quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O CHEFE DO POSTO MANDA, O SIPAIO CUMPRE




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

É só estar com atenção. Um dia destes o sipaio que dirige o Jornal de Angola vai provar que Jonas Savimbi ainda era mais criminoso do que diz o MPLA.

Vamos, portanto, ficar a saber que foi Savimbi quem preparou os seguintes massacres:

Em Luanda, visando o aniquilamento de cidadãos Ovimbundus e Bakongos, no qual foram mortos mais de 50 mil angolanos, entre os quais o vice-presidente da UNITA Jeremias Kalandula Chitunda, o secretário-geral Adolosi Paulo Mango Alicerces, o representante na CCPM, Elias Salupeto Pena, e o chefe dos Serviços Administrativos em Luanda, Eliseu Sapitango Chimbili.

O do Pica-Pau, a 4 de Junho de 1975, onde perto de 300 crianças e jovens, na maioria órfãos, foram assassinados e os seus corpos mutilados no Comité de Paz da UNITA em Luanda.

O da Ponte do rio Kwanza, no dia 12 de Julho de 1975, no qual 700 militantes da UNITA foram barbaramente assassinados, perto do Dondo (Província do Kwanza Norte), perante a passividade das forças militares portuguesas que garantiam a sua protecção.

O de mais de 40.000 angolanos que foram torturados e assassinados em todo o país, depois dos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, acusados de serem apoiantes de Nito Alves ou opositores ao regime.

Os que, entre 1978 e 1986, originaram que centenas de angolanos fossem fuzilados publicamente, nas praças e estádios das cidades de Angola, uma prática iniciada no dia 3 de Dezembro de 1978 na Praça da Revolução no Lobito, com o fuzilamento de 5 patriotas e que teve o seu auge a 25 de Agosto de 1980, com o fuzilamento de 15 angolanos no Campo da Revolução em Luanda.

O do dia 29 de Setembro de 1991, em Malange, onde foi morto o secretário Provincial da UNITA naquela Província, Lourenço Pedro Makanga, a que se seguiram muitos outros na mesma cidade.

Os dos dias 22 e 23 de Janeiro de 1993, quando em Luanda se registou nova perseguição aos cidadãos angolanos Bakongos, e que resultou em perto de 300 civis mortos.

Os de Junho de 1994, quando a aviação bombardeou e destruiu a Escola de Waku Kungo (Província do Kwanza Sul), tendo morto mais de 150 crianças e professores.

Os que, entre Janeiro de 1993 e Novembro de 1994, resultaram dos ataques da aviação à cidade do Huambo, à Missão Evangélica do Kaluquembe e à Missão Católica do Kuvango, causando mais 3.000 mortos civis.

Os que, entre Abril de 1997 e Outubro de 1998, na extensão da Administração ao abrigo do Protocolo de Lusaka, resultaram no assassinato de mais de 1.200 responsáveis e dirigentes dos órgãos de Base da UNITA em todo o país.

Recorde-se que, faz depois de amanhã dez anos, alguém disse: “sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!” (morreu o mais velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados.)

Sekulu esse que também dizia: «Ise okufa, etombo livala» (Prefiro antes a morte, do que a escravatura).

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: PORQUE HOJE É DIA 22

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