Dinheiro Vivo
Plataforma 15 de outubro teme que os "ataques laborais não fiquem por aqui" e acusa o Governo de querer mandar o país "para o século XIX"
A Plataforma 15 de outubro, que integra o movimento dos indignados e mais 38 outras entidades, apelou à CGTP-In e à UGT para que convoquem uma greve geral nacional, justificando que "a luta não pode parar".
"Pedimos às centrais sindicais que continuem a luta pelos direitos dos trabalhadores, pedimos que haja uma proteção ainda mais aguerrida contra os ataques que o Governo lançou contra os direitos laborais e que este esforço tenha uma dimensão internacional", explicou à Lusa um dos membros desta Plataforma.
De acordo com David Santos, os membros da Plataforma 15 de outubro temem que os "ataques laborais não fiquem por aqui", acusando o Governo de querer mandar o país "para o século XIX" e apontando como consequência o "reflorescimento do trabalho infantil". Entendem, por isso, que a solução passa pela convocação de uma greve geral nacional.
"O patronato e o Governo só perceberão que estão no caminho errado se tiverem a demonstração por parte dos trabalhadores e das centrais sindicais de que os trabalhadores são essenciais para o futuro da economia. Eles são a riqueza do país e não podem ser mal tratados, abusados e explorados da forma que têm sido, estão a ser e vão continuar a ser", justificou David Santos.
O membro da Plataforma adiantou que o apelo às duas centrais sindicais foi feito por carta na semana passada e continha também o pedido para que integrem a manifestação marcada para o próximo sábado, dia 21.
No comunicado enviado às redações, a Plataforma acrescenta que a convocação da greve geral seria uma manifestação também contra o acordo da 'troika', as privatizações, a nova Lei dos Despedimentos, contra a precariedade e contra as medidas de austeridade impostas pelo Governo "a mando" da 'troika'.
Além da greve geral nacional, a Plataforma 15 de outubro entende que é igualmente altura de convocar uma greve geral europeia.
"Esta luta pelos direitos das pessoas ultrapassa fronteiras e é necessário que se internacionalize até porque a origem destes problemas não está em Portugal. Para além de ser uma crise financeira global, as medidas de austeridade são impostas pelo eixo franco-alemão ao primeiro-ministro português e por isso é preciso que a luta chegue lá também", explicou David Santos.
A Plataforma 15 de outubro aguarda agora por uma resposta por parte das duas centrais sindicais, mas espera que tanto a CGTP-In como a UGT deem uma resposta positiva.
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