Liberal, editorial
O saco das promessas eleitorais já foi aberto, transportado por quem é expert nessa matéria. De facto, sacos [azuis ou amarelos] são a especialidade de José Manuel Andrade. E promessas, cá por estas terras, não se pagam, são distribuídas em doses certas e com fartura. Com papas e bolos se enganam os tolos, não é verdade ó Andrade?
José Manuel Andrade – sim, aquele que é acusado de ter metido a mão na massa, no escândalo abafado do “saco azul” do cofre da Justiça -, líder parlamentar do PAICV, deu ontem o mote para o que se prevê ser a estratégia tambarina para as eleições autárquicas: promessas a rodos, mentiras, demagogia e muita cara de pau…
Porque, de facto, é preciso ter uma grande cara de pau para vir agora, em vésperas de eleições autárquicas, prometer ao Maio aquilo que a autarquia já se fartou de reivindicar ao longo dos anos e que, estando no governo há onze, o PAICV nunca levou avante, nunca deu um sinal de querer ouvir o clamor dos autarcas, uma exigência da população e uma constatação óbvia para quem queira fazer da ilha um pólo de atracção turística: é necessário construir um novo porto de mar e um aeroporto internacional.
Andrade, um especialista em ilusionismo, diz-se que tão depressa tira do saco para meter no seu bolso, como oferece portos e aeroportos em época de saldos, assim isso sirva os intentos eleitorais, assim se confirme a opinião que Andrade & Companhia tem dos maienses: uma ingénua trupe de idiotas, sem memória nem coluna vertebral. Porque, ao prometer o que nunca quis cumprir – daí nunca o ter feito, ou mesmo anunciado, em 11 anos de governação -, o PAICV deduz que o povo do Maio é mesmo idiota e que qualquer promessa, por mais oportunista que seja, irá mobilizar hordas ufanas em depositar o voto na estrela negra.
Andrade vale o que vale, e valendo tão pouco – porque sempre foi submisso caniche do grande chefe – por isso foi nomeado líder parlamentar, quando é sabido haver no grupo tambarina gente de maior valia e de honestidade intocável. Mas as suas palavras, vindas de uma das figuras pardas da constelação nevista, é um sinal claro de que a caça ao voto já começou, fazendo mão do que de mais baixo pode haver na política.
José Manuel Andrade sabe o que valem as promessas: como ele próprio, nada valem. E tem no chefe o altar-mor dos vendedores de feira: água e luz em quantidade, boa qualidade e mais barata; 13º mês e salário mínimo para a função pública; emprego certo e seguro para os jovens; segurança de pessoas e bens… Tudo promessas que os cabo-verdianos nunca viram cumpridas, conversa para boi dormir que há muito se percebeu não ser para levar a sério.
A cruzada tambarina ao Maio, camuflada de “jornada temática”, teve apenas um objectivo: iniciar a campanha eleitoral na ilha à custa do erário público, com viagens, estadias e ajudas de custo pagas pelos contribuintes. Ou seja, a propaganda eleitoral do PAICV começou a ser paga por todos, os que votaram tambarina, os que votaram noutros partidos e os que não votaram em ninguém.
O saco das promessas eleitorais já foi aberto, transportado por quem é expert nessa matéria. De facto, sacos [azuis ou amarelos] são a especialidade de José Manuel Andrade. E promessas, cá por estas terras, não se pagam, são distribuídas em doses certas e com fartura. Com papas e bolos se enganam os tolos, não é verdade ó Andrade?
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