quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Soares, Almeida Santos e mais 30 personalidades em manifesto de apoio ao povo grego



Maria Lopes - Público

Mário Soares, Almeida Santos, Eduardo Lourenço, D. Januário Torgal Ferreira, José Mattoso, Carvalho da Silva e Vasco Lourenço são alguns dos 32 signatários de um manifesto de apoio ao povo grego. Criticam a ideia "não somos a Grécia" que os restantes países usam e apelam para uma Europa mais solidária.

No documento, curto, chamado "Somos solidários com o povo da Grécia", deixa também uma forte crítica à atitude de distanciamento da realidade grega que o Governo tem procurado fomentar.

"A preocupação doméstica em sublinhar que 'não somos a Grécia' é, no mínimo, chocante no seio da União Europeia, onde mais se esperaria compreensão e solidariedade", consideram os signatários, que acrescentam que essa ideia é "sobretudo desajustada" já que "a crise não é só grega mas europeia".

Este manifesto, encabeçado pelo antigo Presidente da República e pelo oceanógrafo Mário Ruivo, conta com personalidades de áreas muito diversas. Na lista encontram-se também, por exemplo, os eurodeputados Ana Gomes e Rui Tavares, o sociólogo Boaventura Sousa Santos, a jornalista Diana Andringa, o filósofo Eduardo Lourenço, o historiador José Manuel Tengarrinha, o ex-líder parlamentar do BE José Manuel Pureza, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa Simonetta Luz Afonso e o presidente do Inatel Vítor Ramalho.

"Todos os dias nos chegam imagens e notícias da Grécia e do povo grego em luta contra o cortejo de sacrifícios que lhe tem sido imposto", começa o texto, para notar a "crescente fractura entre os cidadãos e o poder político" na percepção da necessidade de aumentar as medidas de austeridade.

"Acentuam-se a tensão e a violência, tornando ainda mais difícil o diálogo indispensável à procura de soluções mais justas e partilhadas para a situação existente", acrescenta o documento. O retrato a nível internacional é cada vez mais o de um país votado ao "isolamento e à discriminação" que aumenta à medida que o discurso dominante "dos principais dirigentes europeus e da comunicação social" vai no sentido de isolar a Grécia como o mau aluno e o mau exemplo. Quando afinal se esperaria a tal "compreensão e solidariedade".

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