Carta aberta ao Presidente do Partido ADI - Patrice Trovoada
Téla Nón
Arlindo Bonfim Lima, cidadão são-tomense residente em São Tomé, decidiu escrever carta aberta ao Presidente da ADI e Primeiro Ministro de São Tomé e Príncipe, após 6 anos de intensos contactos com o partido e o seu líder em busca de solução, para um problema, mas sem sucesso.
Exmo Senhor Dr. Patrice Trovoada,
Tenho plena consciência de poder estar a perder o meu precioso tempo escrevendo-lhe esta carta, mas se o faço é apenas para trazer publicamente aos santomenses a faceta desconhecida de um político que se diz acima de qualquer suspeita em matéria de responsabilidade na satisfação dos seus compromissos.
O senhor está certamente lembrado do contrato de aluguer da minha viatura Suzuki, de matrícula STP – 58 – 44, estabelecido em 13 de Fevereiro de 2006, entre mim e o seu partido, o ADI, no quadro das eleições legislativas de 2006, por um período de dois meses, ao preço diário de USD 40,00 (Quarenta dólares americanos). No referido contrato ficara ainda estabelecido que correriam por minha conta as avarias não graves e, por parte do ADI, as decorrentes de eventuais acidentes e outras.
O senhor, que parece ter uma memória privilegiada, deve decerto recordar-se que a citada viatura foi acidentada em Março do mesmo ano, ao serviço do ADI, tendo-se constatado, do levantamento feito em Julho de 2006, que a viatura apresentava as seguintes anomalias:
• Radiador em péssimo estado;
• Borracha do pára-brisas imprópria e mal adaptada;
• Frisos do guarda-lamas inexistentes;
• Tablier partido;
• Bateria de amperagem inferior às características do carro;
• Chave de ignição inexistente;
• Ausência de chave de rodas
• Custos não ressarcidos da inoperância da viatura.
O certo é que, apesar dos persistentes contactos verbais e escritos feitos consigo e com o seu Partido, a minha viatura ainda se encontra em vossa posse, degradando-se progressivamente com o tempo, sem que a mim, seu legítimo proprietário, seja proposto qualquer contacto ou transmitida qualquer informação sobre a forma como resolver este assunto a contento de ambas as partes.
Trata-se, tudo o indica, senhor Dr. Patrice Trovoada, de retenção em posse do seu Partido de um bem alheio, por um período aproximado de seis anos, sonegando ao proprietário a possibilidade de reavê-lo em condições idênticas que o mesmo apresentava aquando do referido aluguer.
Como compreender que alguém, uma personalidade política com tão grandes responsabilidades políticas e morais, que procura transmitir aos seus concidadãos uma imagem de seriedade e transparência, pode agir longe dos olhares da multidão de forma tão cretina e irresponsável?
Como entender que um político que se propala aberto ao diálogo não seja capaz de negociar um assunto de contornos tão simples, usando porventura o poder que tem para fazê-lo arrastar por quase seis anos, em claro prejuízo da minha pessoa?
Em carta datada de 26 de Outubro de 2011- que tal como as anteriores ficou sem resposta -, solicitei-lhe que, tendo em conta o facto de se tornar impraticável a reparação da viatura e dados os avultados prejuízos que a presente situação me tem acarretado, me fosse facultada, em substituição, uma outra viatura, e me fosse pago o período de tempo de que fiquei privado dos benefícios de aluguer do referido transporte, num montante global não inferior a um terço do valor/dia acordado no citado contrato.
Espero que compreenda a minha situação e não encontre outros objectivos nesta carta aberta, que tem apenas por finalidade levá-lo, como homem sério e responsável que tudo faz por parecer ser, a assumir com honra as suas responsabilidades.
S. Tomé, 4 de Fevereiro de 2012
Arlindo Bonfim Mercês Lima
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