William Maia – Opera Mundi
120 policiais cercam cidade e investigam ex-militares ligados a grupos neonazistas
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, decretou nesta segunda-feira (19/03) alerta máximo de segurança na região dos Pirineus, onde fica a cidade de Toulouse, palco do atentado que culminou com a morte de três crianças e um adulto em uma escola judaica.
É a primeira vez desde a proclamação da república na França que é decretado o alerta de nível escarlate, que implica a suspensão do transporte público e o fechamento das escolas, em virtude de uma “ameaça real de terrorismo”. Neste momento, 120 investigadores estão em Toulouse, numa ação coordenada pelo Ministério do Interior.
Por volta das 8h no horário local (4h no horário de Brasília), um homem ainda não identificado invadiu uma escola judaica de ensino básico e fez inúmeros disparos contra alunos e professores. Três estudantes e um professor morreram na hora. Segundo o promotor que investiga o caso, o atirador, que permanece foragido após o ataque, “disparou contra tudo o que tinha na frente dele”.
Segundo o presidente francês, que é candidato à reeleição nas eleições de abril, "toda república está mobilizada para enfrentar o drama". Assim como seu principal rival na disputa, o socialista François Hollande, Sarkozy suspendeu suas atividades de campanha e disse que o "ato odioso não pode permanecer impune".
De acordo com Sarkozy, o mesmo atirador teria sido o responsável pela morte de três militares (dois muçulmanos e um nascido nas Antilhas) na semana passada, em um crime que a polícia acredita ter sido motivado por racismo. "Sabemos que é a mesma pessoa e a mesma arma que matou os soldados, as crianças e o professor”, disse Sarkozy, que declarou ser evidente a motivação anti-semita nos ataques.
As autoridades policiais investigam a participação de três ex-militares expulsos do grupo de paraquedistas do exército francês por pertencerem a grupos neonazistas.
Ainda na manhã desta segunda, o crime ganhou repercussão internacional. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou "o assassinato odioso de judeus, incluindo pequenas crianças".
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