quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PORTUGAL TEM UM BLOCÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA



Romano Prates

Blocão, não é uma nova raça de canídeos… ou se calhar é. Temos hoje na Assembleia da República um exército par(a)lamentar constituído por três forças políticas que nada têm a ver com o Bloco Central (PS-PSD) e muito menos com o Bloco de Esquerda do deputado Louça & Companhia. Há uma novidade aqui chamada de Blocão: o CDS, o PSD e o… PS. Partido Socialista que se arroga de esquerda mas que anda de mãos dadas com a direita revanchista deste governo da desgraça do país e dos que menos posses têm. Partido Socialista - socialista? – que se mascara de oposição mas não passa de um aliado fervoroso, atento, venerando e obrigado, das políticas deste governo PSD-CDS. É um Blocão. Enorme, por isso assume ares caninos que pretende disfarçar.

O líder do PS, António José Seguro, não é líder de coisa nenhuma, ou se o for será da sua vida pessoal. Tal qual Passos Coelho, proveniente da Juventude Social-democrata (JSD), Seguro vem da Juventude Socialista e ascendeu agora à aparente liderança do PS por obra e constatação de faltar naquele partido político militantes de qualidade, exceptuando alguns históricos já velhos demais para se assumirem nas requeridas funções penosas de um partido político que nem sombra é daquilo que era. O PS confunde-se com o PSD até mesmo entre os líderes, o PSD confunde-se com o CDS do mesmo modo. Tal está a miscelânia, a mistura, a confusão, a falta de ideologia, a sede de poder pelo poder de sustentar clientelas e beneficiar das possibilidades de se afortunarem – como se tem visto. Daí o Blocão, coisa enorme e disforme, descaracterizada das funções para que deviam servir cada um por si, servindo a cousa pública, a Nação, o povo, os eleitores, com honestidade, transparência e inteligência. Sempre respeitando a Constituição e fazendo disso, dessa exigência, a principal causa. Porque o que reza na Constituição da República Portuguesa ainda é o equilibrado, justo e comtempla o primado da pessoa, do respeito pelos Direitos Humanos e dos Trabalhadores, da democracia. Já não basta Portugal ter na presidência da República a maldição que se sabe para ainda ter de suportar com custos elevadíssimos um Blocão proporcionado pelo tal PS que se diz oposição para povinho enganar. É demais.

Não precisamos de apontar exemplos específicos para demonstrar que o PS oposição não existe. Assim se vê e se ouve, se estivermos atentos ao que vai acontecendo na Assembleia da República e nos corredores daquele edifício com faustos e abusados custos suportados pelos quase famintos e quase moribundos portugueses. Pese em toda esta desgraça assistirmos a outros partidos políticos na AR, ditos da esquerda, que não têm peso parlamentar, nem outro, para fazer mais do que dizerem algumas verdades à mistura com puro arraial que não conduz a parte alguma que não seja permitir ao Blocão usar de sua astúcia para se afirmar responsável e defensor dos interesses dos portugueses. Coisa que não é, porque a pátria de muitos daqueles deputados são os lobies a quem servem e de que se servem.

Assim, o Blocão, apesar de não ser nova raça canídea, se o fosse viria destituir o que se diz da espécie: o cão é o melhor amigo do homem… Mas estes não. Amigos só são deles e das clientelas que lhes dêem vantagens.

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