivo manifestou "estranheza" com as diversas reivindicações que têm surgido no seu país e lamentou que a solução encontrada ao nível do Conselho de Concertação Social para o problema salarial (aumentos de 21,7 por cento em 2012) não tenha servido para baixar os ânimos dos trabalhadores de vários setores que exigem aumentos salariais.

"Temos duas centrais sindicais, a UGT e a ONTSTP, essas centrais sindicais reagrupam a maioria dos trabalhadores e têm participado com o governo e com a Câmara de Comércio e outras entidades patronais naquilo que chamamos a Concertação Social e para além da concertação social nós tivemos discussões com os sindicatos quanto à politica salarial fundamentalmente", lamentou o governante são-tomense.

"O mundo está a olhar para nós. Se continuarmos no caminho das coisas boas, redobramos a confiança, as oportunidades e a solidariedade, se transmitimos para o exterior uma imagem de instabilidade, incumprimento, desorganização e corrupção é evidente que nós não temos como sustentar a nossa economia", explicou Patrice Trovoada.

O chefe do Governo prometeu que ao nível da greve dos trabalhadores da Rádio Nacional vaio ver "o ponto da situação", mas particularmente sobre a manifestação convocada pelo sindicato da função pública mostrou estranheza: "Estranha-me que um sindicato independente convoque uma manifestação e greve geral."

"Volto a dizer que o Governo está aberto e é preciso que as pessoas apresentem alternativa" referiu o primeiro-ministro que deixa um alerta: "estragar é fácil, construir é que é uma outra história. Nós temos que ter muita responsabilidade porque o governo está empenhado num trabalho profundo, num sacrifício para que o país possa portar-se melhor e então apelamos para que toda a gente assuma as suas responsabilidades."

*Foto em Lusa

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