MB – FP – Lusa
Bissau, 04 fev (Lusa) - O atual primeiro-ministro da Guiné-Bissau e presidente do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, classificou hoje de "mais um desafio" a escolha do seu nome para candidato às presidenciais, prometendo "mais uma vez dar a vitória" ao partido.
Carlos Gomes Júnior foi hoje escolhido pelo PAIGC como o candidato apoiado pelo partido às eleições presidenciais antecipadas de 18 de março. A escolha aconteceu na reunião do Comité Central do partido, realizada em Bissau.
Carlos Gomes Júnior foi eleito com 244 votos a favor, 12 contra e 10 abstenções. Dos 351 membros do Comité Central, alguns abandonaram a sala por não concordarem com a forma da votação que acabou por ser adotada pelo Comité Central, o braço no ar.
Francisco Benante, antigo presidente do Parlamento guineense e ex-líder do PAIGC, um dos que queriam o apoio do partido, disse que não concordou com o método de braço no ar "por ser anti-estatutário", por isso, explicou que não ia apoiar Carlos Gomes Júnior na campanha eleitoral.
"Não concordei com esse método, disse-o no Comité Central. Eu, Francisco Benante não posso apoiar o candidato escolhido nesse cenário", afirmou Benante.
Confrontado com a aparente divisão no seio do partido, Carlos Gomes Júnior afirmou serem normais as divergências de pontos de vista mas garantiu que o PAIGC "saiu reforçado e coeso" da reunião do Comité Central de hoje.
Serifo Nhamadjo, atual presidente interino do Parlamento guineense, outro que queria obter o apoio do partido, defendeu que embora esteja "triste com os métodos da escolha do candidato do PAIGC", mantêm-se como "militante do partido".
Questionado pelos jornalistas se vai apoiar Carlos Gomes Júnior na campanha eleitoral ou se se vai apresentar como candidato independente às eleições de 18 de março, Nhamadjo não disse claramente o que pretende fazer.
"O facto de ser militante do partido já diz tudo", disse Serifo Nhamadjo.
Logo depois da proclamação dos resultados da votação no Comité Central Carlos Gomes Júnior saiu da sala acompanhado por Raimundo Pereira, atual presidente interino do país, com quem, aliás, seguiu na viatura presidencial até a sua residência a escassos metros da sede do PAIGC.
O carro em que se faziam transportar os dois dirigentes do PAIGC (Carlos Gomes Júnior é presidente do partido e Raimundo Pereira um dos vice-presidentes) era escoltado por batedores da polícia, soldados da escolta presidencial e por dezenas de jovens entusiastas que gritavam "Cadogo Presidente, Cadogo Presidente".
Cadogo, diminutivo de Carlos Domingos Gomes Júnior, é o nome pelo qual é mais conhecido no país.
Baciro Djá, ministro da Defesa, e Soares Sambú, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, tinham esta semana declarado que também iriam disputar o apoio do partido como candidatos à presidência mas não apresentaram a candidatura no Comité Central.
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