domingo, 29 de janeiro de 2012

O reconhecimento da especificidade portuguesa de Macau é "muito inteligente"...




... por parte da China -- Rui Cardoso Martins

FV - Lusa

Macau, China, 28 jan (Lusa) - O reconhecimento pela China da especificidade portuguesa de Macau "é muito curioso e inteligente" considerou hoje o escritor Rui Cardoso Martins, no território para participar no primeiro Festival Literário "Rota das Letras" que arranca no domingo.

"Está mais que visto que a China será a grande super potência. O facto de a China, apesar de tudo, reconhecer em Macau esta especificidade ainda portuguesa e esta herança europeia é muito curioso e muito inteligente", disse Rui Cardoso Martins, em declarações à Lusa.

Esta é a segunda presença do escritor, jornalista e argumentista no território - a primeira foi em 1997, aquando da transição de Hong Kong para a China - e Rui Cardoso Martins está curioso em descobrir "uma cidade muito rica e muito variada".

"Macau tem o brilho dos casinos, mas estou consciente do esforço que a China fez para integrar a herança portuguesa, ao contrário do que se pensava na altura. Por aquilo que percebi fizeram dois caminhos diferentes: um de consolidação da herança portuguesa para tornar Macau numa espécie de marca e, por outro lado, numa espécie de Las Vegas", concretizou.

Ao sublinhar a dimensão e influência da China, que "está a entrar em todo o lado", Rui Cardoso Martins quer aproveitar o primeiro festival literário "Rota das Letras" para descobrir o país através do contacto com os escritores chineses presentes no encontro e "fazer o caminho inverso que fazem tantos chineses para Portugal".

"Quero descobrir um pouco essa riqueza e essa inversão do dinheiro e do fluxo das pessoas, [perceber] o que é que aconteceu algures entre a Europa e a Ásia. Acho que Macau pode ser um bom exemplo disso. Macau e Hong Kong", vincou.

Rui Cardoso Martins é autor dos livros "E Se Eu Gostasse Muito de Morrer" e "Deixem passar o homem invisível".

O 1.º Festival Literário de Macau, iniciativa que vai juntar escritores da China e da lusofonia, decorre entre 29 de janeiro e 04 de fevereiro e além da vertente literária contará ainda com a exibição de filmes, exposições e concertos.


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