sábado, 7 de janeiro de 2012

EMPRESÁRIOS DA CPLP VÃO REUNIR-SE EM LISBOA



Hoje Lusofonia

Este evento – a decorrer a 29 de Fevereiro e 1 de Março – é uma das realizações do «Portugal País de Excelência», um conjunto de iniciativas e acções do Grupo Mundo Português que visam a promover e valorizar Portugal no mundo.

Pretende-se reunir em Portugal, de forma regular, os portugueses que ao longo de muitos anos foram vencendo na vida e também os lusófonos responsáveis por inúmeros negócios realizados “em português” e que podem vir a investir em Portugal ou preferir marcas e produtos portugueses nos países onde estão estabelecidos, fazendo com que o conceito de “embaixadores de Portugal” no estrangeiro se estenda a todos aqueles que falam português, criando-se um novo conceito de “onda de negócios da língua portuguesa”.

Para Carlos Morais, director do evento, todas as pessoas, independentemente de idade, profissão ou estatuto, podem contribuir para que no futuro a língua portuguesa traduza a sua dimensão em negócios, por forma a que o empreendedorismo, a inovação, o comércio bilateral e o investimento em Portugal ou além fronteiras possa ser devidamente quantificado e documentado com alguns casos concretos.

E surpreenderão muitos de nós pela sua dimensão e envolvência universalista onde diariamente se realizam, ou influenciam. Basta pensar que os maiores impérios da distribuição alimentar no Brasil, na Venezuela ou em alguns países africanos são de origem portuguesa, acontecendo o mesmo em áreas como os cimentos, literatura, turismo, transporte terrestre, indústria metalomecânica e muitas outras áreas. É preciso que deixem de os chamar de meros “emigrantes” ou meros “cidadãos portugueses a residir no estrangeiro”, para serem finalmente desejados, esperados, bem vindos e acarinhados como nos últimos 30 anos se tem feito com o investimento de estrangeiros.

Neste fórum, vamos criar um espaço para que seja finalmente dito e assumido que somos 16 milhões de pessoas, dos quais mais de 5,5 milhões já vivem no estrangeiro, número que aumenta constantemente e que por isso podem alavancar tudo o que seja de origem portuguesa. O grande desafio neste momento é que esta realidade funcione, pois este número pode ser complementado pelos 230 milhões de falantes da língua portuguesa (mundo lusófono).

Lamentavelmente, a sociedade portuguesa ainda rejeita esta realidade, porque não entende ou porque está muito mal esclarecida pela comunicação social e pelos responsáveis das entidades oficiais, que não pretenderam até hoje esse esclarecimento.

Vejamos alguns exemplos:

É agora assunto recorrente equacionar as declarações de vários membros do governo que incentivam ou aconselham as pessoas a emigrar, nomeadamente professores e outros sectores profissionais mais atingidos pela crise, mas que infelizmente está bastante mal explicado. O que as pessoas deviam entender é que os portugueses são dos povos com maior capacidade histórica para poder circular de país para país, há mais de 500 anos. Todo este movimento entre países e continentes, começou por se chamar cruzadas, depois descobrimentos, a seguir fixação da população portuguesa no Brasil e em África e finalmente “emigração”, que é uma realidade aplicada a este movimento apenas entre 1960 e 1980.

Ora, nós estamos em 2011 e portanto esse conceito morreu há 30 anos! No entanto, e por incrível que pareça, a sociedade moderna parou no tempo porque ainda fala de uma terminologia que morreu nos anos 80 por altura da adesão à CEE, quando passámos a ser cidadãos de pleno direito em toda a Europa. A partir daí, não mais se pode falar em emigração. Pura e simplesmente, circulamos dentro da Europa entre qualquer país sem qualquer limitação e felizmente muito bem aceites para muitos dos principais países do continente americano, africano e asiático, onde não precisamos de vistos para movimentos turísticos ou de uma primeira análise e conhecimento destes países! Temos a tendência de fazer construir à partida algo muito mais difícil do que na realidade é.

Repare-se no caso dos Estados Unidos, onde é muito raro um americano nascer, viver e morrer no seu Estado de origem, sendo perfeitamente normal viver em diversos estados no decurso da sua vida útil. Naquele país fomenta-se e enaltece-se permanentemente aqueles que são de origem diferente do estado onde se está, chegando ao ponto de identificar sempre as pessoas a seguir ao nome pelo estado de origem, fazendo dessa diversidade a sua riqueza cultural.

Nós temos de ser capazes de entender esta realidade e senti-la como ela é, e não erradamente como nós pensamos que é. Ora, para que isto aconteça, é forçoso que estes portugueses que foram para o estrangeiro comecem a vir contar as suas experiências, as suas histórias e testemunhos das suas experiências. Mundo Português

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