DEUTSCHE WELLE
Manifestações desencadeadas por funcionários demitidos de uma empresa que explora petróleo já mataram pelo menos 11 pessoas na região de Mangistau, segundo dados oficiais.
Protestos que começaram na província de Mangistau, no Cazaquistão, já se espalham pela região produtora de petróleo. Neste domingo (18/12), cerca de 500 manifestantes confrontaram forças policiais reforçadas na praça central de Aktau, a capital da região.
O tumulto acontece um dia depois de manifestantes terem bloqueado um trem de passageiros e destruído um povoado, pouco antes da chegada da polícia, que disparou matando pelo menos uma pessoa.
A violência começou na cidade de Zhanaozen, na última sexta-feira, quando funcionários demitidos de uma empresa que explora petróleo e simpatizantes invadiram um palco montado na praça central da cidade, em comemoração aos 20 anos da independência do Cazaquistão. Em seguida eles atiraram fogo em um auditório da cidade e nos quarteirões onde fica a companhia petrolífera. Os trabalhadores de Zhanaozen e de outras cidades em Mangistau vinham fazendo greve há meses por salários mais altos.
No sábado foi declarado estado de emergência por 20 dias. A cidade estava sem comunicação, com telefones desconectados, equipamentos de rádio proibidos e acesso restrito para saída e chegada de veículos.
"Queremos que levem as tropas embora daqui", gritava um dos manifestantes neste sábado. Ele foi demitido da companhia Karazhanbasmunai (KBM), apesar de seus 20 anos na empresa. "Eles mataram habitantes da cidade", completou o manifestante.
Até agora, o número oficial de mortos nos confrontos desde sexta-feira é 11, embora a imprensa independente noticie que testemunhas afirmam haver pelo menos 70 mortos e mais de 500 feridos.
Protestos de grande envergadura são raros no Cazaquistão, onde o presidente Nursultan Nazarbayev está no poder há mais de duas décadas. Nazarbayev tolera pequenas dissidências e planeja mais de 92 bilhões de euros em investimentos estrangeiros. O Cazaquistão é o maior produtor de petróleo da Ásia central e a maior economia da região.
MSB/afp/rtr/ap - Revisão: Soraia Vilela
Sem comentários:
Enviar um comentário