quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O PORTUGUÊS IDEAL É NÓMADA



António Fernando Nabais - Aventar, com foto

Esperar que este governo, tal como não fazia o anterior, apresente estudos para sustentar as decisões que toma seria ingenuidade. Tudo aqui é apenas ideológico. A direita limita-se ao reflexo pavloniano de atacar a Função Pública e de retirar direitos aos trabalhadores, preocupando-se, exclusivamente, com um défice transformado em bezerro de ouro.

Uma sociedade justa deveria ser feita de equilíbrios e um dos mais preciosos deveria ser aquele que, com a maior harmonia possível, pudesse ser estabelecido entre patrões e trabalhadores. As várias medidas que o governo tem vindo a tomar desequilibram a balança contra os trabalhadores e, até, contra a própria Economia. A ideia desumana de alterar a vida de pessoas – leiam outra vez: pessoas – movendo-as, como se fossem peças de xadrez, e alterando o equilíbrio de famílias e de comunidades, mais uma vez, como se isso não tivesse efeitos económicos, sociais e laborais, uma tal ideia, dizia, só pode sair de cabeças sem outra adjectivação possível que não seja justamente insultuosa.

Não há dúvida nenhuma de que foram os funcionários públicos ou os direitos dos trabalhadores que lançaram o país numa bancarrota permanentemente adiada. É castigá-los, com certeza. Talvez, um dia, nos deixemos de pieguices e fiquemos muito parecidos com a Grécia. E façam-me o favor de não confundir avisos com ameaças.

Sem comentários:

Mais lidas da semana