quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ELEIÇÕES E SAÍDA DA ONU ABREM NOVO CICLO PARA TIMOR-LESTE



MSE - LUSA

Díli, 21 dez (Lusa) - Em Timor-Leste 2012 será o ano da entrada do país num novo ciclo, o da consolidação do Estado, com a realização de duas eleições e a saída prevista da missão da ONU e da Força Internacional de Estabilização.

O ano começa com a preparação das eleições presidenciais de março, ainda sem data marcada, mas para as quais já se posicionaram algumas das principais figuras do país.

A grande surpresa na corrida à Presidência é o ex-chefe das Forças Armadas Taur Matan Ruak, que depois de pedir a demissão do cargo no final de agosto anunciou a sua candidatura.

Em aberto permanece a eventual recandidatura do atual chefe de Estado, José Ramos-Horta, que deverá tomar uma decisão em janeiro. "Na primeira semana de janeiro terei de impreterivelmente dizer", afirmou no passado dia 06 à agência Lusa.

Logo após as Presidenciais e da tomada de posse do novo Chefe de Estado, os timorenses iniciam o processo de escolha de um novo Governo e parlamento para o país.

Tanto a FRETILIN, como o Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), cuja presidência é assumida pelo atual primeiro-ministro, Xanana Gusmão, já colocaram as respetivas metas na maioria absoluta.

A FRETILIN venceu as últimas legislativas, em 2007, sem maioria absoluta e não chegou a ser convidada a formar Governo devido a uma coligação pós-eleitoral entre o CNRT e mais quatro partidos com assento parlamentar, que garantiam o controlo do Parlamento.

Timor-Leste quebrou o ciclo habitual de focos de violência de dois em dois anos e a dupla jornada eleitoral poderá confirmar a aparente estabilidade no país desde os atentados contra Ramos-Horta e Xanana Gusmão em fevereiro de 2008 e atestar a saída das missões internacionais ainda presentes no país.

Num quadro de normalidade, a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT) começará a deixar o país após as eleições, disse em novembro no Conselho de Segurança da ONU a representante do secretário-geral, Ameerah Haq.

O primeiro-ministro timorense afirmou também que a Força Internacional de Estabilização, liderada pela Austrália, deverá sair até ao final de 2012.

Em novembro, Timor-Leste recebeu um voto de confiança da ONU, que continuou, contudo, a alertar para a necessidade de reforço da capacidade das forças de segurança timorenses.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Zacarias da Costa, o país vai iniciar uma nova fase, ainda difícil, mas que também será um teste à capacidade de liderança dos timorenses.

Apesar da estabilidade registada, as autoridades timorenses enfrentam grandes desafios ao nível do desenvolvimento, nomeadamente a criação de uma economia não dependente dos fundos petrolíferos, captação de investimento estrangeiro e criação de emprego, essencial para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

Em novembro, a relatora da ONU para os Direitos Humanos e a Extrema Pobreza, Magdalena Sepúlveda, considerou que o desenvolvimento em Timor-Leste não se traduziu em melhorias nos níveis de vida, meios de subsistência e criação de emprego.

"A pobreza continua entranhada e disseminada. Cerca de 41 por cento da população vive com menos de um dólar por dia. Aproximadamente 58 por cento da população sofre de má nutrição crónica, sendo que outros 19 por cento sofrem de má nutrição aguda", afirmou a relatora da ONU, lembrando que a 70 por cento da população está desempregada.

Por outro lado, Timor-Leste pode continuar a ser um dos poucos países do mundo a manter níveis de crescimento económico a dois dígitos, bem como a recuperar as suas infraestruturas, enquanto subsiste o braço de ferro com a petrolífera Woodside, sobre a localização da unidade de processamento de gás natural que Timor-Leste ambiciona ter no seu território, no que é considerada "a segunda independência do país".

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3 comentários:

Anónimo disse...

Nada de novo nesta notícia. Afinal o que fazem as duas pessoas da Lusa em Díli? Tem havido mortes entre grupos de artes marciais, e nem a Lusa nem a RTP fazem reportagem sobre este assunto. Porque será? Chego mesmo a pensar que estão cá de férias, e bem pagas.

Ema_Lulic disse...

Fora com eles Ja?

Ema_Lulic disse...

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Prosecutor-General Ana Pessoa said corruption cases not only happened within the current Government led by Prime Minister Xanana Gusmao, but it
also happened in former Frerilin party’s office term. Some corruption cases which happened within the former government have not been taken to the
court as its process has not yet been completed, she said. Pessoa did not mention the type of the case, but she said the Public Prosecution would
identify all these cases. She affirmed that corruption happened within the anterior Government being filled, but corruption mostly happened within the
current government. According to her, the numbers of corruption cases happened within the current Government are filled every day.

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